Esta discussão foi arquivada. Não se pode acrescentar nenhum comentário. | | | isto agora é um blog? :D Ele quer que se chame GNU/Linux, porque assim protege melhor a Liberdade! digas o que disseres a verdade é que a confusão e a não distinção entre Linux e GNU/Linux acabou por ser proveitosa à SCO... |
| | | | Quem quiser dar uma vista de olhos nas fotografias do evento pode ver aqui. |
| | | | Eu não fui lá, mas de tudo o que li e dos comentários que ouvi, é exactamente isto que eu penso!
O teu texto está muito bom. Eu acrescentaria apenas mais um detalhe: os "seguidores" mais "fieis" parecem em geral ser as pessoas mais jovens e bem intencionadas que se sentem entusiasmadas por ter um ideal e um líder que o corporiza. É perigoso porque, como bem disseste, isso as torna cegas.
|
| | | | Clap clap clap Um texto anti fanatismos, a ver se consegue trazer alguma luz aos fanaticos deste burgo...
|
| | | | | Que sob a aparência do equilíbrio revela o seu fanatismo. De cerca de 2 horas e meia salienta meia hora que não gosta, nunca gostou, e nunca se inibiu de a extremar. O facto de ser um editor com todo o poder de criar e aprovar todos os artigos que escreve, apenas torna isto um Editorial de opinião muito própria, mas tudo menos equilibrada.
É o típico: sou muito a favor de Software Livre, mas depois segue para o descredibilizar de quem promove o Software Livre. Não será isto um tiro no pé? Não será esta posicão tão incongruente quanto a do Deputado Goncalo Capitão?
De certa forma diferente, sim, mas igualmente incongruente. É se a favor, mas apenas quando se lucra directa e pessoalmente com isso. E os outros? |
| | | | Nao estou a ver de que forma a posicao do ajc e' incongruente -- e' a posicao dele, que por acaso tambem e' a minha e a de outras pessoas. Quem ve o RMS, as posicoes dos seus seguidores e o facto de lhe chamarem "Santo Ignucio" demonstra bem a falta de racionalidade que anda 'a volta do movimento. "I triple guarantee you, there are no American soldiers in Baghdad.", Mohammed Saeed al-Sahaf, Iraqi Minister of Information
|
| | | | Nao estou a ver de que forma a posicao do ajc e' incongruente -- e' a posicao dele, que por acaso tambem e' a minha e a de outras pessoas. ]:-> Eu seria incapaz de subestimar a tua coerência...
O Santo Ignucio é uma brincadeira, um stress-relieve de uma longa sessão, com algumas questões relativamente stressantes. Não entendo quem pensa que se poderia tratar de algo para levar a sério... |
| | | | > O facto de ser um editor com todo o poder de criar e aprovar todos os artigos que escreve, apenas torna isto um Editorial de opinião muito própria, mas tudo menos equilibrada. Não seja por isso. EU aprovava este artigo. Culpa-me a mim. (blah blah blah pandilha blah blah blah cabala blah blah blah clique de editores ditadores. pronto está dito) |
| | | | Huh? De que é que estás a falar meu? Paranóia errada, move along, there's nothing to see here... |
| | | | É o típico: sou muito a favor de Software Livre, mas depois segue para o descredibilizar de quem promove o Software Livre. Não será isto um tiro no pé? Não será esta posicão tão incongruente quanto a do Deputado Goncalo Capitão? E cá está a típica resposta: ou estão connosco, ou então contra a Liberdade, etc.. Esta opinião do AJC não me parece nada fanática, e muito menos incongruente. Se ao menos fundamentasses essas afirmações... Mas que outra resposta seria de esperar dos fanáticos seguidores do RMS, senão disparar agressivamente contra a mínima objecção aos seus pontos de vista? (e rejeitar categóricamente todas as acusações de "fanatismo") |
| | | | Mas que outra resposta seria de esperar dos fundamentalistas anti-fundamentalistas, mas que nem ao menos têm a dignidade de se reconhecer como fundamentalistas eles próprios.
A principal constatação que fiz ao ver o Stallman tem a ver com um fenómeno bem conhecido e bastante perigoso: a suspensão do sentido crítico das pessoas, mesmo das mais inteligentes. Logo, AJC é mais inteligente que todos os outros, e Stallman é um homem muito perigoso
Algumas pessoas conseguem o feito notável de conseguir eliminar o sentido crítico de quem os ouve, fazendo com que tudo o que digam, desde conceitos naturais e evidentes às ideias mais inconcebíveis, seja assimilado em modo automático pela plateia. Este é um dom precioso, que tem sido usado e abusado por profetas e ditadores, políticos e propagandistas. Depois de o ver e ouvir parece-me claro que Richard M. Stallman tem esta capacidade e usa-a de forma bastante eficaz. Parece-me clara a acusacão implícita de que Stallaman é um profeta, ditador, politico e propagandista (nos piores sentidos das palavras).
A primeira pista quanto a este efeito de suspensão do sentido crítico no caso do RMS não tem a ver com ideias, mas com o seu comportamento. Uma plateia no seu estado normal teria talvez reagido de forma algo diferente a um orador que começou a bocejar de forma ostensiva enquanto mantinha o anfitrião numa actividade frenética para o abastecer de chá, que a certa altura decidiu que tinha mesmo que dormir e assim fez, perante duzentas pessoas e algures entre a liberdade 0 e a liberdade 1. A que outro orador teriam achado normal que, enquanto explicava como está a salvar o mundo, fosse passando as mãos pela farta cabeleira esticado e retorcendo as melenas, para logo a seguir passar o dedo pelo açucar que espalhou pela mesa e lambe-lo, talvez para complementar o sangue que chupava quando picava deliberadamente os dedos com um dos pins da FSF que tencionava vender no fim da sessão? A que outra pessoa teriam tolerado que, numa apropriada pausa do discurso tenha sido claramente culpado de, usando uma frase imortal de um polícia da minha terra, "ter emitido ruídos susceptíveis de causar mau cheiro". Portanto, que escandaleira, lincha, mata, esfola!
Simplesmente, no meio de tudo o que ele diz há questões que acho inaceitáveis e posturas que me parecem de desonestidade intelectual e que ele consegue passar a mensagem toda, sem crítica, por causa da aura que cria em volta de si próprio. Porque não se levantou e questionou? Ou porque não se foi embora? Porquê vir, à posteriori, dar uma de elevacão moral e magnânime honestidade editorial?
O primeiro grande problema do Stallman é que ele pertence àquele distinto grupo de ideólogos que se fazem um uso abusivo da palavra "Liberdade". Para começar pega num caso particularíssimo de liberdade, a "liberdade de par tilhar informação técnica de interesse geral" e passa a chamar-lhe simplesmente "Liberdade". Assim ao usar um programa proprietário estamos a abdicar da nossa Liberdade e a tirar Liberdade aos outros. Há tanta gente no mundo precisa ainda de lutar pelas verdadeiras liberdades, de pensar, falar, ir e vir, até de viver, que é preciso manter um pouco a perspectiva. De notar a frequente tentativa do pessoal "opensource" de tentar distorcer as coisas, como se para Stallman apenas existissem as 4 liberdades do Software. Note-se descarada falha de compreensão de que Stallman está a lutar pelas liberdades no mundo do Software e coisas relacionadas. É nesse contexto que se encaixa a palavra liberdade, evidentemente, excepto para quem não entende, ou não quer que outros entendam. Note-se o uso da "verdadeira liberdade" como se as liberdades no Software defendidas pela FSF fossem menos significativas na sua escala que é, de facto, aquilo sobre o qual lidamos.
Onde a ideologia do Stallman se torna muito questionável é ao dizer que o software proprietário tira liberdade às pessoas Colocando de lado a acusacão de ideologia no pior sentido da palavra (como se depreende do seu contexto, aliás, repetido várias vezes no editorial), tenta-se rejeitar avidamente que um utilizador de software não-livre não é Livre, ou seja, (lembrem-se sempre que existe uma coisa chamada CONTEXTO) que não perde liberdade com software não-livre, e que não incentiva outros a usar software não-livre. Só não vê quem não quer, ou não foi esta mesma a tática da Microsoft para expandir a utilizacão dos seus Offices, com versões ligeiramente diferentes que seriam muito pior vistas (ou nem isso) na versão anterior do Office para impelir as pessoas a comprarem o novo Office. Parece-me que é evidente que a utilizacão de qualquer software incentiva a utilizacão desse mesmo software. Quando este é não-livre, então estamos a difundir uma doenca social de não ajudar o próximo, de criar divisões sociais. Isto é imoral.
Levado ao seu limite ideológico, este príncipio é perigosíssimo: está muito próximo de dizer que ao comprar um magnífico sofá e coloca-lo na minha casa, fechado à chave, só meu, estou a privar o resto da Humanidade da Liberdade de se sentar nele, estou a prejudicar os meus vizinhos. Já vimos, bem demais, onde é que este tipo de raciocínio levou milhões de pessoas no Sec. XX. Que eu saiba um sofá é incomparável a software. Nem sequer ao menos há replicadores de sofás ou outros objectos físicos. Isto chama-se desconversar. E já agora onde é que este tipo de raciocínio levou milhões no Sec. XX? Só se for, por exemplo, aos Gigabytes de software livre que tenho nos meus PCs...Ou estamos mais uma vez a tentar fazer acusacões simplesmente idiotas, tentando despromover as liberdades no mundo do software associando-as a ideias associados a ditaduras e a chacinas?
Um aspecto mais inócuo, mas muito revelador de uma certa desonestidade intelectual é a posição do RMS sobre o Linux e a sua exigência em que lhe chamem GNU-slash-Linux A desonestidade intelectual vê-se nestas palavras. Stallman nunca disse isto. Linux é um kernel criado por Linus Torvalds, e uma peca extremamente importante para um sistema operativo completo. Stallman alerta as pessoas para que estão a confundir as coisas. Se Linux é um sistema operativo, então por favor, o sistema operativo da Microsoft é kernel32.dll e não Windows.
O RMS quer corrigir o erro, quer que lhe chamem GNU/Linux, não porque ache uma injustiça que a revolução que ele iniciou ficar com o nome de outro, isso não seria digno de um santo... Ele quer que se chame GNU/Linux, porque assim protege melhor a Liberdade! As pessoas que dizem só Linux, a começar pelo Linus, não se preocupam com a Liberdade, apenas querem que o sistema seja usado por muita gente. Isto não é uma preocupação menor para RMS. Pouco depois de ter adormecido embalado pelas 4 liberdades ele só ficou completamente desperto quando chegou à questão do GNU/Linux. É algo que o peturba bastante... e o mantém acordado.
