Esta discussão foi arquivada. Não se pode acrescentar nenhum comentário. | | | A mim parece-me algo do estilo "preso por ter cão.." considerar censura da parte da CNN (neste caso) a excessiva informação. É certo que um botãozito de "antever" talvez fosse algo de bom para os pivots jornalisticos antes de disparar tudo o que às maos lhes chega, mas por outro lado, só vê quem quer - e há quem queira, acreditem. Por outro lado, "do outro lado" do conflito televisivo, parece-me que talvez a censura seja outra. É obvio - e não discutamos isso de novo por favor - que a CNN também omite muitos factos, e essa sim, é a verdadeira censura, mas a Al-Jazeera... parece-me a mim, mero ocidental de olhos postos em factos, que até a CNN consegue ser ultrapassada em termos de omissões. Ou será que não há feridos militares iraquianos, eh? :) E epá, se algo soou mal, não m'ataquem já com o "porco imperialista" e deem-me ao menos uma hipótese de defesa. smsp.
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| | | | | Omite muitos factos e inventa muitos factos também! A CNN é a lider em contra-informação. Mas não é a unica nem de longe nem de perto...
--------- Nuno Loureiro |
| | | | A Al-Jazeera não têm a universalidade e impacto que a CNN têm nas sociedades ocidentais, logo a omissão e a falta de "bom-senso" da CNN afecta muito mais que a da Al-Jazeera. E neste caso em especial, a CNN está mesmo a ser a TV do Estado Imperialista Americano. A informação excessiva é o menos neste caso :) |
| | | | A Al-Jazeera não têm a universalidade e impacto que a CNN têm nas sociedades ocidentais, logo a omissão e a falta de "bom-senso" da CNN afecta muito mais que a da Al-Jazeera. Em contrapartida, a Al-Jazeera tem no mundo árabe um impacto que a CNN e as televisões ocidentais não tem. Por acaso até se dá o caso da Al-Jazeera ser (em termos ocidentais) mais moderada que as televisões nacionais desses países... Mas não se pode dizer que a Al-Jazeera não tenha influência. Por acaso, acho que mais do que existir uma censura no excesso de informação existe uma outra característica interessante/preocupante. Existe sem dúvida uma gestão/manipulação da informação, do que é contado com destaque e do que é omitido ou passado por cima, mas isso não é em rigor censura - é algo que todos os orgão de Comunicação fazem desde sempre. Aquilo que eu acho interessante/preocupante é a auto-censura/fecho de opções por parte dos "receptores" da mensagem. Eu explico. Se quisermos explicitar um alinhamento em termos de posição em relação à guerra no Iraque neste momento poderemos ver (alinhados desde a posição US/UK até á posição do Iraque) as TVs:
- Fox News (em PT vê-se na SKY news)
- CNN
- BBC World
- Al-Jazeera (vê-se ocasionalmente excertos nos generalistas)
- Iraqi TV (neste momento já não emite directamente, vê-se de vez em quando o Porta Voz do Goveno Iraquiano na televisão - ultimamente em situações tragico-cómicas pela ausência da realidade).
Ora, o que eu verifiquei nesta guerra, que eu não tinha até agora verificado nas anteriores, é que a BBC World (que apresenta uma posição "neutra" digamos assim, em relação às posições fortemente US da FOX e moderadamente US da CNN e as posições "árabes" moderada (Al-Jazeera) e radical (Iraqi TV)) está a ser "diabolizada" pelos analistas politicos de direita americanos. E eu reparo nos Blogs de direita (e mesmo alguns moderados) dos US muitas criticas a esta TV. Por não apresentar o mesmo teor subserviente em relação à intervenção que é usado pelas televisões americanas. Alguns chegam a chamar-lhe a versão internacional da Iraqi TV (o que é patentemente falso). Obviamente que a intenção é ignorar opções que não estejam a 100% alinhadas com a actuação do executivo americano. É um processo que é usado normalmente para "despessoalizar" os "inimigos" (eles não são como nós => eles não contam => podemos fazer o que quiser contra eles), e que a propaganda nos EUA tem usado, nos tempos mais recentes, por exemplo para "atacar" a França. Este "fecho" às opções/ideias diferentes das que as pessoas já têm é preocupante, e a Internet veio, perversamente, reforçar esta tendencia. Hoje em dia, quem quiser pode obter as suas "noticias" a partir dos "Blogs". Ora estes tem a tendencia a auto-reforçar as suas posições anteriores e não apresentar, ou reduzir a estereótipos ou sound-bites a ridicularizar posições contrárias (é comum haver links num blog para outro, mas 9 em cada 10 vezes esse link é para referir posições ideológicamente semelhantes - num circulo de realimentação positiva de ideias).
