Esta discussão foi arquivada. Não se pode acrescentar nenhum comentário. | | | Emídio Rangel há muito que declara que não gosta de programas tipo o Big Brother (BB). As suas críticas são já anteriores mesmo ao BB. Aliás, contratualmente, a Endemol é obrigada a mostrar os seus novos programas primeiro à SIC. Há uns tempos atrás houve a confirmação que a SIC tinha recusado o BB. |
| | | | | Não sei é o que será pior, se o BB se aquela coisa indescritível que dá pelo nome de bar da tv. Isto vai mesmo de mal a pior, e se não se tomam medidas, não sei onde se vai parar. À morte em directo? A Teresa Guilherme já disse, numa entrevista ao Público, que acha que não há inconveniente nisso, se o futuro morto concordar... Omnia aliena sunt: tempus tantum nostrum est. (Séneca) |
| | | | 1. Será que a auto-regulação é positiva? As estações privadas movem-se pelo lucro e se querem colocar ponto final é porque isso lhes traz benefícios (ou evita prejuízos) e não pelos nossos lindos olhos. Acho que as Televisões estão a chegar a um beco sem saída. Por um lado têm o público que criaram, púbico este que não está vocacionado para a cultura; por outro entraram numa corrida às armas sem fim à vista. Quem trabalha nas televisões tem amigos e é muito dificil explicar aos nossos amigos as virtualidades do lixo. A auto-regulação é essencialmente boa para as televisões e para o seu poder porque há um ponto a partir do qual a corrida às armas prejudica todos. Assim, o ponto de equilibrio será o ponto em que nenhum dos dois (TVI e SIC) ganhe seja o que for com a corrida às armas. Esse ponto será sempre um ponto quanto muito um pouco acima do nível actual. O telespectador ganhará, na medida em que o telespectador vê apenas aquilo que gosta. No entanto, o telespectador vê apenas aquilo que lhe dão e gosta apenas daquilo que conhece. O gosto por algo melhor e mais elevado educa-se, é o resultado de um longo processo de auto-educação, mas ninguém se auto-educa sem uma fonte qualquer de programas de trelevisão ou de informaçãao de boa qualidade. Lamentavelmente essa fonte existe, mas não é de fáil acesso. A própria internet massificada está controlada por grandes portais que apelam à mediania e aos baixos instintos, mas não apelam à inteligência e à criatividade. 2. Para que servem leis e (des)governos? Um dos maiores problemas de Portugal é que existem muito boas leis, mas as leis não são cumpridas nem ninguém tem a coragem de enfrentar uma televisão. Quem enfrenta a SIC ou a TVI arrisca-se a perder eleições. A atitude dos politicos nestas situações é a de mudar a lei, fazer novas leis (veja Durão Barroso a propósito deste caso). O problema é que só se devem fazer novas leis depois de se perceber porque é que as actuais não funcionam. As actuais não funcionam, não porque não sejam boas, mas porque não existe a coragem de as aplicar. 3. E por outro lado se fôr o Estado a intervir? É bom, é mau? Nós vivemos numa sociedade aberta e livre. ´Não é desejavel que todos os problemas sejam resolvidos pelo estado. Cabe à sociedade civil encontrar soluções alternativam, as quais passam pela valorização social da inteligência e do mérito e pelo desprezo pelas aparências e pelo igualitarismo. P. S. : Uma alfinetada final: será que a SIC teria toda esta boa vontade se não tivesse sido ultrapassada em aspiração na recta da meta, pelas novelas e pelo Big Brother da TVI? Aqui a questão tem muito a ver com a auto-imagem de quem trabalha na SIC. O dinheiro não é tudo na vida e ninguém gosta de chafurdar na merda.