As pessoas que ignoram a diferenca simplesmente não estão esclarecidas. As que intencionalmente alimentam a confusão, não querem saber das 4 liberdades do software para todos os utilizadores. Apenas querem saber delas para si, e mesmo assim apenas quando lhes convém, estando logo dispostas a utilizar software não-livre, sob o guarda-chuva da expressão: é melhor
É melhor? Talvez tecnicamente... não é precisamente este abuso de linguagem que criticava? Quando é a "nosso" favor já se pode fazer?
Mais uma vez as falhas no raciocínio dele são bastante claras, se não se estiver completamente hipnotizado: o RMS acha que pode pegar numa coisa tão grande como o X-Windows e declarar unilateralmente que passou a fazer parte do sistema GNU. Tendo feito o mesmo a outras componentes externas, podia dizer que o sistema GNU está quase pronto e só lhe faltava o kernel. O que ele não pode tolerar é que lhe tenham feito o mesmo que ele fez ao X. Novamente a confusão (ou desonestidade): Richard Stallman nunca disse que X-Windows é um projecto GNU, mas que o sistema GNU o poderia utilizar e, dado ser algo muito complicado de fazer, como é livre pode ser utilizado pelo sistema GNU. Mas o Sistema GNU não precisa de ter X-Windows. Aliás, RMS utiliza uma consola de texto, se não me engano, exclusivamente.
O problema é que o RMS é muito mais radical do que a própria estrutura legal da FSF Nice try. Stallman é a FSF. Ele é o seu Presidente, fundador, e decisor principal. Aliás, presidente tão tirano que decidiu aproveitar-se gratuitamente do trabalho de Richard Stallman, pagando um salário a outra pessoa, ficando com 2 funcionários pelo preco de um. Dificilmente uma posicão do demónio que AJC retrata.
Em conclusão parece-me que as pessoas de bom senso devem afastar-se das posições mais esotéricas do RMS e dos seus seguidores mais fanáticos, sem por isso terem que deixar de acreditar no software livre, na licença GPL e nas coisas mais acertadas que ele diz. Não podemos é ir na conversa do tudo ou nada, "ou se é por nós ou contra nós". Podemos, e devemos, pegar naquilo que ele diz e escolher as partes melhores: isto sim é liberdade. Mas devem seguir esta posicão moderada, equilibrada. Claro: NOT.
Acho que por esta altura a incongruência é evidente: não é com "mimos" pontuais e sobre os pontos em que o "opensource" é igual ao Software Livre que se mostra congruência e equilíbrio (ao invés de um fanatismo contra), mas com o teor global do editorial, que quase só falta dizer: bobi, tareco, busca busca, mata mata! |
| | | | Um gajo que se peida numa conferencia, e toda a gente continua a dar-lhe atencao, é sinal que alguma coisa vai mal... Nao sei é de que lado... Talvez dos dois... |
| | | | Sinal e que algo vai mal é quando as pessoas prestam mais atencão à embalagem do que ao peixe. |
| | | | Não vi o RMS no Porto mas vi as duas conferências de Lisboa.
A posição do AJC não é inteiramente nova, mas foi exposta de forma notável. Se se ler o "Open Sources - Voices from the open source revolution", da O'Reilly e onde o próprio Stallman escreve, a par do Linus, Bruce Perens, ESR, Paul Vixie e Larry Wall, encontramos a posição do AJC em todos que se revêm no movimento "open source" (mais moderado). Grosso modo, não deixam de admirar o RMS mas são críticos quando à intransigência em relação a algumas ideias mais extremistas.
O que eu ainda não percebi é porque se dá tanta importância às atitudes mais extremistas do RMS. Eu gosto bastante de ler artigos dele e ouvi-lo, mas só absorvo 80%. Há 20% que dou de desconto e nem sequer acho que valha a pena discuti-lo porque a) sempre que tal acontece, nunca vejo nenhum dos interlocutores a ficar mais esclarecido e b) falar sobre isso é dar importância a alguns "tiques" que não chegam a opinião pública menos informada. Por outro lado, duvido que ele alguma vez chegue a ditador perigoso com um bando de seguidores cegos por uma única razão. Apesar de um enorme poder de comunicação, ele é antipático e mal educado. Então, acaba por não criar aqueles elos afectivos que são essenciais para os seguidores indefectíveis. Um exemplo disso é a sua atitude em Lisboa 1/2 "enfant terrible" + 1/2 "menino mimado". Choca-me que quando alguém coloca as questões clássicas como "Não se deve dar ao utilizador a liberdade de escolher entre Software livre e Software proprietário?" a forma agressiva como ele responde. Por outro lado, acho que os 80% restantes são brilhantes. Uma conferência dele, com todo aquele à-vontade de comunicação, no IST Tagus perante 200 alunos de eng. informática e outras licenciaturas, dá aos alunos uma visão única das potencialidades e do *poder* de desenvolver bom software no enquadramento certo (...a licença GPL é de facto uma grande licença). Existe uma última questão que já se coloca há muito tempo: "Será que o RMS acaba por prejudicar mais a disseminação do Software Livre do que propriamente ajudar?" (Foi esse argumento que levou o Eric Raymond -ESR, o Bruce Perens e outros a voltarem-se para a "Open-Source Initiative"...) Eu acho que não: ele é muito util em mostrar uma outra face do movimento. Depois, cada um pega no que ele diz de mais acertado. Seja 20%, 80% ou 100%.
Só temo que a parte mais fantástica e pouco ortodoxa, com o tempo se torne em ridiculo e deprecie o valor das suas intervenções.. Quando ele esteve em Lisboa, na conferência da manhã várias pessoas foram ter com ele no final a pedir autógrafos. Na conferência da tarde, no ISCTE, uma jornalista foi ter comigo algo chocada porque o viu pedir a cada um dos miudos 10 euros por autógrafo na sessão da manhã (eu não vi, pelo que não posso confirmar se isso aconteceu de facto). Ela não percebia era como é que o software era livre e os autógrafos eram a pagar. Fartei-me de rir. Novos tempos, novos modelos de negócio. |
| | | | | O dinheiro que ele pediu foi não foi de venda dos autografos mas sim doação para a FSF para a qual ele passou recibo. Gustavo Felisberto 72ef1d7183eb2ea89420b94c0cf3e1f1 apt-get install anarchism
|
| | | | Mas ver se percebo: ele só dava um autografo a quem doasse 10 Euros à FSF? É isso? Não levo a mal que a jornalista não tenha apanhado a "mensagem" certa... |
| | | | É ligeiramente diferente. Só dava autografo a quem fizesse a doação. |
| | | | Se ele assinar um recibo pela doação, já fica a 5 euros por assinatura. Sempre é um pouco melhor, e dá para revender aos menos atentos. |
| | | | Não tive oportunidade de o ver nem em Lisboa nem agora no Porto. Falei com quem assistiu.
E disso e de um documentário que vi tenho uma ideia que em muito se assemelha ao que li aqui. O homem é visionário e revolucionário, mas parece-me que claramente olha para si próprio num pedestal. E não é que não mereça lá estar. Mas isso é o primeiro passo para perder contacto com a realidade. Por outro lado tenho a ideia oposta do Linus. Apesar de tudo parece que ainda olha para trás e pensa: "Credo... como tem sido possível?!".
Parabéns pelo texto. Cumprimentos |
| | | | começaste por dizer: Aviso: vou ser crítico, muito critíco mesmo. Isto quer dizer que este texto é perigoso.
Depois de ler verifica-se que o texto é normalissimo com conclusoes que quaquer pessoa com bom senso tira. Publicidade enganosa ... shame on you :) |
| | | | (peço desculpa pelo tamanho do comentário) Antes de mais parabéns pelo texto. E seguindo o teu princípo crítico irei comentar só alguns parágrafos. Também lá estive, na expectativa de poder comprovar 'in loco' a atitude descontraída do RMS da qual se costuma falar. Não fui lá para ouvir algo de novo. De facto, a palestra não foi mais do que se pode já ler na página do RMS, da GNU e da FSF: (o famoso episódio da "impressora, a criação da FSF, o s.o GNU, etc) A principal constatação que fiz ao ver o Stallman tem a ver com um fenómeno bem conhecido e bastante perigoso: a suspensão do sentido crítico das pessoas, mesmo das mais inteligentes. Normalmente as pessoas são capazes de encarar a ideias e as palavras dos oradores, mesmo quando concordam com eles, com algum sentido crítico. Apercebem-se que, apesar de admirarem alguém e as suas ideias, é natural que haja algumas coisas em que pensem de maneira diferente. Também é normal que se veja o aspecto humano do orador e se associe algumas das posições dele a questões emocionais e pessoais. (...). Concordo. É muito difícil de manter o sentido crítico perante uma palestra/discurso/dialogo com alguém como o RMS, principalmente se se tiver alguma consideração pelo seu trabalho e pelo curso de vida. No entanto, eu tive a oportunidade de ir à palestra com colegas que pouco ou nada sabem de RMS, e no entanto, quase se poderia dizer que ficaram absortos no que ele dizia. Sem dúvida, que a atitude descontraída com que o RMS se apresentou, fez com que a audiência apanhada de supresa. Ouve alguns risos e cochichos após o "incidente", se RMS os notou pareceu não se importar minimamente. O estado de espírito que levou tantas pessoas a aceitar estas "pequenas falhas" é o mesmo que as leva a aceitar tudo o que ele diz sem questionar. Para mim isto não é coincidência. Toda a aura de excepcionalidade que o RMS cria à sua volta serve este propósito: que todas as suas ideias sejam aceites de forma acrítica. E parece resultar. (...) Curiosamente, o próprio RMS parece ter uma atitude ambivalente em relação à excepcionalidade (que se traduz em popularidade, algo que referiu no princípio da palestra). Resta saber se propositadamente. Apesar de tudo, ainda quero acreditar que naquela palestra, havia um público com sentido crítico. Não me parece que haja tanta gente assim tão ingénua, no sentido de engolir tudo que se lhes dizem. O RMS fez o seu papel, divulgou as suas ideias (as quais concordo em grande parte, excepto num ou outro ponto). O público fez também o seu papel, ouviu, apesar de todas as distrações de alguém com a atitude relaxada que o RMS teve no momento. De facto, tratava-se de uma palestra, não de uma discussão. Ouve alguém que perguntou como se poderia viver com software livre. A resposta não me deixou satisfeito, mas também não esperava outra coisa (até porque não me estou a ver a trabalhar dessa forma, pelo menos em Portugal, mesmo tendo poucos gastos). Aliás, foi um dos momentos onde a suspensão do sentido crítico de muita gente poderá ter quebrado. O primeiro grande problema do Stallman é que ele pertence àquele distinto grupo de ideólogos que se fazem um uso abusivo da palavra "Liberdade". Para começar pega num caso particularíssimo de liberdade, a "liberdade de par tilhar informação técnica de interesse geral" e passa a chamar-lhe simplesmente "Liberdade". Assim ao usar um programa proprietário estamos a abdicar da nossa Liberdade e a tirar Liberdade aos outros. Há tanta gente no mundo precisa ainda de lutar pelas verdadeiras liberdades, de pensar, falar, ir e vir, até de viver, que é preciso manter um pouco a perspectiva. Em relação a isso, só posso dizer que cada um escolhe a sua própria causa (na minha opinião). O RMS explicou porque havia decidido não ser um empregado de mesa, quando viu a sua liberdade (como programador e utilizador) ameaçada. Decidiu por esse caminho. No entanto, é preciso ver que o