Cumps, JB |
| | | | BBC News é BBC News e mai' nada! Ainda andavam as outras a tentar rebentar na mente de um qualquer adolescente já a BBC dava noticias ao mundo! Se alguma vez conseguirem tentem fazer uma visitinha a um estúdio da BBC (seja TV ou Rádio) e ficarão espantados (tal como eu fiquei!) com o profissionalismo daquela gente nas discussões mais pessoais. Chega a ser irritante como é que conseguem ser imparciais em certos assuntos! :) Nada do que foi escrito deve ser levado em consideração... |
| | | | | Na minha opinião, na verdade o excesso de informação é na realidade um circo criado como manobra de diversão. Desta forma o "povão" fica "entretido" com os assuntos "mediáticos" e não pensa tanto nos seus problemas do dia-a-dia. É só ver o tipo de legislação que é aprovada de cada vez que existe um circo mediático... |
| | | | Este parágrafo descreve melhor o que se pretende ilustrar neste post (do qual eu concordo a 100%):
"A CNN lança uma "barragem de informação", da mesma forma que a expressão se aplica a uma barragem antiaérea. Inunda-nos de factos que transmitem muito pouca informação e não permitem a passagem de um ponto de vista alternativo."
Na verdade, se a informação for excessiva e apenas de um dos pontos de vista do(s) caso(s), realmente não há possibilidade para um debate livre e independente, ou de um ponto de vista alternativo. É o fim declarado da liberdade de expressão. Apenas fala o que tem a garganta mais forte.
Mas sabem o que realmente me começa a intrigar?!? É o seguinte: Como é que o Bush vai explicar ao mundo que o Iraque não tinha armas de destruição em massa, sejam elas quimicas, biológicas e/ou nucleares? Como é que ele vai descalçar essa bota?
Nem vai ser dificil! Com os jornalistas americanos tão hipnotizados com a concorrência, o pormenor, o directo, etc. etc, todos os espectadores irão esquecer-se de formular precisamente essas questões alternativas!
Um caso prático e bem recente, passou-se aqui em Portugal: Todas as TVs nacionais davam a grande cobertura ao caso Moderna. O Dr. Portas dizia que tinha contratado alguns alunos para trabalharem na sua empresa de sondagens. Os jornalistas perguntaram se haviam recibos desses pagamentos de serviços, ao que o Dr. Portas respondeu que não: "Sabe, são estudantes, não são empregados meus, fazem isto como part-time, e como não fazem descontos, logo não pedem recibo!"...
Eu fiquei foi a ver navios, pois julgava que TODAS as TVs iriam LOGO tentar entrevistar alguns dos ditos alunos... Mas eis que o Dr. Portas vai à TV fazer uma entrevista muito sentida (no 4º canal) e TODAS as outras TVs se "esqueceram" de procurar sequer UM aluno que fosse, dos que fizeram os ditos trabalhos remunerados em part-time...
Os senhores jornalistas falharam aqui, pois o 4º canal detinha o monopólio e a torrente de informação desta notícia (e soube aproveita-lo para aumentar as audiências), o 3º canal estava a preparar o escândalo Casa Pia e o 1º Canal (em conjunto com o 2º) estava a ver grande parte dos seus profissionais a serem despedidos em consequência da reestruturação em curso naquela casa...
Quem tiver paciência para ler esta minha exposição, certamente que me irá responder: "OK, mas assim, ganhou o 4º canal não por KO, mas sim por OK" (ou seja, porque a concorrência estava desatenta...
A isso eu respondo: Quem realmente PERDEU foi a informação! Até HOJE, ainda não ouvi SEQUER UM estudante a dizer de seu direito o porquê da não existência dos ditos recibos...
--- tyFUZZ |
| | | | | Boas. "A isso eu respondo: Quem realmente PERDEU foi a informação! Até HOJE, ainda não ouvi SEQUER UM estudante a dizer de seu direito o porquê da não existência dos ditos recibos..." Nem vais ouvir, pq a nenhum desses estudantes interessa apresentar o porquê da não existência de recibos ( o que é algo óbvia, mas pronto... ). Nunca ouviste falar que não se deve cuspir a quem nos dá de comer? E achas que se deve cuspir a quem nos dá futuro, aka lugar num qq instituto patrocinado pelo governo? Vá lá, deixa de ser chato e colabora... :-))) @145, Nbk
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| | | | Nada pessoal, mas acho que aqui cabe algumas críticas um tanto quanto ácidas... Nunca ouviste falar que não se deve cuspir a quem nos dá de comer? Sem dúvida. Tem uma porrada de moleque lá na Rocinha (Rio de Janeiro) trabalhando pro Fernandinho Beira-Mar e tenho certeza que eles pensam exatamente isto... 8-( E achas que se deve cuspir a quem nos dá futuro, aka lugar num qq instituto patrocinado pelo governo? Creio que teve muito Nazista pensando isso enquanto realizavam uma certa tarefa em certos campos de concentração... Veja : existem certos preceitos que a Sociedade deve preservar, mesmo que às custas do Individualismo. A Liberdade de Expressão é uma delas, quando o Estado tem a pretenção de se dizer Democrático.
