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| Filtragem da Internet na China | | | | Contribuído por jmce em 03-12-02 16:38 do departamento Zhonghua-Renmin-Gongheguo | | | | | | | Jonathan Zittrain e Benjamin Edelman, da Harvard Law School, publicaram hoje um relatório sobre a filtragem da Internet na China, baseado em testes de acesso a mais de 200000 sítios WWW. Quase 20000 deles estavam inacessíveis, incluindo sítios governamentais estrangeiros, sítios de organizações não governamentais, religiosos, educacionais, jornalísticos, de informação sobre questões de saúde ou com conteúdo político dissidente (ver destaques). Os mesmos autores mantêm em funcionamento um sistema para teste em tempo real da filtragem chinesa. Mais informação sobre o controle estatal do acesso à Internet na China pode ser encontrada num relatório recente da Amnistia Internacional [ou versão PDF, com mais pormenores] | | | | | | < Entrevista com Diogo de Vasconcelos | DMCA à portuguesa > | | gildot Login | | | Referências | | |
Esta discussão foi arquivada. Não se pode acrescentar nenhum comentário. | | | "Starting testing... Stage one testing complete. Stage two testing complete. Testing complete for http://www.gildot.org. Result: Likely to be inaccessible in China - please try again later to confirm" Agora, resta saber se o teste é fiável... e, de qualquer modo, aconselham a testar outra vez mais tarde, o que poderá indiciar que o mesmo teste não será 100% fiável. MortH2O |
| | | | | .oO(Bem, que grande muro estão eles a construir..)
Notify: JesusCristo is online (Believe) wZ |
| | | | Será que o pessoal se lembra que aquilo é uma ditadura? É engraçado é o teste ser feito por pessoal de Harvard que como todos sabem está no mais mais censurado do chamado "Mundo Livre". Faz lembrar um pouco aquele estudo a uns anos sobre o trabalho infantil em Portugal feito por uma cadeia de televisão britanica, seguido pouco tempo depois por um estudo de um TV portuga sobre o trabalho infantil no Reino Unido. Gustavo Felisberto 72ef1d7183eb2ea89420b94c0cf3e1f1 apt-get install anarchism
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| | | | | Aquilo a que te referes em termos críticos escrevendo `[...] do chamado "Mundo Livre".' ***é efectivamente *** o Mundo Livre. É o mundo mais livre que já exisitu em toda a História da Humanidade. Excluo, evidentemente, as experiências utópico-anarquistas. Essas não contam porque nunca enfrentaram os problemas de organizar uma sociedade de *muitos* indivíduos -- por exemplo, não me consta que alguma delas tenha chegado à casa do milhão de pessoas. Se calhar nem chegaram ao milhar. Quando dizes que Harvard está no (país?) mais censurado (do Mundo Livre), ignoras tragicamente a primeira emenda da Constituição Americana (da Liberdade de Expressão), a qual permite *efectivamente* (ou seja, com efeitos práticos e com eficácia) a divulgação de muitas mensagens que gente noutros lugares preferia ver apagada dos anais da História. Para comparar, em França (Liberté, Igalité, blah blah blah) existe uma "lei de liberdade da imprensa" (um nome que contrasta violentamente com o conteúdo) que proíbe sob penas várias (incluíndo prisão) a divulgação de conclusões contrárias às do Tribunal de Nuremberga (o "Tribunal dos Vencedores" do fim da 2ª guerra mundial). ou seja, podes fazer estudos históricos e científicos, mas se alguém convencer um tribunal de que as tuas conclusões contrariam o definido em Nuremberga, não as podes divulgar, sob pena de prisão. E como, para as coisas chegarem a este ponto, o mais certo é já teres publicado as tuas conclusões, estás mesmo lixado. Podes ler no sítio oficial francês o texto da lei. A parte interessante é o artigo 25 bis. Este artigo não é velho: data de 13 de Julho de 1990. Claro que os legisladores franceses tiveram azar: Pouco tempo depois de fazerem esta lei vergonhosa, a Internet explodiu e a malta foi publicar tudo nos EUA (o tal país que dizes ser o mais censurado), a coberto da 1ª Emenda. Não penses que se trata duma lei inerte. Ela é raivosamente aplicada (e claro que quem apanha com ela na cara, ou quem refila a respeito dalgum caso, leva logo com o carimbo de "nazi" para desviar a conversa (alguns serão, outros não, mas a conversa não é essa!) e nunca chega a ter acesso a um debate *inteligente*). Não tenho links à mão nem tempo para os procurar, mas talvez encontres coisas se procurares no Google pela palavra "Gayssot" (a lei é conhecida por "lei Gayssot"). Também não me espantava se encontrasses textos do Chomsky sobre o assunto. |