próprio RMS parece manter um pouco a tal perspectiva que foi indicada. Basta ver a própria página do RMS, uma página de activismo sobre o que se passa de mal no mundo (no entender do próprio RMS). Uma vez estabelecido que a única coisa que o Stallman faz é defender a Liberdade é torna-se evidente, pelo menos para os seus seguidores, que quem discorda dele é contra a Liberdade. Numa análise mais específica há um ponto crucial em todo o raciocínio dele que não é nada óbvio e que eu creio ser o ponto fraco de todo a sua pirâmide ideológica. É fácil compreender que o software livre dá aos seus utilizadores liberdades que eles não tinham antes e que não teriam se esse software não existisse. Onde a ideologia do Stallman se torna muito questionável é ao dizer que o software proprietário tira liberdade às pessoas. O RMS acredita que se eu me sentar à frente de um computador, escrever um bonito programa de fractais e o colocar só em binário no Tucows estou a tirar a liberdade a inúmeras pessoas. (...) Aqui é um ponto em que não concordo de certa maneira como o RMS apresenta o seu argumento. Deveria-se perguntar quais as situações em que o software proprietário retira a liberdade ao utilizador. A mim parece-me que dependerá da utilidade e a que uso se destina o software, se a um uso individual ou a um uso social. Um qualquer programa de fractais poderá ter uma utilidade de entretenimento, algo que não passa da esfera de cada indivíduo (o RMS referiu-se neste mesmo aspecto sobre a confidencialidade do conhecimento que diz respeito apenas à esfera privada). Agora se o programa de fractais utilizar um algoritmo ou até mesmo conseguir resolver algum problema matemático de relativa importância (estou a supor..), se este mesmo for o único disponível, e se o problema em questão for de relativa importância no contexto social, então deverá por-se a questão de como o software proprietário retira a liberdade. O tal problema da impressora do MIT é, à sua escala, revelador desta problemática. A própria descontinuação da maquina onde tinha um sistema operativo (criado pelo MIT) é também contextualizável nesta questão. Da que acredito que é o ponto mais forte da ideologia de RMS. Apenas que essa fronteira entre a liberdade e o proprietário parece por vezes muito esbotada. Aceite este ponto, tudo o que o RMS diz faz perfeito sentido. O problema é que eu acho que este ponto não é aceitável. Acho mesmo que é precisa toda a "santidade" do RMS e a tal suspensão do sentido critíco para que as pessoas não o questionem imediatamente. Levado ao seu limite ideológico, este príncipio é perigosíssimo: está muito próximo de dizer que ao comprar um magnífico sofá e coloca-lo na minha casa, fechado à chave, só meu, estou a privar o resto da Humanidade da Liberdade de se sentar nele, estou a prejudicar os meus vizinhos. Já vimos, bem demais, onde é que este tipo de raciocínio levou milhões de pessoas no Sec. XX. Acho que o uso que se faz ao sofá faz com que isso só diga respeito a dono do sofá (o tal conceito de esfera privada). Não se está a tirar nenhuma liberdade a ninguém... Brincando podemos dizer que, a não ser que de certas actividades biblícas se possam retirar algum conhecimento prático e útil para a sociedade, o dono poder-se-á sentir à vontade de usufruir o seu sofá. (O RMS mandou uma piada deste género sobre sexo, mas que não foi nada ingénua). Não me parece que esteja próximo de se afirmar "Off with her head!" pelo menos neste contexto! Há, claro, alguns acólitos que se excedem, mas isso faz parte da própria maneira de ser destes últimos. No fundo, a questão está em saber como se deverá comportar uma pessoa perante a sociedade. Mas longe de uma obrigatoriedade e violência características de certos movimentos ideológicos do século passado. Poder-se-á discutir sobre o estilo de vida de RMS, mas deu-me a transparecer que a opção dele foi uma escolha. Ele acredita que isso é melhor para os outros, tudo bem. Mas não me parece que concordasse, se se passasse a adoptar este estilo de vida sobre qualque forma de coação. Em última análise, talvez tudo se resume a uma escolha. E RMS faz o que está ao seu alcance, usando e construindo um lobbie que assenta sobre esse mesmo princípio de escolha. Em vez de se construir a casa pelo telhado, ao menos uma vez, se comecesse a construir pelos seus alicerces. Foi essa possibilidade que me agradou em RMS. Posso estar severamente enganado e não ser esta agenda de RMS, mas isso faz parte da condição humana de se acreditar, pelo menos, na coerência de pessoa. Um aspecto mais inócuo, mas muito revelador de uma certa desonestidade intelectual é a posição do RMS sobre o Linux e a sua exigência em que lhe chamem GNU-slash-Linux. (...) Mas, por desgraça, as pessoas não lhe chamam sistema GNU: chamam-lhe Linux! (...) Não acho uma desonestidade intelectual, mas entendo-a como fraqueza (como todos nós temos). Afinal o homem passou 20 anos de vida na sua demanda. Pessoalmente prefiro o nome de Linux, não por qualquer razão que faça parte do historial do desenvolvimento, mas sim por ser um nome simples, e mais bonito que GNU. Entendo também que GNU/Linux seja uma forma de RMS não fazer esquecer as bases da sua ideologia. Deve-o perturbar bastante, sem dúvida, e só pode pois é a sua demanda. Mais uma vez, nem é santo nem é demónio, é um homem sujeito a fraquezas. Em conclusão parece-me que as pessoas de bom senso devem afastar-se das posições mais esotéricas do RMS e dos seus seguidores mais fanáticos, sem por isso terem que deixar de acreditar no software livre, na licença GPL e nas coisas mais acertadas que ele diz. Não podemos é ir na conversa do tudo ou nada, "ou se é por nós ou contra nós". Podemos, e devemos, pegar naquilo que ele diz e escolher as partes melhores: isto sim é liberdade. Sinceramente, não fiquei com essa ideia do "ou se é por nós ou contra nós". Tirando alguns desvios de argumentação, algumas falhas humanas, e alguns pontos que são bastante polémicos, não me parece que haja um campo de batalha bem deliniado onde adversários se esgrimem até morte. Diria mesmo que colocando o RMS nessa posição, é usar o mesmo princípio da afirmação atrás indicada. Sim, sem dúvida, o homem é fora do normal, em aspectos positivos e negativos. Mas isso é um facto. E ele lá chegou a esse ponto por algum caminho que o próprio percorreu. Há que dar a importância que ele merece, sem o transformar em dinvidade ou louco. Mas esta é apenas a minha opinião.. Cumprimentos Plexar. |
| | | | | Aqui é um ponto em que não concordo de certa maneira como o RMS apresenta o seu argumento. Deveria-se perguntar quais as situações em que o software proprietário retira a liberdade ao utilizador. A mim parece-me que dependerá da utilidade e a que uso se destina o software, se a um uso individual ou a um uso social. Um qualquer programa de fractais poderá ter uma utilidade de entretenimento, algo que não passa da esfera de cada indivíduo (o RMS referiu-se neste mesmo aspecto sobre a confidencialidade do conhecimento que diz respeito apenas à esfera privada). Agora se o programa de fractais utilizar um algoritmo ou até mesmo conseguir resolver algum problema matemático de relativa importância (estou a supor..), se este mesmo for o único disponível, e se o problema em questão for de relativa importância no contexto social, então deverá por-se a questão de como o software proprietário retira a liberdade. O software proprietario, seja para que uso for, apenas afecta a tua liberdade na medida em que podes escrever software equivalente que seja livre. Ou seja, nao afecta. Se nao gostas do facto de existir um determinado software proprietario, cria software semelhante que seja livre. Aqui esta' a tua liberdade. "I triple guarantee you, there are no American soldiers in Baghdad.", Mohammed Saeed al-Sahaf, Iraqi Minister of Information
|
| | | | O software agora é só para programadores? |
| | | | Nao, nao e' -- e exactamente por isso podes escrever software, dizer que e' livre, e distribuir a fonte/binarios como bem te apetecer. Mas que me lembre, software normalmente e' codificado por "programadores"... nao vejo onde queiras chegar... "I triple guarantee you, there are no American soldiers in Baghdad.", Mohammed Saeed al-Sahaf, Iraqi Minister of Information
|
| | | | Ou seja, nao afecta. Se nao gostas do facto de existir um determinado software proprietario, cria software semelhante que seja livre. Implica que o software é só para programadores, pois um não programador não tem normalmente capacidade para criar um programa alternativo. Mesmo um programador pode não ter a capacidade de recriar sozinho um certo programa. |
| | | | Mais grave que afectar a minha liberdade, é eu estar a afectar a dos outros. E usar (por exemplo) o Microsoft Word e se quiser passar um documento para terceiros é abusar da liberdade dos outros... E não me digas que posso sempre gravar noutro formato, porque só no formato nativo .doc é que o documento fica rigorosamente igual ao original. Pior ainda será se as patentes de software forem aceites na Europa.. aí só mesmo com Microsoft Word para abrir um .doc.. nada de reverse-engineering.. Enfim, uma tristeza...
Dominus vobiscum |
| | | | Mais grave que afectar a minha liberdade, é eu estar a afectar a dos outros. E usar (por exemplo) o Microsoft Word e se quiser passar um documento para terceiros é abusar da liberdade dos outros... Tens uma definicao de liberdade assim um bocado diferente da minha... enfim... "I triple guarantee you, there are no American soldiers in Baghdad.", Mohammed Saeed al-Sahaf, Iraqi Minister of Information
|
| | | | Errado. Os outros indivíduos têm Liberdade para escolher. Escolher instalar o MS Word no computador deles. Ou escolher mandar-te à fava mais o teu documento em Word. E antes que alguém fale em consequências: a Liberdade implica aceitar as consequências das nossas decisões. E se um individuo não puder escolher não ler um documento, não instalar um software no seu PC pessoal, seja esse formato ou software Livre ou não, devido às consequências serem inaceitáveis, então a Liberdade dele está seriamente ameaçada. Mas não está ameaçada pelo software não Livre. Está ameaçada porque alguém o obriga a saber usar um computador, a ter um computador pessoal onde possa correr o software adequado e a fazer determinadas coisas com o seu computador pessoal. E isso é aceitável. É daqui que vem a limitação à sua Liberdade e não do facto de o software ser Livre ou não. Remember to be the Killer, not the Victim! (Nuklear Girl) |
| | | | Os outros indivíduos têm Liberdade para escolher. Escolher instalar o MS Word no computador deles. Ou escolher mandar-te à fava mais o teu documento em Word. Hipóteses:
a) Instalar o Microsoft Word Neste caso, como espero que seja evidente, estás a dar-me razão. Houve um pernicioso efeito em rede que forçou mais utilizadores a abdicarem da sua liberdade. Então quando vier o NGSCP aliado à TCPA, é que vai ser lindo. No Office 2003 a Microsoft já deixou saber nas entrelinhas que têm backdoors...
b) mandar à fava o outro utilizador. Como é evidente, no caso de haver necessidade de troca de informação isto pode não ser viável.