[]s, Pink@Manaus.Amazon.Brazil.America.Earth.SolarSystem.OrionArm.MilkyWay.Universe |
| | | | Se tivesses cometido uma ilegalidade também ias a correr para a televisão confessar? "Se vi mais além do que outro, é porque estava nos ombros de gigantes." Sir Isaac Newton
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| | | | Ora bem, não compreendo bem o teu ponto de vista. Porquê? Porque julgo que não seja ilegal trabalhar sem recibo (pelo menos, em part-times).
E além disso, o que interessa ver mesmo aqui é se a informação emperrou ou não... O que falhou nos jornalistas para que não esclarecessem esta dúvida? Quem é que serviu de "censura" para que não houvesse realmente necessidade de buscar a verdade?
--- tyFUZZ |
| | | | é ilegal receberes sem declarar o rendimento, que foi o que os rapazes fizeram. "Se vi mais além do que outro, é porque estava nos ombros de gigantes." Sir Isaac Newton
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| | | | Pois... realmente... não sou ministro por isso não posso fazer isso. Só o Ministro da Defesa de Portugal é que pode ir para a televisão dizer que cometeu ilegalidades, chorar e dizer que é uma vítima. :-P Airegin |
| | | | alguns comentários: - Numa guerra acontecem muitas coisas, logo é natural que sejam noticiadas muitas coisas;
- Censura é quando alguém usa a força para impedir a propagação de uma mensagem;
- Quando montes de jornalistas divulgam montes de notícias isso não é censura, é liberdade de imprensa;
- Há demasiadas pessoas que têm dificuldade em lidar com a liberdade que os outros têm (e devem ter) para divulgar informações;
- O Monde Diplomatique não é propriamente um jornal pluralista ou imparcial;
- Se o director do "Monde Diplomatique" está mesmo preocupado com o excesso de infomação, então deverá extinguir o próprio jornal e retirar os seus próprios livros de circulação;
- a superabundância de informação só é um problema para quem acha que a realidade é simples;
- quando a realidade não corre como desejamos, e a realidade não está a correr como muitas pessoas desejariam, a tentação para clamar "censura" aumenta;
- A solução para o excesso de informação é a cultura geral e o espírito crítico, não é a redução da informação disponível.
---- joao nonio.com - ciência, tecnologia e cultura |
| | | | | Censura é quando alguém usa a força para impedir a propagação de uma mensagem; Censura, num sentido mais lato, pode ser quando alguém te impede de transmitir ou PERCEBER uma ideia! Não obrigatoriamente feito pela força, nem obrigatoriamente feito às claras!
Quando montes de jornalistas divulgam montes de notícias isso não é censura, é liberdade de imprensa; Quando um jornalista apresenta uma noticia falsa, ou apresenta uma noticia verdadeira de forma parcial, ou não apresenta uma noticia porque não lhe dá jeito, ..., isto não é liberdade de imprensa, é falta de respeito ao código deontológico que deve reger a profissão!
O Monde Diplomatique não é propriamente um jornal pluralista ou imparcial; verdade! No entanto isso não invalida as noticias que publica! A noticia em questão, na minha opinião, não é muito imparcial, mas a ideia de fundo não é falsa por isso, é até bastante pertinente!
