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Carta ao parlamento Português
Contribuído por joao em 07-02-03 1:57
do departamento lobis
Portugal Parece que a associação "Initiaitve for software choice", um frontend daquela empresa monopolista que nos tao bem conhecemos, enviou uma carta ao parlemento Português, a tentar impedir a passagem da lei que regualmenta a utilização de software livre no estado. página Resta apenas lembrar que a utilização de software livre não impossibilita a possibilidade de escolha uma vez que existem muitos projectos OS concorrentes entre si.

Livro sobre o Richard Stallman | Bush define estratégia para ciber-ataque  >

 

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    Pois! (Pontos:3, Esclarecedor)
    por CrLf em 07-02-03 2:07 GMT (#1)
    (Utilizador Info) http://crodrigues.webhop.net
    Se o governo pede a todos que apertem o cinto também o próprio Estado o tem de fazer e usar software livre sempre que tal for possível é uma forma de reduzir despesas. Todos nós sabemos a leveza com que dinheiros públicos são gastos, logo, porque é que um responsável público escolheria usar software livre num projecto quando pode escolher software proprietário e ganhar uns almoços grátis no Gambrinus?

    -- Carlos Rodrigues
    Re:Pois! (Pontos:2)
    por Dehumanizer em 07-02-03 9:13 GMT (#15)
    (Utilizador Info) http://www.dehumanizer.com
    Acho ainda mais importante a questão de não estar dependente de uma empresa estrangeira... ou a uma empresa, period.

    Mas, sim, tens razão, a questão dos almoços vai ser sempre a que vai pesar mais. :(


    "It is every citizen's final duty to go into the tanks and become one with all the people."
    - Chairman Sheng-ji Yang, "Ethics for Tomorrow"
    Link para a carta (Pontos:3, Informativo)
    por jneves em 07-02-03 2:25 GMT (#2)
    (Utilizador Info) http://silvaneves.org/
    Link para a versão final da carta (PDF). Só gostava de saber a quem é que eles a enviaram...
    Resposta (Pontos:0, Interessante)
    por Anonimo Cobarde em 07-02-03 2:31 GMT (#3)
    Este assunto merece um comunicado à imprensa. Sugiro um debate aqui no gildot e no fim, depois de chegado a um consenso, um dos editores do gildot deveria ficar responsável por resumir as conclusões e redigir um comunicado a enviar à assembleia da republica, aos lidres partidários e à imprensa em geral, sob a forma de uma carta aberta.
    Re:Resposta (Pontos:3, Engraçado)
    por jig em 07-02-03 3:44 GMT (#6)
    (Utilizador Info)
    Pré-requisitos para uma "boa notícia" nos meios de comunicação:
    Mete * sangue?
    R:Não
    Mete ácido sulfúrico?
    R:Não
    Há relações sexuais com menores ou é possível dar chocolates a algum para dizer que foi violado?
    R:Não (errmm...acho)
    É possível mostrar cadeveres em avançado estado de decomposição ou imagens verdadeiramente "chocantes,incríveis,inserir_palavreado_habitual", no preciso minuto em que ,segundo dados estatísticos, a maioria das famílias Portuguesas estão a deglutir o primeiro bocado do seu jantar?
    R:Não
    Então vamos pentear macacos ou escrevemos qualquer coisa para eles meterem no arquivo...


    *muito.mas mesmo muito!De preferência =>5 litros.Sangue menstrual não é válido para efeitos de contagem.
    Re:Resposta (Pontos:4, Engraçado)
    por jmce em 07-02-03 4:09 GMT (#8)
    (Utilizador Info) http://jmce.artenumerica.org/

    Mesmo que não dê direito nem de longe aos mesmos destaques, há um outro requisito que já foi mencionado no thread sobre a Clara e que pode ajudar à publicação:

    Pode ser enviado aos jornalistas com a papinha toda feita?
    R: Sim!