Vivemos num mundo real, não é? Então porquê tentar forçar hipóteses que ou me reforçam (em vez de contrariar) ou podem bem ser irreais? |
| | | | b) mandar à fava o outro utilizador. Como é evidente, no caso de haver necessidade de troca de informação isto pode não ser viável. E como eu disse ali em cima, se houver um problema com esta escolha, o problema está na origem da não viabilidade. Qual é a irrelalidade disto? Acho que estás a confundir as coisas. Uma coisa é tu quereres aceder a informação escrita por outra pessoal, porque o assunto te interessa ou outra razão qualquer. Outra coisa é seres obrigado a fazer isso ao ponto não teres nenhuma escolha a não ser ir pela opção A ou outra opção pouco aceitável. No mundo real, há muita gente que não tem um computador. E eu não tolero que me obriguem a fazer seja o que for no meu. Se escolho ter um PC e fazer certas coisas nele, é porque posso e quero. É para minha conveniência, não para a conveniência dos outros. Remember to be the Killer, not the Victim! (Nuklear Girl) |
| | | | Eu, eu, eu. Mim, mim, mim. O meu modo.
Ok, já percebi a tua "filosofia". |
| | | | Pretendes insinuar que sou egoísta e que só me interessam as coisas feitas à minha maneira? Então não percebeste. A minha filosofia a respeito disto é: 1 A Liberdade individual é que é importante. A minha e a de todas as outras pessoas. 2 A Liberdade de cada individuo não deve estar mais restringida do que o necessário para garantir que todos os individuos têm a mesma Liberdade. Remember to be the Killer, not the Victim! (Nuklear Girl) |
| | | | «2 A Liberdade de cada individuo não deve estar mais restringida do que o necessário para garantir que todos os individuos têm a mesma Liberdade. Então no caso de trocares documentos em formatos proprietários, estás a violar esse principio, porque ao faze-lo estás a restringir por motivos tecnicos a possibilidade dos outros de escolherem o software que quérem para aceder a esse formato, sendo provávelmente forçados por ti a utilizar o mesm que tu usas que pode não ser o que eles querem. |
| | | | Não. Estaria a limitar-lhes as opções, não a Liberdade. A sua Liberdade não está condicionada pelo facto de terem ou não acesso ao meu documento. Não os obrigo a fazer nada que não queiram. Não os obrigo a ler o meu documento, não os obrigo a ter software capaz de o ler, não os obrigo a ter um computador onde correr esse software. O quer que façam, é por sua própria vontade. Para mim, Liberdade não é ter as escolhas que gostas. É ter escolhas que não tragam consequências inaceitáveis (ser preso, torturado, morto, despedido, etc..). Remember to be the Killer, not the Victim! (Nuklear Girl) |
| | | | Parabéns, colega! Este teu texto até me fez desenterrar a personagem! Ganda, ganda Coutinho! |
| | | | Em primeiro lugar, sou bastante critico em relação à aceitação deste post: não bastava adicionar todo este "editorial" como comentário no penúltimo post? É esta a politica editorial do gildot? Quanto ao assunto propriamente dito, reitero tudo o que disse no meu comentário anterior, e acrescento: O estado de espírito que levou tantas pessoas a aceitar estas "pequenas falhas" é o mesmo que as leva a aceitar tudo o que ele diz sem questionar. A conferência era aberta e tinha um período de questões que eu julgo ter sido bastante livre. Não seria lá o local para confrontar o Stallman com todas estas preocupações, com as considerações sobre o software proprietário e sobre o "perigo comunista GNU/Linux"? É que vir agora dizer que "eu penso de maneira diferente" e todos os que lá estavam se limitaram a aceitar com gáudio e sem questionar a posição do "Mestre"... Mais uma vez as falhas no raciocínio dele são bastante claras, se não se estiver completamente hipnotizado: o RMS acha que pode pegar numa coisa tão grande como o X-Windows e declarar unilateralmente que passou a fazer parte do sistema GNU Tem a mesma legitimidade que tiveram as pessoas que juntaram o kernel Linux, o software da GNU, projecto Apache , Mozilla, o referido X, etc. criaram distribuições e lhe chamaram Linux... O que ele, julgo eu, pretende apresentar como seu é o conceito de SO compatível com UNIX modularizado da maneira como a definiu, e obedecendo a uma filosofia de software livre. Estarão simplesmente a atingir o ego de um homem notável, mas humano como todos nós, que lamenta que quando vê cumprir-se o sonho que concebeu há vinte anos, lhe dão o nome de outro e não o que ele escolheu. Concordo, acho que essa é uma questão indiscutivel. Mas também acho, no seguimento do que já disse, que também tem havido, por parte daqueles que utilizam muito do software por ele desenvolvido, idealizado ou impulsionado uma certa relutância em lhe atribuir o mérito devido. Continuo a achar que, se não tivessemos a gcc a permitir portar código para plataformas, tanto de hardware (x86, alpha, sparc, etc.) como de software (Windows, UNIXs proprietários) que até agora estavam praticamente entregues a soluções proprietárias, dificilmente se teria assistido ao desenvolvimento que tiveram esses diversos pacotes de software nos últimos anos. E nesses inclui-se o kernel Linux! Não me entendam como um apologista do Stallman. Não o sou de todo, e discordo com muitos dos seus pontos de vista (e nem sou grande Emacs user... :) ). Nem estou a tentar retirar mérito aos outros "player" do universo em questão. Mas não simpatizo muito com injustiças... |
| | | | Segundo RMS a Humanidade fica mais pobre se eu escrever esse programa. Fica mais pobre do que se o programa não existisse. Se for dado um cêntimo a um pobre pedinte, ele fica mais pobre. Não matematicamente, pois assim teve um pouco mais de "riqueza", mas foi tanta a "riqueza" que o pesar aumenta. É mais algo nesse género.
Um aspecto mais inócuo, mas muito revelador de uma certa desonestidade intelectual é a posição do RMS sobre o Linux e a sua exigência em que lhe chamem GNU-slash-Linux. Isto é uma mentira. O Linux é o Linux, programa que se descarrega no seu site (por exemplo) , hoje em dia com cerca de 40 megas aproximadamente.
Stallman refere-se ao Sistema Operativo como um todo e não apenas ao kernel. Eu não compro a história de que o sistema operativo é apenas o kernel, isso é uma visão orientada à técnica pela técnica como um fim e não à técnica como um meio de atingir um fim. Quem defende que o so é apenas o kernel, diz que o so interage entre as aplicacões e o hardware. Então, senhores, por favor chamem kernel32.dll ao Microsoft Windows.
Pouco depois de ter adormecido embalado pelas 4 liberdades ele só ficou completamente desperto quando chegou à questão do GNU/Linux. É algo que o peturba bastante... e o mantém acordado. Isto tem um nome matemático. Correlacão. Também é possível estabelecer correlacões entre o aumento de cópias ilegais de software e o aumento no terrorismo. O significado é este: nenhum.
Mais uma vez as falhas no raciocínio dele são bastante claras, se não se estiver completamente hipnotizado: o RMS acha que pode pegar numa coisa tão grande como o X-Windows e declarar unilateralmente que passou a fazer parte do sistema GNU Sim? Chama-se usufruto das liberdades do Software Livre. Ele nunca disse que o X-Windows foi desenvolvido no âmbito do sistema GNU, mas que o Sistema GNU poderia utilizar um gestor de janelas livre. É um pedaco de software muito complexo, não há necessidade de reinventar a roda.
Por fim, chamem Linux ao Linux. Quer seja uma abreviatura de "kernel Linux" ou de "distribuição Linux" o nome é esse: Linux. Não é Windows, é kernel32.dll ;)
Se o fizerem não estarão a destruir a Liberdade nem a semear a morte e destruição. Estarão simplesmente a atingir o ego de um homem notável, mas humano como todos nós, que lamenta que quando vê cumprir-se o sonho que concebeu há vinte anos, lhe dão o nome de outro e não o que ele escolheu. Não. Lamenta que não vê cumprir o sonho em que todos os utilizadores de software são livres, mas o sonho em que se é popular por ter muitos utilizadores de softwaer (dê ele liberdade a todos os utilizadores ou não).
São estas as subtis diferencas de interpretacão. |
| | | | | Olá. Por fim, chamem Linux ao Linux. Quer seja uma abreviatura de "kernel Linux" ou de "distribuição Linux" o nome é esse: Linux. Não é Windows, é kernel32.dll ;) Acho que tens razão. Por isso, sempre que me referir ao sistema que uso em caso vou passar a chamá-lo Fluxbox/KDE/GTK+/X-Window/GNU/Linux (tenho a ligeira impressão que me estou a esquecer de algumas bibliotecas essenciais, vamos lá a ver se não vem niguém protestar). O problema irá ser perceberem o que estou a dizer, mas antes isso que melindrar alguém. KISS - hold fast to the one noble thing - |
| | | | Estás a esquecer-te de que é perfeitamente possível trabalhar sem qualquer um destes pacotes, por exemplo: Fluxbox, KDE, GTK+, X-Window, que dão funcionalidade extra, mas supérflua para muitas funções. Ou seja, continuas a ter o sistema operativo sem estes pacotes. |
| | | | Muito bonita essa tua tentativa de arranjar um argumento válido para poderes continuar a ser do contra. Assim de repente não me lembro de nenhum filesystem da GNU Foundation. E não estou a imaginar um sistema operativo a funcionar sem filesystem. Se calhar é melhor chamar de GNU/Linux/Ext2fs ...
|
| | | | huh? Quem estava a tentar arranjar um argumento válido para continuar a ser do contra foi o AMD.