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| | | | | Só queria dar os parabéns pela seguinte frase: " O gosto por algo melhor e mais elevado educa-se, é o resultado de um longo processo de auto-educação, mas ninguém se auto-educa sem uma fonte qualquer de programas de trelevisão ou de informaçãao de boa qualidade." É raro ouvir afirmações tão lúcidas. A maior parte das pessoas desculpa o baixo nível televisivo (e às vezes o seu próprio fraquíssimo nível cultural) com um "é isto que as pessoas querem". Mentira. As pessoas querem "isto" porque não têm alternativa, e foram sendo (des)educadas a gostar daquelas alarvidades. Ainda me lembro dos tempos em que a RTP passava séries de excelente qualidade em horário nobre, com audiências elevadíssimas. Lembro-me de séries como o Cosmos, do Carl Sagan, em horário nobre. Hoje, só se fosse na TV2, e mesmo assim... Que geração é esta? Tenho 29 anos, mas já me sinto a anos-luz... Omnia aliena sunt: tempus tantum nostrum est. (Séneca) |
| | | | Acho que o problema passa um bocado por uma questão cultural e de hábitos. A ideia que eu tenho de quando era miúdo e só havia os dois canais públicos é que o ver televisão era um bocado um evento familiar (pelo menos nas classes mais baixas que acho que são as que constituem as "massas"). Actualmente acho que isso já não acontece... Por um lado parece que as famílias já não são o que eram... Pelo menos já não se juntam tanto à frente da tv depois de jantar... Na melhor das hipóteses vai um para a sala ver futebol, outra para a cozinha ver telenovelas, e outros para o quarto ver outra-porra-qualquer. Por outro lado também não podemos esquecer os avanços tecnológicos, mais pessoas têm computadores e outras coisas semelhantes para ocupar o tempo, uns divertem-se com jogos, outros a "navegar" na internet. Falta saber quem é que teve a "culpa" desta "evolução"... Será legítimo dizer que as próprias televisões são um dos principais culpados? Ou será que isto era algo inevitável que aconteceu como um todo, segundo uma teoria qq mais darwinista? Tenho 21 anos e acho que me identifico em pouco com a minha geração e muito menos ainda com as gerações mais novas... Tenho pena que as coisas tenham chegado ao estado em que se encontram... (por falar em estado... este também é capaz de ter tido algumas culpas, mas não quero estar aqui a entrar em discussões políticas). E "prontos"... lá me vou contentando com o "Jazz a preto e branco" às sextas na RTP2 :-)
Cumprimentos, Bruno Gravato.
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| | | | "Aqui a questão tem muito a ver com a auto-imagem de quem trabalha na SIC. O dinheiro não é tudo na vida e ninguém gosta de chafurdar na merda.". Esta é uma boa questão. A SIC já nos provou que é capaz do melhor o do pior.
Como se sentirão pessoas como a Cândida Pinto, Paulo Camacho, Nuno Santos (BTW, uma das melhores vozes que já ouvi na rádio, já lá vão uma dúzia de anos) e aquele Narciso-qq-coisa (não me lembro agora do nome completo), dentro da mesma chafurdeira dos acorrentados e do bar da tv?
Mário Gamito educação, ensino |
| | | | | E numa sociedade consumista como a nossa alguém quer pessoas inteligentes e cultas? Quem controla os média é quem tem dinheiro, e quem lhes dá o dinheiro não são as pessoas inteligentes e cultas, mas sim aquelas que compram tudo o que lhes aparece à frente, que caiem no conto de vigário e compram a banha da cobra... E o que esta gente (a que controla) quer é a estupidificação da população em geral. Talvez as coisas não sejam assim tão exageradas, mas penso que é um pouco isto que se passa...
Quanto às questões políticas e da lei... A democracia tá mais que provado que está longe de ser um sistema político sem falhas... (assim como todos os outros...) Eu já não sou do tempo do salazarismo, mas a ideia com que fico pelas coisas que vejo, leio e ouço, é que o fascismo também tinha as suas vantagens... uma delas talvez fosse a de não haver medos de fazer cumprir a lei... Outra "vantagem" é que dá-me ideia que unia mais as pessoas e pois estas tinham um objectivo em comum, que com a liberdade que a democracia oferece não existe e as pessoas viram-se cada uma para seu lado, preocupando-se menos com coisas que se calhar se deviam preocupar mais e não ficar à espera que "os outros que resolvam". No que respeita à cultura... no tempo do salazarismo devido à censura, havia certos livros e afins que por estarem censurados despertavam a curiosidade das pessoas que, como se sabe, na sua maioria (uns mais exagerados que outros), gostam de desafiar as leis e regras que devem cumprir... ("o fruto proíbido é o mais apetecido") Hoje em dia continua a existir esse gosto por aquilo que roça os limites de censura... e devido ao facto de vivermos numa sociedade cada vez mais libertina e com menos tabus, essa fasquia já subiu para níveis que já se aproximaram demasiado dos limites da decência e do respeito pelo próximo...
Cumprimentos, Bruno Gravato.