    Re:Resposta (Pontos:2)
    por TarHai em 07-02-03 10:52 GMT (#16)
    (Utilizador Info) http://www.dilbert.com
    Ja poucos fazem jornalismo. O que se faz e muito e entertenimento com "novelas dos famosos" e "casos da vida real". Principalmente na televisao.
    ## I live the way I type; fast, with a lot of mistakes.
    Re:Resposta (Pontos:3, Engraçado)
    por Psiwar em 07-02-03 11:28 GMT (#18)
    (Utilizador Info) http://www.netcode.pt
    Ou então pode-se redigir a carta aberta em inglês, publicar no New Yorker e a Clara arranjará uma forma de publicar isso em alguma sitio com muita visibilidade em Portugal. :)
    Re:Resposta (Pontos:2)
    por Cyclops em 07-02-03 11:20 GMT (#17)
    (Utilizador Info) http://www.1407.org
    Existe já uma proposta de uma carta de resposta na mailing ansol-geral . Quem quiser cooperar, já sabe... é só assinar a mailing list.
    Re:Resposta (Pontos:2)
    por mlopes em 07-02-03 11:58 GMT (#19)
    (Utilizador Info)
    Era isso mesmo que ia sugerir, entrar em contacto com a ansol, pois parece-me que é um caso que se encaixa na área deles.

    No woman ever falls in love with a man unless she has a better opinion of him than he deserves.

    Isto me parece... (Pontos:2, Informativo)
    por Pink em 07-02-03 3:11 GMT (#4)
    (Utilizador Info) http://www.PinksWorld.8m.com
    ... que é uma grande operação, devidamente coordenada por nosso amigo Bill.

    Isto também está ocorrendo aqui no Brasil.

    Como provavelmente este artigo vai sair da página em breve, segue um copy & paste:

    Software livre: iniciativa privada pressiona Governo
    14/01/2003

    Começou. As empresas que fornecem software proprietários já estão tomando medidas para impedir que a conhecida simpatia do PT pelo software livre influencie nas licitações de órgãos e instituições públicas. A Camara-e.net, grupo de lobby e associação de negócios financiada por grandes empresas de tecnologia, como Microsoft e Intel, está trazendo para o Brasil a "Coalizão pela Livre Escolha de Software".

    A iniciativa marca presença em diversos países sob o nome de "Initiative for Software Choice" (www.softwarechoice.org) e é coordenada internacionalmente pela Computing Technology Industry Association (CompTIA), organização conhecida por seus estreitos laços com a Microsoft. Segundo um comunicado da Camara-e.net, o objetivo da coalizão é "promover a discussão e alertar governantes, legisladores e formadores de opinião sobre a necessidade e conveniência de se garantir a possibilidade de desenvolvimento de múltiplas plataformas de software, sem restrições impostas por políticas ou preferências governamentais."

    O comunicado segue dizendo que a coalizão defende "o conceito de que o desenvolvimento de múltiplas plataformas, modelos comerciais e de licenciamento de software, que compitam livremente no mercado, tendo como base seus próprios méritos técnicos, é a melhor maneira de assegurar aos consumidores, públicos e privados, seus direitos de livre escolha, e à indústria, os princípios da isonomia e da neutralidade".

    Na prática, a iniciativa tentará impedir que a adoção do chamado "freeware" se torne uma política pública de governos municipais, estaduais e federal. As compras governamentais são uma parcela importantíssima do mercado nacional de TI e uma opção em escala nacional pela adoção de soluções de código fonte aberto significaria uma reviravolta no setor.

    Em entrevista ao CW online, o diretor executivo da Camara-e.net, Cid Torquato, afirmou que vê risco de o governo federal adotar o software livre como padrão, o que em sua opinião seria prejudicial ao mercado como um todo. Mesmo assim, Torquato afirmou que a iniciativa seria trazida ao Brasil mesmo que o resultado das eleições presidenciais fosse diferente.

    "O fato de trazermos a Coalizão pela Livre Escolha de Software para o País neste momento não tem relação com o governo Lula. Isso foi programado antes de conhecermos o resultado das eleições", diz. "Mas existe uma coincidência feliz, porque esperamos um movimento maior dentro do governo Lula no sentido de discussão do software livre. Dentro do governo petista existem movimentos mais organizados no sentido de valorizar o software livre."

    Torquato explica que está defendendo apenas que a escolha de soluções de tecnologia por parte do governo siga critério estritamente técnicos e não ideológicos. "Há casos pontuais em que o software livre mostra um custo benefício melhor. Nesses casos, defenderemos a adoção de código livre. O que não pode acontecer é transformar a escolha de software livre em uma política de governo."

    Tornar o software livre uma política de governo é incorrer em questões anticonstitucionais, defende Torquato. "No setor privado, a competição ocorre naturalmente. No público, caso se priorize o software livre, pode-se criar uma reserva de mercado. Não pode ter uma política de governo que diz: ‘eu quero um engenheiro, mas ele tem de ser loiro’", afirma. "A idéia é preservar a predominância de aspectos técnicos de qualidade do produto nas compras públicas."