E agora, pelos vistos, tu... dado que estás a tentar meter ao barulho coisas que são geridas ao nível de um kernel monolítico, como os filesystems... |
| | | | Olá. Foste tu quem fez a comparação com o windows. No windows, as bibliotecas que tratam de gerar as janelas e tratar o movimento do rato e do teclado (o equivalente ao X-Window) e as que tratam do seu display, posicionamento, apresentação, comunicação entre aplicações, etc (equivalentes ao fluxbox/KDE/GTK+) são consideradas parte do sistema operativo, logo no linux também deviam ser, pela mesma ordem de ideias. Aliás, esqueci-me de um conjunto de programas bastante importante: as ferramentas de controlo da mandrake (ex: o urpmi :), que gerem todo o resto. Talvez o mais correcto seja mesmo chamar-lhe o nome da distribuição: Mandrake Linux. Mas para simplificar, e para que todos possam sentir-se parte de uma comunidade, porque não aceitar o standard de facto neste caso e chamar-lhe simplesmente um sistema linux (em minúsculas, para não confundir com Linux, o kernel)? Cumps. - hold fast to the one noble thing - |
| | | | No windows (...) são consideradas parte do sistema operativo O Que é um dos principais problemas técnicos do Microsoft Windows...
logo no linux também deviam ser, pela mesma ordem de ideias ... e sugeres que isso seja repetido no Linux? Cruzes credo... que kernel tão gordo, as tuas máquinas arrastariam-se, por essa perspectiva... |
| | | | Olá. Estás a deturpar as minhas palavras, como se eu tivesse sugerido que tudo isso devia ser integrado no kernel. Estava apenas a usar a tua justificação para se chamar GNU/Linux e não linux. Segundo as tuas palavras: Stallman refere-se ao Sistema Operativo como um todo e não apenas ao kernel. Eu não compro a história de que o sistema operativo é apenas o kernel, isso é uma visão orientada à técnica pela técnica como um fim e não à técnica como um meio de atingir um fim. Quem defende que o so é apenas o kernel, diz que o so interage entre as aplicacões e o hardware. Então, senhores, por favor chamem kernel32.dll ao Microsoft Windows. Seguindo esse teu raciocínio, eu deveria então chamar ao meu sistema aquele nome comprido do post anterior, pois todos aqueles componentes têm o seu correspondente no sistema operativo windows. Eu não tenho opinião quanto ao que se deve chamar Sistema Operativo, compreendendo os dois pontos de vista e achando méritos em ambos. O que penso é que se já toda a gente conhece estes conjuntos de programas e kernel como distribuição linux, não vale a pena estar a arranjar mais confusão passando agora a chamar-lhe sistema mandrake/fluxbox/kde/gtk+/x-window/gnu/linux. Nem que seja apenas por uma questão de simplicidade. Cumps. - hold fast to the one noble thing - |
| | | | Estás a deturpar as minhas palavras, como se eu tivesse sugerido que tudo isso devia ser integrado no kernel. Então o que dizes não faz sentido, pois estás a falar do Linux (que é um kernel) e não do sistema operativo como um todo.
E quando digo que quem chama Linux ao sistema operativo deveria chamar kernel32.dll ao sistema operativo da Microsoft não é em apelo a utilizar nomes compridos reveladores da incompreensão ou infantilidade, mas a que haja coerência de argumentos. Se o SO é um kernel, então tratem as coisas pelo nome, sejam consistentes.
Se não é só o kernel, então tratem pelo nome certo.
O que penso é que se já toda a gente conhece estes conjuntos de programas e kernel como distribuição linux, não vale a pena estar a arranjar mais confusão passando agora a chamar-lhe sistema (.../)GNU/Linux Nem eu sugiro isso. Todas as coisas que eu resumi por parêntesis que pareces querer insistir em acrescentar para deturpar a questão de se dizer GNU/Linux quando se fala do sistema operativo como um todo não são partes essenciais do sistema operativo. |
| | | | raios... Deixei já um comentário e agora não posso deixar +1. Grande post cyclops. Gustavo Felisberto 72ef1d7183eb2ea89420b94c0cf3e1f1 apt-get install anarchism |
| | | | Mais uma vez, bem comentado! Aproveitando este direito de antena faço alguns desabafos: Este artigo é bem o exemplo do tipo de critica que existe em Portugal, daí o crescimento das revistas cor de rosa e das passagem de modas, e das prendas "só embalagem": critica-se a embalagem e não o conteudo. Está visto que o pessoal prefere os peidos em ecrã azul que o Bill dá quando faz os lançamentos das novas versões (versões revistas, aumentadas e "desta vez sem erros"). Outra situação tipica nestas palestras é não ter questões a colocar e depois vir cá para fora dizer mal. Em apresentações no nosso país, rara foi a vez em que vi o auditório colocar questões, uma coisa que é natural lá fora. Ser contra a filosofia do homem, tal como é o mvalente porque não se revê no estilo de vida é uma coisa, agora, criticar uma filosofia porque não se aprecia a aparencia da pessoa é, no minimo, ridiculo. O homem defende liberdades e critica-se porque ele cobra 10 euros por um autografo! Mas o que é que o cu tem a haver com as calças, onde é que isso vai contra os principios do homem ? E então os comentários que são aqui dados com base no que se ouviu dizer? E que a aparencia do homem radicaliza e desacredita o movimento? E que sim o movimento O.S. com Raymond à frente é melhor por ser mais moderado ? Mas realmente o Raymond tem um melhor aspecto! Mas quem é o Raymond ? Só se for um atrasado mental que até consegue ser ridicularisado pelo Bill Gates! O homem é básico porque quer que o Linux seja GNU/Linux ? Sim, realmente isso é um belo argumento e o Linus coitadinho viu que estava perante um frustrado, teve pena e aceitou! E já agora o quem são os seguidores do RMS? São os que acham as suas ideias interessantes ? O concordar com as suas ideias é fazer parte de uma seita ? Ou a ideia é tentar descredibilizar uma ideia que vai contra "alguns" interesses tentando-a colar a partidos politicos, clubes ou religiões ? Ou os seus seguidores são os que se aproveitam do seu software não dão nada em troca e ainda criticam dizendo que "tem codea". Este homem apareceu do nada e está a liderar um movimento a nivel mundial que é contra interesses de companhias como por exemplo a MS. Ou ele os tem bem firmes ou então é fácilmente apagado - basta ver estas criticas e as colagens que outros movimentos tentam fazer.
São os NOVINHOS que se deixam levar pelo aspecto, porque os mais maduros percebem a mensagem, podendo ou não aceitar. Cumps, |
| | | | Mas quem é o Raymond ? Só se for um atrasado mental que até consegue ser ridicularisado pelo Bill Gates! Já que o ESR é atrasado mental, conseques fazer melhor que isto, não? 1 2 3 PS: s/ridicularisado/ridicularizado Cumps
-- "Muda, que quando a gente muda, o Mundo muda com a gente" -- Gabriel, o Pensador |
| | | | Bem bracaman, com essa tramaste-me! Para já, pelo que li, ele teve um atraso qq. Mas também te digo, não querendo parecer imodesto, mesmo que tivesse curriculo para isso, nunca mediria "forças" com o ESR. Também acredito que tudo isto pode não ser muito racional. Não sei porquê mas o ESR faz-me aflição. Parece que tem um débito grande na fala mas com pouco tino. É o Lapalice do OS ("é graças aos programadores de todo o mundo que o Linux chegou a onde chegou!"). É uma estrela do big brother com um aspecto merdoso. Dá-me ideia que cresceu à conta do Linux e do movimento FS. Parece-me uma pastilha mastigada que se cola aos teus dedos e não consegues deitar fora. Para o cidadão que está pouco atento ao pormenor, facilmente confude o ESR com o RMS, infelizmente para o último, mas por interesse do outro (o coitado do RMS tenta-se desmarcar do OS mas a colagem é tanta que não consegue). É um cão que morde no dono que o alimenta. Tenta minimizar o RMS http://www.linux-mag.com/2000-01/raymond_03.html e agora diz que sem este o O.S. não seria nada. É um escritor do tipo "qqcoisa para burros" que os americanos tanto gostam. Um dos links que dás deixa-me logo de pé atrás: http://catb.org/~esr/guns/. Não consegui encontrar :-( o link mais engraçado em que ele foi deitado abaixo pelo BG numa apresentação. Parece-me um palhaço. E já agora aproveito para deixar aqui mais um link com há algum tempo sobre estes temas: http://archive.salon.com/21st/feature/1998/09/11feature.html Cumps, PS: Agradeço a tua correcção e peço desculpa pelo erro. |
| | | | Tanto o ESR como o RMS são pessoas excêntricas. Fazem comentários idiotas, despropositados, engraçados, interessantes... enfim, assim como todos nós. Sei que o ESR gosta muito de armas, e se procurares, encontras no site dele algo como "I am an armed man, prepared to use deadly force to defend my life and my freedom." Agora, chamar-lhe atrasado mental acho que é descabido. É a minha opinião. Chama o que quiseres ao homem. Só acho que tanto o RMS como o ESR têm muita importância no panorama opensource/software livre e merecem mais do que "é uma atrasado mental". Cumps
-- "Muda, que quando a gente muda, o Mundo muda com a gente" -- Gabriel, o Pensador |
| | | | Tens razão. O homem não é atrasado mental - é um tique meu chamar atrasado mental a pessoas que eu considero pobres de raciocinio. Mas eu acho que é maior a ofensa colocares o Stallman no mesmo saco do ESR. Compara os 'cvs' de cada um. Não têm nada a haver. O Stallman deu um contributo importante para a discussão de ideias sobre os direitos do "software", para além de ter posto em prática e provado a sua teoria - independentemente de à 1ª vista gostarmos ou não da ideia. O outro, juntou-se a 2 ou 3 pessoas que já tinham créditos, pegou na ideia, viu para que lado estava a maré e mudou-lhe o nome - depois de alguém ter alinhavado umas ideias é mais fácil chegar e mandar umas postas de pescada; Começar do nada é que é complicado. Por isso o ESR faz-me parecer uma vedeta do big brother, que surgiu do nada, tem pouco para dar e no entanto é grande estrela nos media. Claro que eu não conheço nenhum dos senhores, só estou a falar do que li dos trabalhos que o Stallman publicou e das entrevistas que o ESR dá (que são de bradar aos céus). Mas agora diz-me sinceramente, tu achas que o comentário que transcreveste dele faz algum sentido? Vês por exemplo, o Stallman a dizer que precisa de andar armado a defender a liberdade de ideias dele? Cumps, |
| | | | O comentário que transcrevi era mesmo para dar alguma razão à parte excêntrica dele. Ele é maluquinho, mas atrasado mental...