A solução para o excesso de informação é a cultura geral e o espírito crítico, não é a redução da informação disponível. Isto é um pouco um lugar comun, e uma maneira simplista de ver o problema! É mais ou menos o mesmo que dizer: A maneira de acabar com os ladrões não é prendê-los, é educa-los civicamente! Cumprimentos! zp |
| | | | Isto é um pouco um lugar comun, e uma maneira simplista de ver o problema! É mais ou menos o mesmo que dizer: A maneira de acabar com os ladrões não é prendê-los, é educa-los civicamente! Se achas que é uma maneira simplista de ver o problema, que alternativa propões? Que o estado regule a quantidade da informação? Mas essa é precisamente a solução que não pode ser implementada. A informação deve ser livre de qualquer regulação e deve haver total liberdade de informação entre outras razões porque qualquer regulador abusaria forçosamente da sua posição. A Verdade não previligia ninguém e é tão dificil de determinar para o regulador como para qualquer outro agente. Ninguém está em posição de se julgar mais informado ou mais imparcial que os outros e por isso ninguém está em posição de julgar melhor que os outros sobre qual é a vedadeira linha. Por isso é que mais vale o excesso de informação que a informação controlada. O teu conceito de mercado de informação regulado em que todos os jornalistas são encartados e têm código deontológico, sabem a verdade e dizem a verdade e são imparciais não bate certo com o mundo real com multiplos canais de difusão e inúmeras fontes de informação. Haverá sempre fontes de informação e canais de difusão melhores que outros e o pluralismo é a melhor garantia de que a verdade será revelada por alguns dos canais. É o confronto entre informações contraditórias no espaço público que nos permite avaliar a credibilidade das fontes e classificar as notícias entre verdadeiras, falsas e duvidosas. Se não existissem tantos canais, o número de contradições diminuiria, mas o aumento da confiança nas informações seria ilusória.
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| | | | Conforme já afirmei anteriormente, a existência de multiplos canais de informação não quer necessariamente dizer que a verdade seja apresentada nalgum deles. A verdade é que os canais de produção de informação tem de balançar o seu objectivo declarado de fornecer a informação com o seu objectivo interno de se manterem activos como canais de comunicação. Um caso patológico interessante que actualmente pode ser visto nas televisões de todo o mundo é o ministro da informação Iraquiano a dizer a todos aquilo que todos (incluindo ele, suponho) sabem que é mentira, porque dizer qualquer outra coisa implicaria que deixaria de ser fonte de informação. Casos menos extremos encontram-se todos os dias, em que determinadas noticias são enfatizadas, ou reduzidas, ou não cobertas, porque o canal de comunicação (tv, jornal, ou até blog ou forum - como o gildot) é feito para um determinado público, e este prefere ver as noticias segundo determinado ponto de vista ou até apenas está interessado em determinadas noticias. Isto significa que existe uma polarização inerente a todas a fontes de informação (que estão de alguma forma interessadas na sua propria subsistência). A regulação da QUANTIDADE da informação é irrealista - os dados (e comentários, que são outra forma de dados) existem em quantidade maior do que qualquer um consegue assimilar ou tratar. Na realidade, quando lê-mos um artigo de jornal ou vê-mos um telejornal estamos a "pagar" para nos retirarem informação (é o conceito de jornalista como filtro - escolhe da totalidade dos dados do dia aqueles que nos vai apresentar). Não faz sentido pensar que existe uma medida óptima de informação que todos devem consumir. Teoricamente a QUALIDADE da informação pode ser regulada. Pode ser por exemplo exigido que apenas seja apresentada informação que possua determinadas características de objectividade (ou nas quais a subjectividade seja explicitada). Porém, na prática este tipo de regulação é impossível porque existem muitas fontes de (des)informação não reguladas num mercado livre de informação. O que resta? Sinceramente, como indiquei num artigo em cima, tenho medo que a auto-selecção por parte do auditório leve este a escolher da panóplia de fontes disponíveis um subconjunto redutor (e auto-amplificador) de fontes. Se existirem mil fontes, mas se 99,9% do auditório apenas ler efectivamente 1 (mesmo que repartido por diferentes media), podemos realmente falar em pluralismo ou em liberdade de informação? Infelizmente não tenho soluções para este problema. Não me parece que seja possivel "mandatar" a diversidade da informação. Ter uma atitude de cepticismo saudável em relação às fontes da informação é algo que pode ser ensinado eficazmente? Não sei.
Cumps, JB |
| | | | Eu não defendo que a existência de multiplos canais é a solução perfeita para o problema. Aliás, não há soluções perfeitas para nada. O que há é soluções melhores do que as outras. Num mundo imperfeito, existirem múltiplos canais de informação é muito melhor do que só existirem alguns. A questão da auto-selecção também não a considero preocupante. A primeira vítima da auto-selecção é o próprio e esse terá sempre um incentivo para se informar melhor quando o assunto for mesmo importante. Um mercado de informação, tal como qualquer mercado, dá ao cliente aquilo que ele quer. Nesta guerra, a verdade não é aquilo em que a maior parte das pessoas está realmente interessada. As pessoas estão mais interessadas na justificação dos seus preonceitos sobre o mundo.