    Torquato explica que a coalizão trabalhará em diversas frentes. A iniciativa está em processo de engajamento de outras associações ligados ao setor de tecnologia, como a Abes, BSA, ITS, Softex etc. Paralelamente, a coalizão começa a divulgar seu ponto de vista na imprensa e em breve lançará um Web site e uma newsletter com notícias nacionais e internacionais.

    Mas a atividade principal será promover eventos e "muitas reuniões individuais com formadores de opiniões no Brasil inteiro". Isso inclui sobretudo fazer lobby com políticos, principalmente no governo federal e nos Estados onde há mais interesse em favorecer o software livre. A via judicial também pode ser tentada. "Entendemos que o caminho será mover ações diretas de constitucionalidade questionando a validade de leis que privilegiam o software livre", diz Torquato.

    Torquato afirma que no Brasil até agora a Coalizão não tem parceiros do mundo corporativo. "Ainda não começamos engajamentos do mundo corporativo. Essa discussão interessa para todas as empresas que têm software proprietário, inclusive para a Microsoft - aí até de uma forma mais visível, porque é a maior empresa de software do mundo", afirma.

    Mesmo assim, o diretor executivo da Camara-e.net deixa claro que a iniciativa não é patrocinada pela gigante - pelo menos por enquanto. "Não estamos trabalhando para a Microsoft. Mas vamos atrás de financiamento para que esse trabalho possa ser desenvolvido e obviamente vamos procurar a Microsoft", afirma. "Já conversamos com a empresa, mas não foi firmado ainda nenhum acordo de patrocínio, não existe nada formalizado com a Microsoft visando à sustentação dessa coalizão."

    Fonte: Computerworld

    []s,
    Pink@Manaus.Amazon.Brazil.America.Earth.SolarSystem.OrionArm.MilkyWay.Universe

    OFFTOPIC, mas engraçado... (Pontos:1)
    por Pink em 07-02-03 17:44 GMT (#22)
    (Utilizador Info) http://www.PinksWorld.8m.com
    Vcs notaram que o link para o http://www.softwarechoice.org está direcionado para "file:///C:/DOCUME~1/ltadeu/CONFIG~1/Temp/FrontPageTempDir/www.softwarechoice.org#www.soft warechoice.org"??? 8-D

    Eu só fui perceber isto hoje pela manhã... Cazzo, não se pode confiar nem em Copy&Paste hoje em dia!!

    []s,
    Pink@Manaus.Amazon.Brazil.America.Earth.SolarSystem.OrionArm.MilkyWay.Universe

    Nado morto (Pontos:2, Informativo)
    por jfig em 07-02-03 3:36 GMT (#5)
    (Utilizador Info) http://jfig.afraid.org
    Por muito que custe a aceitar esta lei, se bem que bem escrita e formulada, é um nado morto. Podendo-se até tornar perigosa.
    É um facto que nenhum projecto de lei apresentado pela oposição, e especialmente pelo BE, tem qualquer hipótese de ser aprovada. Pode até abrir campo para que a maioria governante tente aproveitar a ideia para apresentar uma contra proposta de lei sobre o mesmo assunto e, sabe-se lá, escrita com a ‘ajuda’ de quem... Parece-me que a ANSOL apostou no cavalo errado.
    Re:Nado morto (Pontos:4, Informativo)
    por js em 07-02-03 4:16 GMT (#9)
    (Utilizador Info)

    Tanto quanto sei, a ANSOL não apostou no cavalo errado, pela excelente razão de que não apostou em *nenhum* cavalo. No caso da proposta do BE, foi o BE que consultou a ANSOL e não o contrário. A ANSOL dirigiu-se a todos e respondeu quem quis. Por exemplo, lembro-me de haver há meses, acho que antes das eleições que o PSD ganhou, uma conferência no Forum Picoas onde os vários partidos tinham representantes a falar, e alguns membros da ANSOL fizeram algumas perguntas a todos. Na ocasião, acho que elemento mais receptivo foi o do Diogo Vasconcelos, do PSD. Portanto acho que não há razão para pensar que a ANSOL aposta mais num cavalo do que noutro...