-- "Muda, que quando a gente muda, o Mundo muda com a gente" -- Gabriel, o Pensador |
| | | | Excelente post. Estabeceleste a dicotomia que existe entre a filosofia de um homem e a sua forma de interagir com o mundo! :-)
Dominus vobiscum |
| | | | De facto tens razão que um sistema operativo não é só o kernel. Mas é impressão minha ou foi o Linus Torvalds que portou a bash e o GCC para o Sistema Operativo Linux? É que com uma shell e um compilador, já se pode chamar um sistema operativo. E porque raio havia de ser da GNU? Eu também posso fazer um kernel qualquer, portar a bash, GCC e outros componentes GNU (até modificá-los e mudar-lhes o nome), desde que mantenha a GPL. Agora, que direito teria a GNU para exigir que o seu nome viesse no meu Sistema Operativo? O software deles é livre, logo eu posso modificá-lo, copiar código, etc., desde que mantenha a licença. Ninguém discorda que foi utilizado código da GNU nos componentes do sistema operativo Linux. Agora, dizer que esse sistema operativo é da GNU, é completamente falso pois não foram eles que o fizeram. Quem defende que o so é apenas o kernel, diz que o so interage entre as aplicacões e o hardware. Então, senhores, por favor chamem kernel32.dll ao Microsoft Windows. Segundo esse ponto de vista faria mais sentido chamar-lhe Microsoft Windows/Kernel32.dll. Ele nunca disse que o X-Windows foi desenvolvido no âmbito do sistema GNU, mas que o Sistema GNU poderia utilizar um gestor de janelas livre. É um pedaco de software muito complexo, não há necessidade de reinventar a roda. O Linus provavelmente também disse que o Linux poderia usar o sistema GNU. É um pedaço de software muito complexo, e não havia a necessidade de reinventar a roda reescrevendo componentes para o sistema operativo Linux. Mas há uma peça deste puzzle da GNU que eu não consigo perceber. Já que querem trazer para eles todo o mérito do sistema operativo Linux, porque é que não continuaram a desenvolver o pequeno pedaço (kernel) que faltava para o seu quase completo sistema operativo? Não deixa de ser curioso que esse pequeno pormenor que faltava em 1991, passados 12 anos, continue estranhamente a faltar. |
| | | | "Mas é impressão minha ou foi o Linus Torvalds que portou a bash e o GCC para o Sistema Operativo Linux? " Algo como tu disseste é de facto, muito impressão, imaginação, ilusão, como lhe quiseres chamar :-) O kernel linux foi compilado com o GCC e o bash nem é chamado ao caso... "Ninguém discorda que foi utilizado código da GNU nos componentes do sistema operativo Linux. Agora, dizer que esse sistema operativo é da GNU, é completamente falso pois não foram eles que o fizeram." Alguém disse que o sistema operativo era da GNU? O que foi dito é que, visto ter tantos componentes desenvolvidos pela GNU, se deveria chamar GNU/Linux. Nada mais! "Segundo esse ponto de vista faria mais sentido chamar-lhe Microsoft Windows/Kernel32.dll." Foram desenvolvidos pela mesma empresa, eventualmente pelos menos programadores... logo não há necessidade disso. "Mas há uma peça deste puzzle da GNU que eu não consigo perceber. Já que querem trazer para eles todo o mérito do sistema operativo Linux, porque é que não continuaram a desenvolver o pequeno pedaço (kernel) que faltava para o seu quase completo sistema operativo? Não deixa de ser curioso que esse pequeno pormenor que faltava em 1991, passados 12 anos, continue estranhamente a faltar." Porque desenvolver o kernel é algo complicado.. não é propriamente básico, e visto que o Linus já tinha tido esse trabalho, porque não juntar o útil ao agradável, e unificar o sistema? GNU + Linux = Gnu/Linux :-)
Dominus vobiscum |
| | | | Mas há uma peça deste puzzle da GNU que eu não consigo perceber. Já que querem trazer para eles todo o mérito do sistema operativo Linux, porque é que não continuaram a desenvolver o pequeno pedaço (kernel) que faltava para o seu quase completo sistema operativo? Não deixa de ser curioso que esse pequeno pormenor que faltava em 1991, passados 12 anos, continue estranhamente a faltar. Não ouviste o crado "brincadeira" da Igreja do Emacs? GNU é o Sistema e Linux é apenas um dos seus kernels (Linux, o do FreeBSD e o HURD).
O GNU HURD é o micro-kernel (em vez de um kernel monolítico como o Linux) desenvolvido pelo projecto GNU. Um micro-kernel é _muito_ mais difícil de programar e fazer debugging. Entretanto, o kernel Linux ganhou mais popularidade e isso atraiu mais programadores competentes. Contudo o HURD já comeca a ser utilizável, embora principalmente para developers que tencionem ajudar :) |
| | | | O GNU HURD é o micro-kernel Errado. HURD (Hird of Unix Replacement Daemons) é o nome do sistema operativo da GNU, baseado no µKernel GNU MACH. Um micro-kernel é _muito_ mais difícil de programar e fazer debugging UH?! Um dos argumentos clássicos a favor dos sistemas baseados em µKernel é exactamente que são mais simples de desenvolver porque há menos coisas em kernel space. Podes é argumentar que antes do HURD, ninguém se tinha posto a fazer um sistema POSIX baseado em µKernel. Pessoalmente, também acho que quando se analiza a coisa, a arquitecura do HURD é um problema, principalmente em termos de performance. As semânticas POSIX tendem a favorecer sistemas monolíticos, as primitivas do MACH não são grande coisa e o mapeamento directo da API POSIX para as RPC não ajuda. Remember to be the Killer, not the Victim! (Nuklear Girl) |
| | | | O GNU HURD é o micro-kernel Errado. HURD (Hird of Unix Replacement Daemons) é o nome do sistema operativo da GNU, baseado no µKernel GNU MACH.
Sim, estava a sobre-simplificar. Mas não é baseado no µKernel GNU MACH, o µKernel GNU MACH onde está o GNU HURD é baseado no Mach. |
| | | | Clarificando: o HURD corre sobre o GNU MACH (é isto que queria dizer com "baseado no") e o GNU MACH é por sua vez um derivado do Mach 3 da CMU (creio que é isto que querias dizer com "baseado no"). :) Remember to be the Killer, not the Victim! (Nuklear Girl) |
| | | | Interessante mas... acho que perdeste uma excelente oportunidade de, no sábado à tarde, confrontares o próprio Stallman com essa tua opinião. O período de Q&A foi bastante inócuo e teria sido interessante ouvir alguma discussão a este nível... |
| | | | E vais pagar os direitos de autor ao Bruce Perens e ao Eric Raymond por dizeres aqui o que eles ja dizem e escrevem a meia duzia de anos? Tudo bem que o The Cathedral and The Bazar tem uma licença Free, mas tens de dizer que lá foste buscar. Ou estás s a escrever para quem ache que aquilo que tas a falar é novidade? Gustavo Felisberto 72ef1d7183eb2ea89420b94c0cf3e1f1 apt-get install anarchism
|
| | | | Concordo quando se diz que é um exagero esta exigência de que se chame o Linux de GNU/Linux.
Stallman acaba por ser vítima do seu próprio modelo. As pessoas não são obrigadas a chamar GNU ao software que utiliza ferramentas GNU. A GPL não o obriga. No entanto, e do ponto de vista teório, se tiver de me referir ao sistema, como o designo? Designo-o por GNU/Linux, repito, numa abordagem teórica. Mas a desginação de Linux acaba também por não estar errada, porque o tempo, esse filtro de conceitos, a aceitou. Ou seja, parece-me quase indiferente. Por isso digo que é um exagero.
Outra questão que é levantada é a da liberdade que eventualmente se tira aos outros ao utilizar software proprietário.
Ora vejamos. Estamos todos de acordo quando se diz que o software livre nos dá mais liberdade. O que pressupõe que esse acréscimo de liberdade era algo que não tinha-mos com o software proprietário. Portanto, se mudarmos de software livre para software proprietário, perdemos liberdade. Continuámos de acordo? É um silogismo muito simples: - Software livre dá mais liberdade que proprietário
- Software proprietário dá menos liberdade que software livre
- logo, mudar de proprietário para livre dá menos liberdade
Mas a questão não era esta. A questão é se ao usarmos, e escrevermos, software proprietário estamos a tirar liberdade aos outros. E, pegando no silogismo anterior, sou obrigado a concluir também que o desenvolvimento de software priprietário aumenta as hipóteses de perdas de liberdade.
Não se trata de uma relação directa, mas todos sabemos que ao desenvolvermos software para Windows estamos a favorecer uma plataforma que em nada favorece a liberdade de escolha. É verdade. Não se trata de uma implicação directa, mas mais tarde ao mais cedo, é o software proprietário quem ganha com essa opção. Logo, perdemos todos, pelo menos, algumas hipóteses de sermos mais livres.
Is this the meaning of life?....Ah! It's Lear again! |
| | | | | " * Software livre dá mais liberdade que proprietário * Software proprietário dá menos liberdade que software livre * logo, mudar de proprietário para livre dá menos liberdade" Que relação é esta? A conclusão que podes extraír das duas premissas iniciais é que mudar de software proprietário para livre dá mais MAIS Liberdade, e não menos! Gralha?
Dominus vobiscum |
| | | | Sorry... É uma gralha :)
- Software livre dá mais liberdade que proprietário
- Software proprietário dá menos liberdade que software livre
- logo, mudar de livre para proprietário dá menos liberdade
Assim é que é
Is this the meaning of life?....Ah! It's Lear again! |
| | | | - tenho a liberdade de escolher software proprietario
- tenho a liberdade de escolher software livre
- tenho a liberdade de escolher software open source
- logo, ser obrigado a só usar software livre dá menos liberdade
Cumprimentos Mario Valente |
| | | | Portanto, como agora em Portugal não consegues escolher uma ditadura isso significa que não és livre! É isso? Cumps, |
| | | | Portanto, como agora em Portugal não consegues escolher uma ditadura ... Acho que nada impede que se escolha por eleição livre uma ditadura. Talvez seja necessária uma maioria de 2/3 para mudar a constituição, mas nada impede os eleitores de darem 2/3 a um único partido. |
| | | | A constituição impede-o (tal como impede, por exemplo, o aparecimento de partidos de extrema direita). |
| | | | Por isso é que ele disse que era necessário mudar a constituição....
Is this the meaning of life?....Ah! It's Lear again! |
| | | | Não me digas que isso é assim tão simples! Não me assustes. É que com os argumentos que aqui ás vezes oiço parece-me que essa via (ou a do Duarte) está mais perto do que julgava. Eu só estava a olhar para a frente. Nunca tinha colocado a hipotese de andar para trás. Mas já agora, nesse caso se escolheres essa opção, deixas de poder voltar a ser livre. Ou não ? Cumps, |
| | | | Antes de mais, ninguém te obriga a nada. Se tu te sentes impelido a utilizar Software Livre, não digas que ninguém te obriga quando és tu mesmo, no teu âmago, que reconheces a validade da argumentacão (embora racionalmente não o facas). Porque de resto, estarem a criticar a utilizacão de software não-livre por causa do mal indirecto que fazes aos outros ou directamente a ti, não é uma obrigacão. Não desconverses, se faz favor.