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| | | | Quanto às questões políticas e da lei... A democracia tá mais que provado que está longe de ser um sistema político sem falhas... (assim como todos os outros...) Eu já não sou do tempo do salazarismo, mas a ideia com que fico pelas coisas que vejo, leio e ouço, é que o fascismo também tinha as suas vantagens... uma delas talvez fosse a de não haver medos de fazer cumprir a lei... Democracia não é necessariamente sinónimo de incumprimento da lei. Nos países anglo-saxonicos não existe esta sensação que nós temos de que a lei não se cumpre. Outra "vantagem" é que dá-me ideia que unia mais as pessoas e pois estas tinham um objectivo em comum, que com a liberdade que a democracia oferece não existe e as pessoas viram-se cada uma para seu lado, preocupando-se menos com coisas que se calhar se deviam preocupar mais e não ficar à espera que "os outros que resolvam". Eu passo muito bem sem essa união. Uma sociedade deve ser livre e aberta e se há algo de errado neste país é o facto de nos convencerem que existem projectos nacionais como a expo, alqueva, o aeroporto, o TGV ou o euro2004. Esses projectos são uma forma de transferir dinheiro dos pobres para os ricos através da recolha de impostos. São os pobres que os pagam mas são os ricos que beneficiam através de cargos, benesses e empreitadas. E no fim o Zé Povinho ainda tem que pagar o bilhete de entrada. Um país em que cada um pensa pela sua cabeça e não alinha em manadas é um país muito mais saudavel.
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| | | | > Um país em que cada um pensa pela sua cabeça e não alinha em manadas é um país muito mais saudavel. Isto é discutível... Não me parece que se possa generalizar as coisas desta maneira. E uma coisa também não implica a outra, cada um pode pensar pela sua cabeça e, ao mesmo tempo, estar a contibuir para um fim comum. De qualquer modo eu não disse que as pessoas deviam agir em manada em tudo... Mas acho que há alguns aspectos em que se todos agirmos em conjunto as coisas tornam-se mais fáceis de concretizar. Eu, regra geral, não gosto de alinhar em manadas, e não me importo, se for preciso, de remar contra a maré, mas o zé povinho tem uma certa tendência para ir atrás da manada... O mal é que hoje em dia quem controla as "manadas" são os "média". Quando se canaliza a manada para coisas como big brothers e bares da tv não se pode dizer que seja o mais saudável, mas se sensibilizar as pessoas para coisas mais importantes, como por exemplo a poluição e o ambiente, é bastante mais saudável se todos agirmos com um objectivo em comum. Quando cada um se vira para seu lado... E aqueles que tentam praticar o "bem" vêm muitas vezes o seu trabalho destruído por outros que se estão a borrifar para essas coisas, acabam por ficar desmotivadas e resignar-se. O que se passa com a nossa sociedade actualmente é que existe um conformismo generalizado. Nesta questão da poluição acho que deviam ser criadas ainda mais leis, mais rígidas e que deviam ser aplicadas, coisa que actualmente não acontece... Porquê? Talvez porque (infelizmente) quem quer ganhar eleições precisa de apoios financeiros, quem dá esses apoios se calhar são aquelas empresas que mais violam as leis... E depois claro existe aquela regra básica de "nunca se morde a mão que nos dá de comer". Quando existe este conformismo generalizado da população, que está sempre à espera que sejam os outros a resolverem as coisas, nunca se há-de chegar a lado nenhum... Posto isto, parece que uma sociedade com _alguns_ objectivos comuns pode ser uma sociedade muito mais saudável. Não se trata de um pensar e os outros irem atrás, mas sim todos pensarem em soluções para o mesmo problema e agir em conformidade.
Cumprimentos, Bruno Gravato.
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| | | | Posto isto, parece que uma sociedade com _alguns_ objectivos comuns pode ser uma sociedade muito mais saudável. Não se trata de um pensar e os outros irem atrás, mas sim todos pensarem em soluções para o mesmo problema e agir em conformidade. Mas quais são os objectivos comuns que devemos escolher? Falas dos problemas ambientais. Se há área em que o unanimismo bacoco é mais perigoso e mais ingenuo essa área é precisamente a área ambiental. Como aliás o demonstra a atitude das pessoas em relação ao problema do aquecimento global que é em grande parte baseada na ignorância e no alarmismo. Para uma perspectiva diferente da perspectiva mediatica consensual experimenta ler este artigo no kuro5hin ou esta minha pequena contribuição para o caos informativo. Não me parece que numa sociedade aberta encontres muitos objectivos que sejam consensuais, e o ambiente até poderá ser um deles, mas isso não é necessariamente bom. A questão é que organizações como a Greenpeace apelam ao sentimento de culpa, à ignorância e ao medo, mas não apelam nem à inteligência nem à criatividade.