    Re:Nado morto (Pontos:3, Esclarecedor)
    por jneves em 07-02-03 8:36 GMT (#14)
    (Utilizador Info) http://silvaneves.org/
    Estranho, outro projecto-lei do BE apresentado na mesma altura e muito mais criticado do que este - a inclusão da banda larga no serviço universal telefónico - que representa uma despesa significativa para o estado português, passou.

    É caso para dizer que há nados mortos que renascem.

    PS: Sim, provavelmente foi uma contrapartida da venda da rede fixa à PT, mas eu só queria dar um exemplo...
    Publicidade? (Pontos:2)
    por jmce em 07-02-03 3:59 GMT (#7)
    (Utilizador Info) http://jmce.artenumerica.org/

    Para os destinatários que tenham alguma capacidade para pensar por si próprios, talvez esta carta até tenha o efeito contrário ao desejado, levantando alguma curiosidade pelo fenómeno que fez aquela corja dar-se ao trabalho de a escrever.

    Claro que apesar disso convém fazer-se um desmentido ponto por ponto das aldrabices ali incluídas. É tão comovente vê-los por exemplo a defender o "small, independent developer" e a sua competição "with larger firms"... Se os "small, independent" de outros ramos de actividade arranjassem amigalhaços destes mandavam os sindicatos e as ordens às urtigas. Somos uns privilegiados do caneco :-)

    Direito a escolha (Pontos:1, Redundante)
    por humpback em 07-02-03 4:47 GMT (#10)
    (Utilizador Info) http://www.felisberto.net
    Trocos são trocos.
    Eu concordo cada vez mais com quem diz que o software deve ser pago, mas que deve trazer contrapartidas para quem o compra. Esta postura é aquela que o PLS mostra nas suas apresentações e que deve fazer os senhores da microsoft tremer.
    Se em vez de andarmos em filosofias bonitas de abertura de codigos fontes e liberdade de formatos que para estes senhores é chinezada que tal uma:"O comprador tem direito a indemnização em caso de falha do software."


    Gustavo Felisberto
    72ef1d7183eb2ea89420b94c0cf3e1f1
    apt-get install anarchism

    Re:Direito a escolha (Pontos:2)
    por Cyclops em 07-02-03 8:15 GMT (#12)
    (Utilizador Info) http://www.1407.org
    É mais da liberdade dada com o código fonte e da abertura de formatos :)
    Re:Direito a escolha (Pontos:1)
    por DomusOnline em 08-02-03 1:57 GMT (#25)
    (Utilizador Info) http://bandalarga.domus.online.pt/
    Isso é bonito...
    Mas vai de encontro a uma dúvida que me assalta... A "engenharia" do software não é como a das pontes.
    Não há forma simultâneamente científica e razoável de garantir a absoluta qualidade do software. A partir daí só um louco dará essa garantia.

    Cumprimentos.
    Firmas envolvidas (Pontos:2)
    por ribeiro em 07-02-03 8:31 GMT (#13)
    (Utilizador Info) http://ruka12.tripod.com
    Já alguém pensou boicotar as firmas envolvidas?
    Até agora sabemos que temos a CompTia e a M$...
    --
    Re:Firmas envolvidas (Pontos:2)
    por mlopes em 07-02-03 13:28 GMT (#21)
    (Utilizador Info)
    [mlopes@mlopes vim]$ uname -a
    Linux mlopes.dreamsolutions.pt 2.4.19-16mdk #1 Fri Sep 20 18:15:05 CEST 2002 i686 unknown unknown GNU/Linux

    Apesar de a intenção principal não ser essa, acaba por apanhar por tabela.

    No woman ever falls in love with a man unless she has a better opinion of him than he deserves.

    Re:Firmas envolvidas (Pontos:1)
    por tyFUZZ em 07-02-03 17:58 GMT (#23)
    (Utilizador Info)
    A Intel também está envolvida! Pessoalmente, comecei a boicotálos desde o inicio: Tenho sido SEMPRE cliente AMD (e tenho poupado uns cobres valentes!) Entretanto, O OpenOffice.org tem agora um forum
      http://www.oooforum.org
    onde também se discute um pouco esta nova problemática...
    Re:Firmas envolvidas (Pontos:2)
    por vaf em 11-02-03 6:42 GMT (#34)
    (Utilizador Info) http://students.fct.unl.pt/users/vaf12086/
    A ANSOL não é nenhuma trincheira, para nenhuma guerra.