---- joao nonio.com - ciência, tecnologia e cultura |
| | | | Boas. "A questão da auto-selecção também não a considero preocupante. A primeira vítima da auto-selecção é o próprio e esse terá sempre um incentivo para se informar melhor quando o assunto for mesmo importante." Acho que estão a teorizar demais. Na visão de quem escolhe, não existe erro ou vitimização pela escolha de determinada fonte de informação, nem que escolha apenas uma. Alguém se sentirá culpado ou vitimizado por ver as noticias da guerra apenas no "Nuticias"? Ou transcrevendo algo que apareceu numa dessas revistas informático-sensacionalistas, "vamos fazer dele um mau"? "Um mercado de informação, tal como qualquer mercado, dá ao cliente aquilo que ele quer. Nesta guerra, a verdade não é aquilo em que a maior parte das pessoas está realmente interessada." Mas isso é claro, acho. Quando alguém vê o "sexy hot" não está interessado em sequer perceber o raio da história. As pessoas, nas guerras, estão interessadas em ver sangue, bazucadas e tanques a arder. Alguns estarão à espera de algo mais. Então não estamos a falar de guerra? Numa guerra as pessoas morrem, matam-se umas às outras. Estamos à espera de programas infantis ou novelas a partir do Iraque? Mas existe alguém que queira procurar o raio da verdade? :-) [...] Ainda bem que existem hoteis cheios de jornalistas no Iraque, ainda bem que existem links de satélite para tudo o que é informação, ainda bem que existem videophones perdidos no meio do deserto, ou no meio das montanhas do kurdistão, ou nas ruas de Bagdad. Ao menos o mundo vê e julga o que se passa, escolhe o que quer ver, decide. Ao menos existe por lá algo que personifica a opinião pública mundial. Se não existissem cameras em tudo o que é sitio, o Estados Unidos já tinham terraplanado aquilo tudo com uma ou duas bombas atómicas... Ainda bem que nos estamos a tornar vouyers. Assim morrem menos. Assim vemos mais. :-> @160, Nbk
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| | | | Um caso patológico interessante que actualmente pode ser visto nas televisões de todo o mundo é o ministro da informação Iraquiano a dizer a todos aquilo que todos (incluindo ele, suponho) sabem que é mentira, porque dizer qualquer outra coisa implicaria que deixaria de ser fonte de informação. Será que o ministro da informação iraquiano sabe o que é verdade e o que é mentira? Pensemos nisto: - o ministro sempre viveu num país onde só há um canal de informação: o canal oficial;
- os subordinados sempre alimentaram esse canal de informação com aquilo que eles pensam que o ministro quer ouvir;
- o modelo que o ministro tem do mundo é provavelmente o modelo do seu próprio mundo. Logo, ele imagina que a propaganda inimiga funciona como a sua e nada do que os órgãos de comunicação ocidental dizem é de confiança;
- sendo assim, ele só confia no seu próprio canal de informação, o qual foi parcialmente destruido. Restam apenas os informadores mais fieis dos fieis que lhe dizem o que ele quer ouvir;
- para alem disso, como qualquer ser humano, o ministro também tem tendência para a auto-selecção.
---- joao nonio.com - ciência, tecnologia e cultura |
| | | | Boas. "Será que o ministro da informação iraquiano sabe o que é verdade e o que é mentira?" O julgamento da verdade não depende da cadeira em que estás sentado? @149, Nbk
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| | | | Censura, num sentido mais lato, pode ser quando alguém te impede de transmitir ou PERCEBER uma ideia! Não obrigatoriamente feito pela força, nem obrigatoriamente feito às claras! Nesse caso, a Internet e' uma clara tentativa de censura e controle das massas. E' um tipico caso de informacao a mais. Quando um jornalista apresenta uma noticia falsa, ou apresenta uma noticia verdadeira de forma parcial, ou não apresenta uma noticia porque não lhe dá jeito, ..., isto não é liberdade de imprensa, é falta de respeito ao código deontológico que deve reger a profissão! Ainda ontem numa conferencia de imprensa do general Tomy Franks houve um total de 15 perguntas, das quais 8 foram inteiramente sobre o facto de um tanque americano ter atingido o hotel "Palestine" no centro de Bagdad, e ter morto dois jornalistas da Reuters -- onde esta' a censura que dizes ? verdade! No entanto isso não invalida as noticias que publica! Hammm... curiosamente para ti o "Monde Diplomatique" diz a verdade apesar de admitires que nao e' imparcial, mas a CNN ja' nao... curioso. Isto é um pouco um lugar comun, e uma maneira simplista de ver o problema! É mais ou menos o mesmo que dizer: A maneira de acabar com os ladrões não é prendê-los, é educa-los civicamente! Comparacao brilhante! (cof,cof) "I triple guarantee you, there are no American soldiers in Baghdad.", Mohammed Saeed al-Sahaf, Iraqi Minister of Information
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| | | | onde esta' a censura que dizes ?