Segundo, estas a confundir liberdade com liberdade de escolha. Dentro do Software Livre continuas a ter liberdade de escolha. Quando falas de software não-livre, apenas falas de liberdade de escolher o teu próximo dono. Não é, sequer, realmente uma liberdade. É uma opcão. Mas esta opcão torna-se imoral quando directa ou indirectamente incentiva outras pessoas a submeterem-se à mesma escravatura.
Logo, a tua lógica não transmite a realidade. Deveria ser:
* logo, usar exclusivamente software livre dá menos liberdade de escolha, em troca de maior liberdade no geral.
Isto porque, à parte ligeiras diferencas que faziam a APSL anterior ser opensource mas não livre -- note-se que a Apple voluntariamente modificou a licenca para que seja Livre, o que quererá isto dizer? Que as empresas não gostam de liberdade? haha -- software open source e Software Livre englobam praticamente o mesmo, logo não me vou repetir. |
| | | | Antes de mais, ninguém te obriga a nada. Se tu te sentes impelido a utilizar Software Livre, não digas que ninguém te obriga quando és tu mesmo, no teu âmago, que reconheces a validade da argumentacão (embora racionalmente não o facas). Porque de resto, estarem a criticar a utilizacão de software não-livre por causa do mal indirecto que fazes aos outros ou directamente a ti, não é uma obrigacão. Não desconverses, se faz favor. Se bem me lembro uma aprovação do projecto de lei do BE, obrigar-me-ia no contexto da função pública a usar (a menos de um burocrático mecanismo de excepção) Software Livre ... É no aspecto da obrigatoriedade e na cristalização que isso acarreta que discordo das vossas opções. |
| | | | Primeiro, o supostamente burocrático mecanismo de excepção poderia ser trocado por outro, por ventura, mas há mais coisas que passam pela PCM, de qualquer das formas, as excepções justificáveis não me parecem muitas.
Segundo, acho muito bem que a Administração Pública utilize exclusivamente Software Livre pois apenas assim consegue entrar num caminho de correcção de uma data de problemas que a situação actual não só não resolve, como a promove.
Muita crítica, mas poucas ou nenhumas alternativas. |
| | | | Algumas alternativas: - Produção exclusiva de Software Livre em projectos financiados a 100% pelo estado. Ou eventualmente numa proporção do financiamento público ao projecto. - Uso exclusivo de formatos com especificações públicas sempre que existam e não acarretem perda de informação. - Uso preferencial de Open Source na administração pública, numa logica de custo e flexibilidade vs qualidade. |
| | | | Ah, muito melhor. É sempre preferível trabalhar sobre propostas concretas, contudo sugeriria antes: - Produção exclusiva de Software Livre em projectos financiados a mais de 50% pelo estado.
- Uso exclusivo de formatos com especificações públicas sempre que existam e não acarretem perda de informação. Se não existirem, deverá ser criada uma task force para o criar. (acção positiva em vez de apenas negativa ou passiva)
- Uso preferencial de Software Livre na administração pública, numa logica de custo, autonomia e flexibilidade vs qualidade. Deverá ser incluída a viabilidade de encomendar a criação (ou modificação) de Software Livre que cumpra (ou para cumprir na totalidade) os requisitos. |
| | | | Ok. Há muito tempo que não estavamos tão proximos de concordar em algo. |
| | | | "Produção exclusiva de Software Livre em projectos financiados a mais de 50% pelo estado."
Uma boa opção poderá ser em _alguns_ casos o Estado ser o proprietário, não vejo mal nenhum nisso. Se o Estado gasta dinheiro _meu_ a produzir software, poderá ser interessante tentar rentabilizá-lo impedindo que empresas privadas se aproveitam do trabalho alheio sem contrapartidas.
"Uso exclusivo de formatos com especificações públicas sempre que existam e não acarretem perda de informação. Se não existirem, deverá ser criada uma task force para o criar."
Que tenham especificações públicas acho que devia ser obrigatório (não me estou a lembrar de nenhuma razão para que não sejam). Mas criar formatos novos parece-me má ideia. Só nos faltavam mais "standards"... Há muita coisa já definida no âmbito das actividades relacionadas com a "Semantic Web" e com os "Web Services", por exemplo. |
| | | | Se o Estado gasta dinheiro _meu_ a produzir software, poderá ser interessante tentar rentabilizá-lo impedindo que empresas privadas se aproveitam do trabalho alheio sem contrapartidas.
Uma boa forma de o fazer seria licenciar tal software com a GNU GPL, e não com uma licenca que não garanta a liberdade a todos os utilizadores. |
| | | | "Se o Estado gasta dinheiro _meu_ a produzir software, poderá ser interessante tentar rentabilizá-lo impedindo que empresas privadas se aproveitam do trabalho alheio sem contrapartidas."
"Uma boa forma de o fazer seria licenciar tal software com a GNU GPL, e não com uma licenca que não garanta a liberdade a todos os utilizadores."
Não percebi. Depois de o Estado vender ou oferecer a primeira cópia a alguém, não tinha meios de impedir que essa cópia fosse distribuida por quem estivesse interessado (em particular empresas privadas) sem o Estado receber mais dinheiro nenhum, certo? |
| | | | É no aspecto da obrigatoriedade e na cristalização que isso acarreta que discordo das vossas opções.
Então já somos pelo menos 2...
Yours, McB! They told me it need Windows 95 or better, so I chose Linux |
| | | | Está correcto, mas a curto prazo. Podemos sempre ficar a filosafar sobre as implicações futuras da utilização de software proprietário.
Mas eu não me referia a isso :). Refería-me ao impacto da utilização de software (livre ou proprietário) por parte de cada um de nós. Era isso que estava em causa no texto.
PS: Mas, atenção, Software Livre e Open Source não são disjuntos.
Is this the meaning of life?....Ah! It's Lear again! |
| | | | PS: Mas, atenção, Software Livre e Open Source não são disjuntos. Errado. No contexto do "opensource" a APSL original é aceitável, enquanto que apenas se tornou Livre (com modificações da Apple no sentido de dar liberdade aos utilizadores do software por ela coberto) muito tempo mais tarde.
Isto apenas basta como prova que os conjuntos são disjuntos. |
| | | | Disjuntos significa não terem nada em comum.
O software Open-Source, como o próprio nome diz, tem o código fonte disponível (pelo menos para o veres).
O Software Livre tem o código disponível.
Parece-me claro que, embora não sejam iguais, os conjuntos não são disjuntos E, já agora, o bonequinho da FSF
Is this the meaning of life?....Ah! It's Lear again! |
| | | | Disjuntos significa não terem nada em comum.
Bzzt... Wrong! Disjuntos quer dizer que há elementos que não estão nos 2.
Para que o Software possa ser Livre (ie, permitir a todos os utilizadores as 4 liberdades fundamentais) tem de ter o código fonte disponível.
Isto é bastante diferente de simplesmente tem o código disponível. |
| | | | "Disjuntos quer dizer que há elementos que não estão nos 2."
Os "ventos do RMS" estão a intoxicar-te um pouco... ;-)
Entre outros: Hyperdictionary pesquisa no Google
|
| | | | OK, estou errado aqui. Provavelmente derivado da utilizacão que ouvia dos professores: completamente disjuntos ;) |
| | | | «As pessoas não são obrigadas a chamar GNU ao software que utiliza ferramentas GNU. A GPL não o obriga. Mas onde é que viste o homem a obrigar alguem a fazer o que quér que seja? Ele deu a sua opnião e explicou o que fundamenta a sua opnião. Isso é obrigar alguem???? Caramba!! Ainda lhe chamam a ele fanático! |
| | | | Não disse que ele obrigou alguém. O que disse foi que quando se desenvolve software GPL, ou mesmo quando fazes uma fusão entre várias ferramentas - como no caso das distribuições Linux -, aquilo a que a GPL te obriga é a manteres a licença (GPL). Ou seja, os resposáveis pelas distros chamam-lhes aquilo que quizerem, até podem ignorar o nome Linux. O que se tem verificado é que a designação adoptada é de sistemas Linux, quando Linux é apenas o Kernel. O que me parece que acontece, e isso podemos comprová-lo no site da FSF, é que essa acaba por ser uma questão central para eles. Quando, na minha opinião, deviam ver isso como uma consequência da sua própria inovação: o Software Livre e o não à propriedade intelectual (que tanto clamam). Mas são humanos... E acabam por caír numa teia de opiniões que mais parece uma luta por direitos de autor. E isso chega a ser patético. No entanto, já disse que concordo com a designação GNU/Linux, embora não seja nada boa para o marketing. Já dizia o outro: a César o que é de César... Is this the meaning of life?....Ah! It's Lear again! |
| | | | Quando, na minha opinião, deviam ver isso como uma consequência da sua própria inovação: o Software Livre e o não à propriedade intelectual (que tanto clamam). Mas são humanos... E acabam por caír numa teia de opiniões que mais parece uma luta por direitos de autor. E isso chega a ser patético. O NÃO é à utilizacão do termo "propriedade" intelectual, que não existe. É um chavão criado com a intencão de tentar confundir direitos não-naturais atribuídos pelo estado tais como o Direito de Patentes, o Direito de Autor, a Marca Registada, etc. |
| | | | O meu post tem uma gralha, por sinal, muito grave.
Quando digo, na conclusão do silogismo, que mudar de proprietário para livre dá menos liberdade, o que quero dizer é que mudar de livre para proprietário dá menos liberdade.
Is this the meaning of life?....Ah! It's Lear again! |
| | | | Bem, este foi um dos melhores textos que li sobre o GNU/Linux vs Linux. Para além de que se uma pessoa dorme a meio de uma conferência está a ser simplesmente mal educado e a mostrar uma grande desconsideração pelo público. Tal como o facto de se peidar, mostra desrespeito pela minha liberdade de _não_ ter de cheirar os vestigios da sua menos boa digestão. Vindo de uma pessoa inteligente, que ele é, este tipo de extravagâncias axo ridiculas e infantis, parece que quer ser alvo de atenções e comentários polémicos. (Além de que lhe retira fiabilidade perante o mundo real/económico/etc... ) mais uma vez.. é favor pontuar este texto com um excepcional e raro: 6 Pontos, 20 valores, excelente!
Miguel F. M. de Sousa Filipe handle: m3thos More Human than Human. |
| | | | | "Tal como o facto de se peidar"
Acho que o homem além de sofrer de jet-lag também sofre de peido-lag :P
Mário Gamito my web shelter |
| | | | Olhem só os lambe botas a falar....