    A linguagem interessa.
    Advogado do diabo... (Pontos:1)
    por DomusOnline em 08-02-03 1:35 GMT (#24)
    (Utilizador Info) http://bandalarga.domus.online.pt/
    Pois... tá visto que devia estar calado... Mas:

    Não concordo com estas iniciativas pois acho que a aprovação de uma lei destas é contra-producente.
    Isto não quer dizer que não me parta a rir quando vou ao fantástico site de quem enviou a carta e vejo que a lista de membros está "under construction" :).

    Bem ciente da polémica que me arrisco a levantar aqui ficam os argumentos:

    1- Acho que obrigar a usar um determinado software (impedindo de usar outro que não OSS) é por si só mau e ponto final.
    2- Essa obrigação tende a criar desresponsabilização. Lembram-se da máxima "ninguém é despedido por comprar IBM?" Pois bem... acho que iremos ter uma que é "...tive de usar isto, agora não se admirem"
    3- Não acho que o estado tenha capacidade para tirar proveito do facto de ter o código. E digo isto depois de ter passado uns tempos a trabalhar num Hospital. Mais... O estado não tem capacidade de uniformizar aplicações ou formatos, e portanto acho uma prepotência impôr regras de escolha, quando não se cria qualquer standard nos vários ministérios.
    4- O processo de excepções, tornaria qualquer decisão um martirio burocrático. E há muitas áreas onde o OSS não apresenta alternativas válidas (por enquanto)
    5- O OSS tem capacidade (à medida que vai melhorando) de competir com o restante software. E a competição livre só lhe faz bem. Poiso garantido nos governos do mundo não lhe traria vantagem penso eu. Temos vários exemplos em que o OSS se impôs por si só (Apache).
    6- O software é uma indústria... E as indústrias adaptam-se à mudança e até podem desaparecer. Mas quando se pretende mudar por decreto, a morte pode ser violenta. E a indústria de software não são só as grandes empresas Americanas
    7- A disponibilidade da informação e a possibilidade de a migrar entre softwares não depende de forma absoluta do tipo de software (OSS/CSS). Depende muitas vezes de decisões simples, e de alguma competência técnica.
    8- Pouco relevante para a discussão, mas o BE tem o site em ASP e mais grave pouco friendly para browsers não IE...
    9- O argumento do custo é válido, mas para mim não definitivo. O dinheiro gasto em licenças de software não é assim tanto (quando devidamente enquadrado) quanto isso. Indiscutivelmente se pudermos gastar menos é melhor, mas não é liquido que todo o dinheiro que vai para licenças seria dinheiro poupado. Este ponto é algo complexo
    10- Por último cansa-me ver a comunidade OSS a falar do "demo" personificando-o na Microsoft. Generaliza-se que CSS é MS, e que MS é mau, logo CSS é mau. E OSS é bom porque não é MS. Convém ter a noça de que a MS é a mais badalada, mas não é de forma nenhuma o principal fornecedor de software empresarial. Temos IBM, SAP, Oracle, CA, BEA etc. E o restante? É assim tão mau?

    Bom, tou bem consciente que isto é fogo aqui no Gil, perdoem-me se não responder a possíveis respostas, mas passa-se o seguinte: Já tive esta discussão noutros lados, e não fui convencido do contrário do que aqui expresso (embora muitos e bons argumentos possam ser apresentados). Neste contexto aqui fica a opinião.

    P.S.: tenho o site em Linux, e desde que arranjei um "chaço" para desktop que uso Linux (vai para uns 4 ou 5 meses). Não me acusem de ser um "vendido" ;) Sou apenas um tipo com opinião polémica. (e que assinou o post! :P )

    Cumprimentos
    Re:Advogado do diabo... (Pontos:2)
    por Cyclops em 08-02-03 20:41 GMT (#26)
    (Utilizador Info) http://www.1407.org
    Com o intuito de responder de forma organizada, devemos assumir que o software que estás a referenciar como ``software de código aberto'' (opensource ou OSS) é aquele o Projecto de Lei define como Software Livre, já que há software para o qual o código fonte é distribuído junto ao programa, mas que não pertence à definição estabelecida no Projecto; e o software tido como comercial na carta é definido no Projecto como "software proprietário" ou "não-aberto", dado que existe Software Livre vendido no mercado por um preço como qualquer outra mercadoria ou serviço.

