|
gildot |
|
| |
| | | | Contribuído por BladeRunner em 12-05-03 10:30 do departamento do-you-speak-english? | | | | | | | vd escreve "Vem, no Público, um artigo sobre a importação, assimilação e tradução de termos em inglês na nossa lingua. O artigo refere alguns especialistas e tenta determinar o futuro do português. O factor "evolução" é claramente preferido por muitos, mas outros mostram-se apreensivos com esta nova massificação de termos e palavras. A linguagem SMS, por sua vez, não é apontada como factor preponderante para esta rápida assimilação, porque não passa apenas de um forma curta de se escrever. "Todos os especialistas partem da mesma ideia: a língua é um organismo vivo, em constante movimento.", "Uma língua fechada, sem contacto, é uma língua local e regional e por isso vulnerável". O artigo aponta para que esta convivência de novos termos ou expressões são, de facto, importantes e podem ser vistas com bons olhos, desde que certas regras sejam cumpridas.
Artigo completo - "Sandwich" Ou Sandes? Não É Essa a Questão" | | | | | | < Uma semana em cheio | Betos, dinheiro e campus virtuais > | | gildot Login | | | Referências | | |
Esta discussão foi arquivada. Não se pode acrescentar nenhum comentário. | | | Aqui no Gildot assistimos com frequência ao uso de expressões estrangeiras e de estrangeirismos gratuitos quando existem expressões do Português perfeitamente adequadas à ideia que se pretende transmitir. Um exemplo gritante é o uso da expressão "por defeito" quando se pretende transmitir a ideia de "por omissão". Ainda para mais porque a expressão "por defeito" vai perdendo o significado original de "por valores inferiores". A questão que deixo à vossa consideração é se essa utilização se deve a alguma forma crónica de preguiça em procurar os termos correctos, a uma questão de estilo (se é ou não 'cool' :-)) ou a qualquer outra?
Tó-Zé 'Senador' |
| | | | | Ou standard, quando se deveria usar padrão Mas essas não são as piores. O que me põe fora de mim é: salvar... ---- //\anuel /|zevedo |
| | | | Por acaso acho o 'salvar' muito a proposito, como muitos dos antigos utilizadores do word 6. Quem e que nao se lembra do famoso 'disk is full' que o word fazia quando tentavamos salvar um documento da danacao eterna causada por um word moribundo?
## I live the way I type; fast, with a lot of mistakes. |
| | | | Olha que save é salvar. Esta está correcta. Salvar = To Save Gravar = To Record Guardar = To Keep Que solução é que propunhas?
|
| | | | A tradução não tem que ser feita à letra, o facto de os Ingleses/Americanos usarem a expressão "save" não nos obriga a traduzir à letra, nós também temos cérebro e podemos analizar o que estamos a fazer e usar a palavra adequada para isso, e como estamos a gravar um ficheiro em disco, podemos perfeitamente usr o termo "gravar".
Já agora se fores ao www.dictionary.com e procurares o significado da palavra "save", vais encontrar um dos significados como sendo "# To set aside for future use; store.", o que traduzido para português é "guardar", porque o ficheiro não está necessitado de salvação mas sim de ser guardado. Convém lembrar que a invenção do termo foi anterior à invenção dos Windows, Words e afins e que portanto os ficheiros não estavam permanentemente em risco. ;) Ok, ok, eu não resisti a fazer esta piadinha!
No woman ever falls in love with a man unless she has a better opinion of him than he deserves. |
| | | | Sim correcto. Eu também uso "gravar" dado que nós sempre gravamos dados em suporte magnético. Mas quem te garante que a primeira pessoa que gravou um ficheiro em suporte magnético não tinha como intenção de facto "salvar" os dados para que eles não tivessem uma morte prematura quando se desligasse o computador? Quer isto dizer que o uso de Save pode-se dever ao facto de originalmente o objectivo fosse mesmo "salvar" os dados de algo que lhes podia acontecer. É que deve ter existido uma razão para escolherem "Save" em vez de "Record" ou "Store... |
| | | | Pelo menos na minha opinião, salvar é procurar evitar que qualquer coisa "morra" ou "seja destruída"... É certo, que um arranque da máquina ou simples falta de energia ou mesmo um "crash", não SALVA o documento de ser destruído. Confesso que sempre me suou mal, embora tenha plena consciência que "save" é salvar, como também é, e acho mais correcto: GUARDAR (keep for the future). Sempre há o Ciberdúvidas onde há uma referência ao termo correcto, embora o site hoje esteja off-line. ---- //\anuel /|zevedo |
| | | | Record eu traduzo para registar e não para gravar e traduzo save para gravar. Já agora traduzo keep para manter. Sérgio |
| | | | Já q alguns preferem Salvar e outros Guardar, porque não Salvaguardar? :D
Se calhar era mesmo a melhor tradução! |
| | | | Façam o que quiserem com o portugês mas não me tirem a lei do menor esforço. Como alentejano, aprecio muito essa característica da língua portuguesa...