Voltem lá para o pais real para fazer criancinhas!!
|
| | | | Este sim, é off-topic. Já se notam as tropas das claques ao ataque. Apenas espero que sejam mesmo claques e não batotices, porque se a ignorância se perdoa, a intenção já não. Vejo um post descer de merecedores 5 para 4, e outros dois a levar com um despropositado (enquanto que um ridículo leva com um ponto de Esclarecedor), e um destes a subtrair mais um um Redundante. Sim senhor. Mas que boa moderação. Viva as claques ps: não estou a reclamar por moderção positiva, apenas a constatar mais uma vez prova da existência de claques ou batotice. |
| | | | | O problema das moderações é recorrente e penso que com o status quo actual, não há volta a dar-lhe. Ver: http://www.gildot.org/articles/03/05/15/0847257.shtml entre outros. nota: apesar daquela do peido-lag estar mesmo engraçada |
| | | | "apesar daquela do peido-lag estar mesmo engraçada" Nem por isso... Ora se ele tivesse dito que o RMS sofreu "problemas" por ter experimentado a excelente culinária portuguesa (leia-se, feijoada e francesinhas), aí até era mais engraçado. :P |
| | | | Não é tão doce como a pepsi, e depois tem uns anúncios bonitos. |
| | | | | | | Ou, por outras palavras: FSF: deve-se usar software livre porque é livre. OSI: convém usar software livre, porque é melhor. Concordo mais com a FSF, se bem que ser muito melhor (e é) só ajuda. :)
"It is every citizen's final duty to go into the tanks and become one with all the people." - Chairman Sheng-ji Yang, "Ethics for Tomorrow" |
| | | | E poderes fazer o que queres com o teu trabalho. A unica coisa que nao podes fazer e apropriar-te do trabalho alheio sem licenca. Pessoalmente, acho que o software proprietario /arrendado/ a 1 ou 3 anos (mediante licencas revogaveis ou upgrades forcados) sem a minima interoperabilidade com a concorrencia, se devia qualificar como extorsao. Tenho anos de trabalho fechados em documentos em formatos proprietarios. Se quiser reutilizar o meu trabalho no futuro tenho de pagar uma licenca exorbitante ou procurar um empregador com capacidade financeira para adquirir os programas necessarios. Quanto aos habitos de higiene do senhor, espero que ao menos nao cheire mal. Ja vi discussoes entre cromos desse calibre terminarem por falta de ar.
## I see offline people. |
| | | | Bem, reza a longa história do fenómeno Stallman que lhe tenham chamado imensas coisas, mas acho que nunca ninguém lhe chamou santo.. Gotta be a first... ^D |
| | | | Olá António. Gostei do texto, mas há alguns pontos em que discordo contigo, pelo menos no que toca à minha pessoa (podes sempre escudar-te no facto de eu não ser normal ;)). Sobre o que é aceite ao Stallman em termos de comportamento, acho que vem da fama de excêntrico. Felizmente, não é de longe o único génio excêntrico do mundo (a lista de apoiados pela Fundação McCarthur inclui alguns que, sendo americanos, precisam de um tradutor para falar com seres normais). Do meu lado, há muito tempo que aprendi a distinguir forma de conteúdo (felizmente, cheguei à conclusão que as melhores coisas não constumam ter uma embalagem a condizer). Quanto ao GNU/Linux, já afirmei aqui a principal razão porque uso esta expressão: divulgação. As pessoas dizem, do Linux já ouvi falar, que é isso do GNU. Resposta a informação pedida é muito mais eficaz. Quanto à utilização de software proprietário penalizar o software livre, é verdade. Sim, não será em todos os casos, mas na maioria de software assistes a efeitos de rede. Como saberás, um efeito de rede, uma vez alargado torna-se extremamente difícil de contrariar (por definição é algo que se reforça com o número de utilizadores). O mesmo acontece com os formatos proprietários. Honestamente, gostava de discutir este assunto. A utilização de gnuwin (um CD de Software Livre para Windows) como ferramenta de conversão tem-se revelado extremamente eficaz. Cada vez mais me convenço que há um nível de descomforto aceitável para o utilizador normal e que, se formos apresentando soluções dentro desse nível de comforto podemos converter qualquer utilizador. Noutras situações, como a Rádio Popular demonstrou, é possível por o efeito de rede a funcionar contra o software não-livre. Mas isso exige uma decisão superior. Alguém disponível para discutir estratégias de migração? |
| | | | | "Alguém disponível para discutir estratégias de migração?"
Acho que a melhor estratégia passa por 2 aspectos:
1) dar às pessoas o mínimo possível para aquilo que elas precisam de fazer; 2) tornar esse mínimo agradável para elas.
Se houver uma alternativa que: - é mais rápida do que o sw que elas usam actualmente; - é intuitiva nem que seja após uma pequena ambientação assistida; - é muito fiável; - é mais barata; - não tem extras que as distraem e que causam confusão; as pessoas aderem.
Não me parece boa estratégia, analisando os efeitos no médio/longo prazo, manter o Windows. A mudar que se mude mesmo e tudo de uma vez. Acho que o desafio está em fazer com que as vantagens sejam muito significativas e perfeitamente evidentes para o utilizador.
O trabalho principal estará portanto em retirar todo o software que está a mais e que o utilizador não precisa, colocando o PC bastante mais rápido e fiável.
Em ambientes profissionais importa também defender o PC dos "vandalismos" do utilizador normal, não-técnico. Limitar drasticamente as suas capacidades de administração/configuração da máquina. Geri-lo remotamente sem intervenção do utilizador e de forma transparente para ele, explicando-lhe que isso está a ser feito. Neste aspecto pode-se fazer um pouco de "batota": ao passar para linux aumentar também o cuidado com a gestão regular da máquinas, com os backups, etc.. O utilizador apercebe-se de que algo está melhor e pensa que foi da mudança para linux, quando afinal se calhar a maior parte foi apenas maior cuidado com o parque de máquinas... :-) Mas isso ajuda a vencer as resistências. |
| | | | Faço parte da numerosa audiência que pôde ler aqui o artigo do AJC, fundador e editor do Gildot. Apesar de conhecer desde há muito tempo a grande contribuição que ele deu a todos nós, bem como as suas ideias, e de há muito tempo concordar com muitas delas e discordar de outras, não há dúvidas que ler um artigo editorial dele é uma experiência notável. Ao apreciar o conjunto da dissertação dele e as reacções que provoca creio ter percebido melhor o fenómeno. É disso que vou falar neste comentário. Aviso: vou ser crítico, muito critíco mesmo. Isto quer dizer que este texto é perigoso. Este texto pode danificar seriamente a Liberdade de quem o ler. Estão avisados. A principal constatação que fiz ao ler o artigo do AJC tem a ver com um fenómeno bem conhecido e bastante perigoso: a suspensão do sentido crítico das pessoas, mesmo das mais inteligentes. Normalmente as pessoas são capazes de encarar a ideias e as palavras dos oradores, mesmo quando concordam com eles, com algum sentido crítico. Apercebem-se que, apesar de admirarem alguém e as suas ideias, é natural que haja algumas coisas em que pensem de maneira diferente. Também é normal que se veja o aspecto humano do orador e se associe algumas das posições dele a questões emocionais e pessoais. Fundamentalmente o espírito crítico e a liberdade de pensamento levam-nos a poder questionar qualquer ideia ou frase individual do orador, sem deixar de ter por ele muita admiração ou respeito. Algumas pessoas conseguem o feito notável de conseguir eliminar o sentido crítico de quem os ouve, fazendo com que tudo o que digam, desde conceitos naturais e evidentes às ideias mais inconcebíveis, seja assimilado em modo automático pela plateia. Este é um dom precioso, que tem sido usado e abusado por profetas e ditadores, políticos e propagandistas. Depois de ler o artigo parece-me claro que AJC tem esta capacidade e usa-a de forma bastante eficaz. [...]
Ruben |
| | | | Resumindo e concluindo, assiste-se uma vez mais ao que já estamos habituados. Quero dizer, a "equipa" da casa gosta muito de software livre mas é quando este lhes dá dinheiro. A postura é a do costume, disparar em todas as direcções e atirar areia para os olhos dos menos esclarecidos.
Enfim, Portugal no seu melhor. |
| | | | Ia deixar um comentário ao artigo, mas comento o teu comentário ;-) Como diz o povo: não basta ser mulher de César, é preciso parecê-lo. E mais não digo...
---------- -1: Redundante! |
| | | | | "Como diz o povo: não basta ser mulher de César, é preciso parecê-lo."
O "povo" talvez diga isso, mas correcto será mais: "à mulher de César não basta ser honesta, é preciso parecê-lo". Não percebi de qq modo o que querias dizer com isso ao comentar um post que não merece comentários. |
| | | | Básicamente, que não basta o RMS ser quem é para poder ter atitudes de baixo nível como as que aparentemente teve lá no Porto. Se fosse eu o anfitrião e aquele menino adormecesse, perguntava-lhe se não queria antes ir para uma pensão 3 estrelas descansar um bocado. Acho uma vergonha mas enfim... sou só eu e, como disse o Lucifugo, a minha medriocridade.
---------- -1: Redundante! |
| | | | Gostava de te ver a circular pelo mundo fora, sofrendo de jet-lag e levando tão a peito as injustiças neste mundo como ele leva. Provavelmente terias perturbações de sono, também, podendo levar, em casos extremos, a sentir-se tão cansado como se sentia... |
| | | | Realmente, estou cheio de pena dele coitadinho... Duas situações: se eu tiver de me deslocar aos EUA para vender o meu peixe achas que quem me vai ouvir (comprar o dito) acha bem que eu large gazes? (parece que ele fez isto...) Outra situação: se lá estivesse alguém que manda e tivesse alguma capacidade de decisão para fazer migrar N centenas ou milhares de computadores para Linux, esse alguém iria achar de bom tom aquela(s) atitudes? Ou ia achar que aquele gajo era mais um parvinho da informática, mesmo sendo quem é?
Pois, também me parece que não... Não é a apresentação que mais conta, é o conteúdo. No caso do RMS (ou qualquer outra pessoa) estou-me particularmente nas tintas para que ande de chinelos, camisa havaiana, calções e barba até ao umbigo - que tenha um aspecto deplorável - desde que seja bom profissional, mas acho que também conta um bocado de educação e respeito para com quem está por perto não? Enfim, esquece lá isso que esta vai ser mais uma daquelas discussões em que tu ficas na tua e eu fico na minha...
---------- -1: Redundante! |
| | | | Sabes que qualquer pessoa larga uns bons litros de gás por dia? |
| | | | "Sabes que qualquer pessoa larga uns bons litros de gás por dia?"
Nunca pensei que se pudesse chegar ao ponto de defender as flatulências do RMS! ;-) |
| | | | E não estou. Estou a criticar a mesquinhez da crítica. |
| | | | Offtopic... "Gostava de te ver a circular pelo mundo fora, sofrendo de jet-lag e levando tão a peito as injustiças neste mundo"
Correcção: "levando tão a peido"... :-) :-) :-)
|
| | |
|
|
|
[ Topo |
FAQ |
Editores |
Contacto ]
|