    1- Se o fim da escravatura não fosse algo obrigatório, a escravatura teria continuado. O argumento da Obrigatoriedade tem fundamentos aqui. Se não forem quebrados tanto interesses contrários aos da sociedade como a inércia, as coisas ficam na mesma.

    2- Acho que isto é mais uma questão de hombridade... ou falta dela...

    3- A liberdade de poder estudar o programa e o adaptar às necessidades não necessita ser directamente exercida pelo utilizador final. Tu usas instalações de água em casa, mas para mudar algo nas canalizações, ou fazes tu se souberes, ou então pagas a um canalizador, não é?

    4- Exacto. O martírio burocrático é precisamente um incentivo a não se arranjarem falsas desculpas.

    5- O software não livre não concorre no pressuposto de um mercado livre onde pode haver competição mas num mercado onde se prendem os clientes e se exclui a concorrência (por exemplo, através de formatos não livres). O Software Livre, esse sim, enquadra-se em todas as perspectivas de um mercado livre...

    6- As software houses puras, que vivem à conta do software criado em Portugal são uma grande minoria, as outras lojas informáticas sempre demonstraram grande capacidade para se adaptarem às necessidades dos clientes, através dos serviços que fazem e dos produtos que revendem. Muitas delas vivem verdadeiros infernos por simples problemas que não podem resolver adaptando algo às suas necessidades, efectivamente precisando de "reinventar a roda" para conseguirem resolver algum problema de um cliente.

    7- Decisão simples: mudar de MS Word Doc para, por exemplo, OpenOffice
    Competência técnica: 0. Ninguém tem a capacidade de fazer um programa que permita possibilitar a migração, o que acarreta custos grandes, logo o cliente está preso a um formato porque não quer gastar rios de dinheiro, mesmo que não esteja contente com a solução que tem.

    8- Não tenho nada a ver com isso, mas em vez de criticares podes sempre oferecer o hosting numa empresa mais decente... se calhar o que eles têm foi o que conseguiram ter...

    9- O custo do licenciamento é particularmente válido face ao Licensing Plan 6 da Microsoft, mas mesmo assim, faz as contas: 600.000 Microsoft Windows + 600.000 Microsoft Offices (versões XP Profissionais) == 2*600.000*650 EUR == 780.000.000 EUR == 156.000.000 contos. Isto para garantir que 600.000 funcionários públicos tenham acesso aos computadores. E isto é só o básico para Windows + Office, fora as outras aplicações de capacidades dedicadas. Faz as contas antes de alegar o mito de que o custo do software é pequeno quando enquadrado no conjunto das despesas.

    10- A Microsoft é o exemplo paradigmático porque está praticamente omni-presente. Não é por alguma fantasia ou ódio particular que é referenciada. A IBM, SAP, Oracle, CA, BEA, etc são "igualmente" más. (O igualmente está entre "" porque algumas delas até têm produzido algum Software Livre, como a IBM e a SAP, mas o grosso deles é com software não livre)

    Elucidado?
    Re:Advogado do diabo... (Pontos:2)
    por raxx7 em 09-02-03 21:22 GMT (#28)
    (Utilizador Info)
    Bom post. Concordo com o DomunOnLine e não me fizeste mudar de ideias, mas é um bom post.
    Pessoalmente resumo a coisa a isto: como admitiste, não é possivel excluir completamente o software não-Livre das opções do Estado. Logo, uma lei que diz
    "O software utilizado pelo Estado Portguês deve ser software Livre, excepto no caso de:
    a) bla
    b) blabla
    c) etc"
    só tornar o processo de decisão mais burocrático e e ineficiente.
    Em vez de submeter a decisão a uma qualquer definição de "Software Livre" acho que as vantagens do software Livre devem ser tornadas parte dos critérios de avaliação. E já agora, o Estado também devia de apoiar o desenvolvimento do software Livre.

    Remember to be the Killer, not the Victim! (Nuklear Girl)
    Re:Advogado do diabo... (Pontos:2)
    por Cyclops em 09-02-03 22:12 GMT (#29)
    (Utilizador Info) http://www.1407.org
    Repito: só tornará o processo de decisão de usar software não livre pela parte da Administração Pública mais burocrático e ineficiente. Isso é uma desvantagem forte que alguém na Administração Pública terá de sofrer se quiser usar software não livre. Assim sendo, é um processo que só será seguido se houver um motivo muito forte para isso. Conclusão: na perspectiva dos objectivos da Lei, é uma vantagem. Digamos que é uma desvantagem tão grande quanto ser preso se cometeres um crime. Pois é, é uma chatice, já não se pode assaltar ninguém descansado :)