| | | | Então a "caça as bruxas" não foi nos estados unidos. Então não é nos estados unidos que se está a montar a maior rede de espionagem desde os tempos da stasi. Então não é nos estados unidos que as novas leis permitem que um suspeito de terrorismo seja colocado sobre prisão sem direito a julgamento ou advogado por tempo indeterminado (e cyber crimes = terrorismo). E não é os estados unidos o pais que continua a manter um embargo economico selvagem ao povo Cubano (mas que continua a importar clandestinamente os puros). Gustavo Felisberto 72ef1d7183eb2ea89420b94c0cf3e1f1 apt-get install anarchism |
| | | | Com todos os defeitos que os Estados Unidos possam ter, com efeitos sobre terceiros ou sobre a sua própria população, está aqui a falar-se especificamente de liberdade de expressão e liberdade de acesso a informação no momento actual, mesmo que em alguns casos a prática se afaste da constituição. Os problemas de privacidade, de outras liberdades, de perda de direitos anteriores que agora pendem ou já recaem sobre a população dos EUA (mas, não sejamos ingénuos sobre a "civilizada" Europa também) não são totalmente dissociáveis daquelas liberdades, mas não se presta um bom serviço nem a umas nem a outras juntando todos os aspectos legais e todas as épocas num mesmo saco, por muito pouco que os centros de poder político e económico americanos se preocupem com as mesmas liberdades noutras zonas rotuladas como "moderadas"/"amigas"/"parceiros comerciais" (veja-se o exemplo saudita). Eu recomendaria mais atenção ao panoraram europeu actual. É fácil repetir slogans simplificados, mas ao mesmo tempo esquecer as novas leis europeias, algumas com aspectos preocupantes, assinadas também por Portugal, sobre "ciber-crime" e em particular a adenda sobre "hate speech", algo que sob a capa moralizante de prevenir o ressurgimento do nazismo e afins ainda pode acabar por abrir precedentes para muitas perversões legais em que muitos só vão reparar tarde demais e que a França já vai saboreando. A propósito, veja-se o que foi feito à Internet em Espanha recentemente, e diga-se que há liberdade completa de expressão em Espanha. Olhem para a Espanha e para a França e contemplem o futuro dos nossos direitos. Com todos os defeitos dos EUA, a cláusula do "hate speech" (que nós comemos alegremente enquanto discutíamos futebol e outras trivialidades) foi rejeitada para consumo interno (por muito que o resto da legislação de ciber-crime possa ter sido de inspiração americana). Com todos os defeitos dos EUA, ainda é um país onde Chomsky (só para mencionar um exemplo) pode viver e criticar ferozmente e documentadamente o pior que por lá encontra (mas não só por lá). Com a dimensão e o poder a vários níveis dos EUA, não é de admirar que muito do pior possa ter lá origem, mas também muito do melhor; é frequente que quem mais se estafe a defender direitos que também são nossos (em particular pelo impacto do contexto legal dos EUA no nosso) sejam norte-americanos preocupados com as perspectivas no seu país, enquanto nós muitas vezes só reparamos nas perspectivas legais do nosso quando já temos a corda ao pescoço. Meter tudo num mesmo saco apressado é injusto também para esses. E os crimes de uns (EUA incluídos) não podem ser usados como argumento para branquear os crimes de outros (China incluída). |
| | | | Neste momento está em curso na China a maior operação global de filtragem à Internet. Isto é um proof-of-concept tremendo e que se está a revelar eficaz na repressão. Só espero que um dia não se estenda ao mundo ocidental. Por exemplo, a coberto de uma pretensa guerra ao terrorismo (que hoje em dia dá para tudo)... Por outro lado, os cibernautas chineses têm várias ferramentas à sua disposição, como tunneling SSL para servidores exteriores ou até mesmo fazer uma chamada internacional para um ISP de outros países. A menos que tenham filtros também nos telefones! |
| | | | | Pois, o problema é que usar SSL provavelmente é visto como algo subversivo e motivo para seres investigado. E ligações de dados internacionais via telefone não devem estar ao alcaçe de muitos (ja para nao falar de que podem ser monitorizadas).
Gustavo Felisberto 72ef1d7183eb2ea89420b94c0cf3e1f1 apt-get install anarchism |
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