Eu tentei apresentar um sentido mais lato de censura, para lá da obvia do lapis azul... uma censura não clara... não a vês na CNN ou na sociedade em geral? então pode estar a acontecer uma de duas coisas: 1º - eu sou paranoico, vivemos num mundo claro, sem segundas intenções nos jornais ou televisão. 2º - tu és muito ingenuo e todas estas segundas intenções te passam ao lado.
Hammm... curiosamente para ti o "Monde Diplomatique" diz a verdade apesar de admitires que nao e' imparcial, mas a CNN ja' nao... curioso. Em parte alguma eu afirmei que a CNN mente, nem afirmei que a televisão iraquiana mente, nem afirmei que o Monde Diplomatique mente.... afirmei que ser parcial ou imparcial não é o mesmo que dizer a verdade e mentir. O facto de a CNN ser, na minha opinião, uma fonte de informação parcial, não implica que a CNN mente, nem implica que todas as noticias da CNN são fabricadas, nem implica que das 15 perguntas 8 não sejam sobre o tal tanque disparar sobre o hotel. Implica que tendo uma visão global sobre toda a cobertura feita por eles da guerra essa cobertura não é feita de uma maneira isenta nem imparcial.... ou achas que é? Se os critico por isso? critico tanto como critico a televisão iraquiana por fazer o mesmo para o outro lado... Causas? muitas, entre elas podimos dizer que cada orgão de informação tenta previlegiar o lado que apoia, ou que os seus "clientes"/"chefes" apoiam... Soluções para isto? confesso que não as tenho, e arrisco a posição do gajo que aponta problemas sem apontar soluções... Principalmente, não confundas estes meus posts, nesta discussão, com uma posição politica de pró ou contra americanismo/guerra/CNN, limito-me a constactar factos que observo e interpreto... Cumprimentos! zp |
| | | | Se tu admites que a CNN não mente e que o problema é apenas a parcialidade, então o problema não é assim tão grave. A solução é simples: tens que diversificar as fontes de informação. Aliás, terias sempre que diversificar as fontes de informação quer a CNN te parecesse parcial ou não porque até a imparcialidade pode ser fingida. E isto só vem mostrar que o excesso de informação é uma coisa boa. Dás ainda a impressão que a CNN e a TViraquiana jogam no mesmo campeonato. Já vi muita gente defender uma tese que é mais ou menos assim: a CNN diz uma coisa, a TVIraque diz outra, a CNN é pró-americana, a TVIraque é pró-Saddam, ambos fazem propaganda, ambos mentem, não se pode saber a verdade. Quem entra por aqui não vai a lado nenhum porque ou está a enganar-se a si próprio seleccionando apenas a informação que lhe agrada ou nunca terá confiança em informação nenhuma. Entre a CNN e a TVIraquiana está o abismo. Se a minha vida dependesse disso, eu passaria 99.9% do meu tempo a ver a CNN e apenas 0.1% do tempo a ver a TVIraque (com tradução, claro).
---- joao nonio.com - ciência, tecnologia e cultura |
| | | | O excesso de informação é bom, incomparavelmente melhor que a falta de informação! Não é isso que eu ponho em questão! o que digo é que o excesso de informação pode ser utilizado como uma arma de censura, em que, reconheço, o sujeito informado tem culpa de ser vitima, por não saber/querer filtrar a parte que lhe interessa ou é relevante! No entanto pode ser de facto uma arma, se preferes chamar censura a um gajo com lápis azul a riscar coisas temos uma diferença nos nossos conceitos de censura!
Quanto à questão CNN vs. TViraque, tens obviamente razão, reli os meus posts e dei um pouco essa ideia, apesar de não ser minha intenção, a CNN tem a independência que a TViraque não tem, isso deve-se, parece-me, às diferenças de regime onde estão integradas! a TViraque é controlada por um regime ditatorial, a CNN está inserida num regime democrático! No entanto a CNN não é um orgão de informação imparcial, que idilicamente deveria ser, porque representa e se dirige à parte interessada na questão! Cumprimentos! zp |
| | | | Depois de ler o tal artigo no público fico com uma sensasão que este artigo sofre em parte do mal de que fala. Dá de inicio a ideia de ser um artigo de tese, sobre o jornalismo moderno, sobre uma censura através do excesso de informação, etc. e de repente transforma-se num ataque simples à cobertura da guerra por parte da CNN, referindo casos pontuais, fazendo interpretações desses casos, etc! a cobertura que a CNN está a dar à guerra é vergonhosa, tal como o é a que a televisão iraquiana ou do Qatar estão a fazer! são dois extremos da mesma questão! Este artigo, e principalmente este conceito de excesso de informação dava, no entanto, pano para mangas! Da mesma maneira que apareceu a junk food acho que começou a aparecer tambem o junk jornalismo. O jornalismo sério de investigação é cada vez mais raro, e cada vez abundam mais as grandes coberturas de assuntos imediatos e de pouca profundidade, pelo menos temporal! Tipo, 20 minutos a seguir a história de mais um acidente de trabalho, não sendo apresentadas de seguida nenhumas conclusões históricas ou estatisticas do assunto, acabando a noticia dizendo que será levantado um inquérito ao assunto, mas nunca mais havendo referencias ao andamento do referido inquerito... porque é que isto acontece? não tenho uma conclusão muito óbvia, mas podem tecer-se várias conclusões, desde a típica: - é isso que as pessoas querem ver, só é dado o que as pessoas consomem, etc.... até conclusões mais economicistas, do tipo: - o jornaismo de investigação é mais caro, demora mais tempo, não tem um retorno imediato, pode não dar em nada. ou razões politicas: - o jornalismo de investigação mexe em assuntos que algumas personalidades influentes não querem ver mexidos. Se bem que o que escrevi se centra mais em jornalismo televisivo tb pode ser verificado no escrito, basta olhar para a capa do 24horas, ou do tal e qual, ou ver a quantidade de revistas do coração que populam por esses quiosques.