    Para além do mais, a definição de Software Livre não é uma qualquer, mas a que é aceite e usada pela comunidade e não apenas por 2 ou 3 gatos pingados.
    Re:Advogado do diabo... (Pontos:2)
    por raxx7 em 09-02-03 22:54 GMT (#30)
    (Utilizador Info)
    Primeiro, estás portanto a dizer que sempre que não existe software Livre que seja capaz de cumprir satisfatoriamente uma determinada função (porque seria só nesse caso que o software não-Livre seria utilizado) é legitimo que o Estado Português sofra com (mais) um processo burocrático e ineficiente?
    Segundo, estás a assumir que os mecanismo de excepção não vão interferir no processo que leva à escolha de software Livre. Eu cá tenho as minhas dúvidas...

    Qual comunidade? Essa comunidade é relevante para as decisões do Estado Português? Qual definição? Como provas que essa definição é de facto aceite por essa comunidade?
    É que, como já deves ter reparado, eu não me identifico com os teus ideais. E não sou o único...

    Remember to be the Killer, not the Victim! (Nuklear Girl)

    Re:Advogado do diabo... (Pontos:2)
    por Cyclops em 09-02-03 23:19 GMT (#31)
    (Utilizador Info) http://www.1407.org
    O Estado não tem de sofrer. Só se a entidade pontual da Administração Pública achar que esse software não livre é tão importante usar que valha a pena arrancar com o processo. Na minha opinião, será provavelmente mais económico e menos burocrático lançar um concurso público para premiar a empresa que se propuser a fazer o melhor programa livre que cumpra a necessidade que ainda não existe. Isto já é feito actualmente, já agora, só que o Estado não obriga a que seja Livre, pelo que perde uma quantidade de coisas apontadas pelo Rúben, por exemplo, que não deveria perder.

    O teu temor reside em acreditares piamente que certo software só existirá se for não livre. Isso não tem razão de crer excepto pela tua convicção própria. Não há nenhum outro dado que fundamente essa ideia a não ser a tua crença pessoal.
    Re:Advogado do diabo... (Pontos:2)
    por raxx7 em 10-02-03 0:50 GMT (#32)
    (Utilizador Info)
    Começando pelo fim...
    Eu não acredito piamente que haja software que só possa existir numa forma não-Livre. Simplesmente não sei. Já pensei no caso, e não cheguei a conclusão nennhuma sobre isso. Mas acredito nisto: neste momento existe software não-Livre que não tem alternativas Livres adequadas. E que isto não vai mudar num futuro imediato.
    Logo, muito poucos têm as suas necessidades completamente satisfeitas pelo software livre existente. Obviamente que uma entidade com a dimensão e variadade de necessidades do Estado (que nem tu nem eu, nem provavelmente ninguém conhece minimamente) não se inclui neste grupo.
    Também não acredito que seja possivel ao Estado ter as suas necessidades satisfeitas por software Livre (ou não) desenvolvido sob a sua tutela. Desenvolver software, mesmo Livre, requer tempo e recursos.
    Ou seja, o Estado vai continuar a necessitar de muito software não-Livre "off the shelve" nos tempos mais próximos. Não está em posição de adoptar legislação que exclua ou coloque grande obstáculos à utilização de software não-Livre.
    Repetindo-me, acho que o Estado deve é tornar as vantagens oferecidas pelo software Livre critérios na avaliação das alternativas existentes.
    Remember to be the Killer, not the Victim! (Nuklear Girl)
    Re:Advogado do diabo... (Pontos:2)
    por Cyclops em 10-02-03 9:11 GMT (#33)
    (Utilizador Info) http://www.1407.org
    Tal como quando se acabou a escravatura era muito mais cómodo ter escravos do que pagar a alguém para fazer o serviço doméstico (e não só), agora é muito mais cómodo ter software não livre porque já perfaz as necessidades.

    A obrigatoriedade do uso de Software Livre na Administração Pública é não só algo que mais respeita a constituição, como torna finalmente congruente a regulamentação sobre o uso de software pelo Estado, reduz as cópias ilegais e ainda por cima quebra um mal que persiste pela inércia criada no passado recente e incentiva o mercado e a indústria de software Portuguesa. Sinceramente, não sei qual é o teu problema exceptuando uma crença inexplicável. :)

     

     

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