Tá-se memo a ver, nã tá-se? |
| | | | Mais interessante é que quem conduz as palavras do vocabulário mais técnico do inglês para o português, por azar, são os que por (de)formação falam menos bem o português. quem esteve no ensino secundário ao mesmo tempo que eu (década de 90) passou por uma grande separação entre os que iam ter matemática no 10, 11 e 12o anos e os que não iam ter. Inversamente, as disciplinas onde se lê mais frases completas e menos gatafunhos simbólicos :) , como filosofia, português, histórias e geografias ... aparecem em grande nos currículos de quem não tem matemática. pressupôs-se que aos 15/16 anos as pessoas já teriam um domínio suficiente da língua materna para poderem especializar-se, sem perderem o dom de construir frases completas! :) acho que é esta falta de prática da escrita que conduz a que nos anos seguintes, pela universidade fora e não só, venham aparecer expressões bastante erradas, mas que por serem muito repetidas, e repetidas por quem supostamente sabe o que diz, se tornam correntes. ex.: Aceder vs. Acessar - para quem estranha o português falado no Brasil, isto pode ser chocante, mas "Aceder" não tem nada a ver com "Acesso". Hoje em dia os "tecnológicos" de 2a e 3a geração [ie: os gajos que sabem usar telemóvel... duh :) ] "aquiescem" a tudo e mais alguma coisa quando na realidade querem "acessar" todas as coisas interessantes que há para ver por aí. Os Inginheiros Hard-Core poderão dizer: «eu tenho é que produzir código, isto é para funcionar, não é para rimar.» Sendo verdade, acho que é esse tipo de atitude que faz com que a qualidade do software não possa ser avaliada ("assessed", em inglês) pelos seus compradores, que encontram na documentação um obstáculo intransponível. Já imaginaram se as MAN-pages tivessem todas sido escritas tão bem como a generalidade do que se vê no Gildot ? :) Grumpy B) |
| | | | Uh, acho que estás ligeiramente equivocado. Primeiro, deixa-me introduzir-te a um conceito radical, chamado "contexto"! Inovador, hein? Depois, passando ao que interessa: "acessar" nem sequer é uma palavra (como, aliás, poderás constatar em qualquer diccionário da Língua Portuguesa), e "aceder" tem _TUDO_ a ver com "acesso", no nosso contexto em particular -- dizer o contrario é absurdo! E ainda estou para perceber porque é que "aquiescer" foi aqui metido ao barulho -- lá por ser um dos sinonimos de "aceder", não implica necessáriamente que tenha algo que ver com esta discussão em particular! "Aquiescer" é sinonimo de "aceder" sim senhor, mas num contexto absolutamente diferente do que nos interessa: 'e no sentido de "deferir", "aceitar", "concordar", ou seja, diametralmente oposto de "aceder" enquanto no contexto de granjear "acesso". Pensar por mais de dois nanosegundos, de vez em quando, até compensa.
-- (c) Anónimo Cobarde, 1999-2002 |
| | | | Eu, nisto vejo uma certa americanização das restantes culturas do mundo, assassinando-as. E nas traduções para português do Brasil(que, na minha opinião, nem se devia chamar português) vejo muito a abrasileiração da língua portiguesa, assassinando a nossa língua também. Logo sou contra o acordo ortográfico Portugal-Brasil. Defendam o que é nacional. Eu apoio tudo o que for traduções para o nosso Português. Se forem à Alemanha, ninguém vos dá troco se não falarem a língua deles. Sérgio |
| | | | Um artigo muito interessante. Apresenta alguns aspectos em que a língua evolui e alguns desenvolvimentos quase imperceptíveis ao nível lexical, sintático e semântico.
A linguagem é apenas mais um instrumento de comunicação. A sua parte funcional é a mais importante. Usamos simplificações quando conseguimos passar a mensagem com com menos esforço. Ficamos preocupados quando alguem usa alterações que possam dificultar a compreensão da mensagem ou quando a tornam compreensível apenas a alguns.
Existem muitas semelhanças entre as linguas faladas e escritas, as linguagens de programação, as redes de comunicação e até os vários tipos de documentação. O intuito é sempre o de comunicar. Existem sempre preocupações de tolerância a erros, velocidade de transmissão da informação e fiabilidade da informação transmitida.
O nosso cérebro dedica uma boa parte dos neurónios a estas coisas, mas nem sempre compreendemos como o fazemos. Compreender os mecanismos da comunicação entre pessoas ajuda a melhorar essa comunicação.
Não me admiraria que com a generalização dos reconhecedores de voz apareçam alguma alterações e até linguagens novas adequadas ao meio de comunicação. Estou somente a extrapolar o que acontece com os reconhecedores de texto escrito de alguns PDAs.
Só há uma coisa que me intriga. Temos sempre a tendencia para corrigir os outros quando os encontramos erros gramaticais (aqui no Gildot vê-se muito disso),e a tirar conclusões sobre a inteligencia ou educação de pessoas. Mas raramente procuramos saber as causas dos erros. As correcções a que assistimos muitas vezes não impedem que as pessoas voltem a cometer os mesmos erros. Muitas vezes que corrige não sabe explicar porque está mal o que está a corrigir.
Já me habituiei a que muita gente na~saiba a diferença entre as palavas "ás" e "às", nem quando usar uma ou outra.
As diferenças semânticas são mais complicadas. Lemos uma frase em inglês e reconhecemos o significado. A mensagem passou, mas já não sabemos em que lígua foi. Talvez nesse nível de compreensão, as diferenças entre as línguas já não sejam perceptíveis. |
| | | | Pessoalmente, acho que há certas coisas que me soam melhor ao ouvido se forem em inglês - tipo 'access point wireless', em oposição a 'ponto de acesso sem fios'. 'Email', em vez de 'correio electrónico', ou pior ainda, o correio-e! Mas a ideia de 'aportuguesar' os termos, quando já temos palavras para eles, acho francamente mal. Falo do 'printar', do 'deletar', etc... Pior do que isso mesmo é a qualidade do português que se escreve hoje em dia... O maldito hífen em todos os verbos (e não só) que acabem em 'se'... a confusão entre o 'há', o 'à', e nalguns casos o 'á', ou mesmo o 'hà'... |
| |
|