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| | | | >Eu já não sou do tempo do salazarismo, Ainda bem. Eu também não sou, mas talvez não esteja tão mal informado. > mas a ideia com que fico pelas coisas que vejo, > leio e ouço, é que o fascismo também tinha as > suas vantagens... uma delas talvez fosse a de > não haver medos de fazer cumprir a lei... Andas a ler e ouvir coisas com pouco rigor histórico. No facismo não havia considerações sobre a lei. O regime infrigia a lei todos os dias. A lei dizia que não podiam existir presos políticos e havia presos políticos. A lei dava o direito de defesa aos presos, mas eles eram nos tribunais plenários sem acesso prévio a advogado. A lei dava independência aos tribunais, mas a acusação era lavrada pela PIDE e apresentada em tribunal pela PIDE ao juiz que só assinava por baixo. A lei proibia as penas perpétuas, mas os juízes condenavam as pessoas a penas de 5 anos mais um dia. Isto queria dizer que as pessoas ficavam na cadeia para sempre porque não existia data para a sua soltura (é isto que quer dizer o mais um dia). >Outra "vantagem" é que dá-me ideia que unia mais >as pessoas e pois estas tinham um >objectivo em comum, Pelo contrário, as pessoas eram reprimidas para que não expressassem as suas opiniões. Havia um medo terrível de serem denunciadas à polícia. Não se reuniam (eram mesmo proibidos "ajuntamentos de multidões compostas por mais de 3 pessoas") Nos cafés as pessoas tinham medo que as suas conversas fossem escutadas por bufos. Em todos os bairros e empresas havia um controleiro, um bufo, um denunciante ou um membro do partido. E o grande objectivo do regime que foi a manutenção das colónias não uniu ninguém, a não ser na terra dos cemitérios. >que com a liberdade que a >democracia oferece não existe Só em democracia surgiu o objectivo que uniu as pessoas que foi a transformação deste país numa sociedade aberta, livre e desenvolvida com um sistema de educação, saúde e justiça igual para todos. Acho que isto em grande parte se mantém. Claro que não instaura um "pensamento único" mas o país despensa essas uniões. > e as pessoas viram-se cada uma para seu lado, >preocupando-se menos com coisas que se calhar se deviam >preocupar mais e não ficar à espera que "os >outros que resolvam". "Os outros que resolvam" é o legado da cultura imobilista da ditadura, que fez com que a sociedade interiorizasse a ideia de que a mudança é má e só traz problemas e de que o governo é que sabe como se resolvem as coisas, de que o indivíduo não conta e não deve pensar por si próprio mas esperar que o governo decida tudo e lhe dê as suas ordens. >No que respeita à cultura... no tempo do >salazarismo devido à censura, havia certos livros >e afins que por > estarem censurados despertavam a curiosidade das >pessoas que, como se sabe, na sua maioria (uns mais >exagerados que outros), gostam de desafiar as >leis e regras que devem cumprir... ("o fruto >proíbido é o mais apetecido") Certos livros como por exemplo os Lusíadas, cujo canto da Ilha dos Amores era proibido, por exemplo. Ou a maior parte da obra de Fernando Pessoa à excepção da "Mensagem". Ou Jorge de Sena. Entre tantos outros. Get real. Os livros e discos e filmes eram censurados sempre que se antevia um risco de que fossem contra o "pensamento único". E os seus autores eram perseguidos. Presos. Às vezes enviados para o campo de concentração do Tarrafal. Muitos tiveram que fugir para os E.U.A., Brasil, França. O salazarismo procurou a incultura e promoveu o analfabetismo. Um dos lemas do regime era "pobres mas honrados". Os pobres são mais fáceis de controlar porque gastam todas as suas energias procurando sustentar a sua sobrevivência. "Vantagens" destas acho que todos dispensamos. |
| | | | Deixem-me lançar esta acha para a fogueira - quando se fala na célebre frase de que "isto é o que o povo gosta" ou que "as televisões passam o que o público quer" esquece-se sempre um pequeno/grande pormenor: O público de um dado programa é aferido em função de dados audiométricos. Admitindo como fiáveis estes dados, o tratamento é separado em audiência (percentagem das pessoas com acesso a um aparelho de televisão) que viu um certo programa e share (percentagem das pessoas que estavam a ver a televisão num dado momento que viam um certo programa). Ora mesmo os mais vistos destes programas tipo Big Brother nos seus melhores dias, com mais de 35 a 40% de share, obtêm em termos de audiência apenas uns 16 a 20%. Ou seja, só 16 a 20% das pessoas com acesso a televisor estavam a ver esses programas. Que grande maioria de público! Os outros, pelos vistos, devem ter desistido de ver televisão! |
| | | | | Aqui à uns tempos houve uma reportagem (creio que na rtp) sobre audiometria. Provou-se que é relativamente fácil descobrir onde (em que casas) estão os aparelhos e com isto é possível tentar corromper quem os usa. Por outro lado os próprios aparelhos de audiometria são poucos para cada lar. Chega a haver 3 televisões num lar e só uma estar ligada ao aparelho. Também se questionou sobre a idoneidade das empresas de telemetria, mas não se provou que tinham ou que não a tinham... Dito isto é difícil acreditar em dados audiométricos. -- k |
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