Cumprimentos! zp |
| | | | | Epá, antes que alguêm me caia em cima, onde eu escrevi sensasão queria escrever, obviamente, sensação! deixem-me desculpar o indesculpável falando do avançado da hora, etc!! :-) Cumprimentos! zp |
| | | | Não foi só o jornalismo de investigação que se perdeu... Lê um jornal diário, e descobre as inumeras gralhas e erros ortográficos... Perdeu a revisão do texto antes da edição do jornal também :) Cada vez mais o jornalismo tornou-se num negócio, sem qualquer escrúpulos: hoje lança uma notícia, amanhã desmente-se, dizendo que a "fonte seguríssima" é que os enganou, e ainda querem comparar o sígilo profissional deles com o de outras profissões.. Se é notícia, se é para "esclarecer" sobre a verdade, informar, então nem deveriam ter direito a sigílo profissional... se ao perderem isso, perdem as ditas "fontes seguras", força: perde-se em número de notícias, ganha-se em qualidade e em nível de informação... Para caça-noticias já nos basta os jornais do género do "insólito" (que nem é/era um caça-notícias, simplesmente uma pasmaceira sem fronteiras) :)
HiTek DeVil |
| | | | Estive agora a ler no Portugal Diário (jornal diário online) o artigo que descreve o que o jornalista da RTP Carlos Fino sofreu com o ataque ao Hotel Palestina esta manhã (eram cerca das 9:15 de Lisboa) onde acabaram por morrer 3 profissionais da informação:
«Sempre tive a percepção que isto [ataque] poderia acontecer. Era esperado que em batalhas terrestres o hotel pudesse ser atingido. Mas nunca esperámos que um tanque americano disparasse contra nós», conta Carlos Fino.
O jornalista explica que nenhum dos 300 jornalistas presentes no Hotel Palestina testemunhou a presença de atiradores furtivos, durante toda a estadia. Concluindo que este argumento utilizado pelo Governo americano não pode ser válido.
Sublinha, ainda, que as autoridades americanas tinham o perfeito conhecimento de que aquele local era o «centro de imprensa» da guerra. Jornalistas de todo o mundo davam voz e imagem à guerra através dos 18 andares do Hotel Palestina. Muitos começaram hoje o regresso a casa.
Carlos Fino fica. E comenta. «Temo este início de século sem Direito Internacional como vimos hoje. Sabemos que na guerra vale a lei do mais forte», explica. O jornalista adianta ainda que o local onde se encontram é como que a «ponta de uma asa» do hotel. Estando obviamente sujeitos a ataques. Tendo já, diversas vezes, mísseis e projécteis anti-aéreos «rasado» o quarto de hotel onde estão Nuno Patrício e Carlos Fino.
(...)
Para o Governo americano a explicação é simples. «Continuamos a avisar as pessoas e os jornalistas que não devem permanecer na cidade», explica a porta-voz do Pentágono. Os americanos reconheceram a autoria do ataque ao hotel Palestina, em Bagdad, esta terça-feira de manhã. Ficaram feridos cinco profissionais, dos quais três já sucumbiram à gravidade dos ferimentos.
O Governo português relembrou hoje o alerta dirigido antes do início da guerra aos jornalistas portugueses no Iraque quanto aos riscos que corriam neste país. Agora o cenário é de câmaras a arder, vidros partidos e colegas mortos. O sentimento, esse, é de perda. Da verdade. Do direito de informar. De pessoas.
Para quem não conseguir aceder a este artigo no site do Portugaldiário a partir das 20:00, já sabem: É só desligar o processamento de java no navigator. (no IE, colocar o nível de segurança no máximo!)
--- tyFUZZ |
| | | | | Em resposta a mim próprio, aqui está um artigo de opinião, também no PortugalDiário que realmente, diz tudo:
Muito tem sido dito acerca de um tal "Direito Internacional" que estaria a ser violado brutalmente pelos anglo-americanos com o lançamento da guerra no Iraque.
O problema é que o tal "Direito Internacional" não existe. Para existir direito é necessário um decisor (juiz) que defina qual o direito aplicável, e uma força (polícia) que execute essa definição. Ora nenhuma destas figuras existe em termos internacionais, pelo que não podemos falar em "Direito Internacional".
Quem define qual é o "Direito Internacional" aplicável? Os jornalistas, o Presidente Bush, a Madonna? Quem tem força para o impôr?
(...)
Pessoalmente, começo a convencer-me de que os Amereicanos, agora que começaram, não irão parar tão cedo... E têm a (falta de) Lei do lado deles!
--- tyFUZZ |
| | | | Carlos Fino fica. E comenta. «Temo este início de século sem Direito Internacional como vimos hoje. Sabemos que na guerra vale a lei do mais forte», explica. O jornalista adianta ainda que o local onde se encontram é como que a «ponta de uma asa» do hotel. Estando obviamente sujeitos a ataques. Tendo já, diversas vezes, mísseis e projécteis anti-aéreos «rasado» o quarto de hotel onde estão Nuno Patrício e Carlos Fino. A ingenuidade de algumas pessoas nao deixa de me espantar -- nao sei se alguem ja' pensou que o que se passa no Iraque chama-se: conflito armado, nao sao um monte de activistas de cada lado com ramos de flores e cartazes. "If you can't stand the heat, get out of the kitchen." "I triple guarantee you, there are no American soldiers in Baghdad.", Mohammed Saeed al-Sahaf, Iraqi Minister of Information
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| | | | Isto faz lembrar aqueles escudos humanos que foram para Bagdad e assim que os americanos chegaram perto começaram a fugir... além de não terem a mínima noção do que é a guerra também não sabem o que é um escudo. Enfim... era "chique" fazer de escudo humando... desde que não disparem. "Se vi mais além do que outro, é porque estava nos ombros de gigantes." Sir Isaac Newton
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| | | | | Um bom exemplo disso e' este artigo na BBC News. Um classico da ingenuidade. "I triple guarantee you, there are no American soldiers in Baghdad.", Mohammed Saeed al-Sahaf, Iraqi Minister of Information
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| | | | Pois... quem disparou não foi o governo americano nem foi o George Bush himself. Foi um soldado profissional americano que hesitou dois minutos antes de disparar (parece que a Sky News(?) tem um live footage disto). O Carlos Fino afirmou (na TSF) que o hotel estava pejado de pessoal da censura, agentes secretos e afins, e vocês ainda acreditam que um deles não seria o tal sniper? Regra nr.1 do sniper não é fazer um headshot (como no UT =)) mas sim passar despercebido - ou os jornalistas estavam à espera de ver alguém com uma carabina a correr pelos corredores à procura da melhor posição para aviar uns americanos? Regra nr.2 é não ser morto e que melhor sítio para estar protegido que um hotel cheio de jornalistas internacionais? Eu pessoalmente não duvido que um sniper lá estivesse e mais que isso, para bem dos próprios jornalistas, acho melhor ter sido um tiro de um tanque que própriamente tropas de infantaria com os nervos à flôr da pele e armados com metralhadoras, a dar pontapés nas portas e por azar disparar contra uns jornalistas. Não estou a dizer que o que fizeram foi bom, mas podia ter sido bem pior e acredito que o tal soldado profissional sabe muito bem o que é um sniper, consegue muito bem identificar um sniper (bom, eles têm binóculos right?!?!) e como tal agir contra um antes que ele mate um dos seus colegas.
Se fosse eu, disparava.
Nada do que foi escrito deve ser levado em consideração... |
| | | | Segundo esta noticia no register, parece que nem o google anda imune à influencia das corporações. Qto à BBC, atenção.. é excelente mas deve ser lida com cautela. Por vezes o que apresenta não são noticias mas comunicados das relações publicas. Lá por o "pentagono" afirmar uma coisa não a torna numa verdade absoluta (o jornal guardian nos ultimos tempos tem tido como hobby demonstrar falácias numas qtas noticias na BBC). Ainda assim, entre a BBC e a CNN, fico-me pela primeira, obrigado. Qto ao google, vou passar a usar mais o dmoz como alternativa. |
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