Esta discussão foi arquivada. Não se pode acrescentar nenhum comentário. | hm. (Pontos:2, Informativo) |
| | Hmm, curioso, ja tinha lido algo relacionado com isso há uns meses atrás, numa página de teorias de conspiração e casos extremamente esotéricos, mas não liguei muito, pensei que fosse mais uma daquelas teses ambiguas feitas por jornalistas há procura dos seus minutos de fama. Já agora, quem quiser ler, está aqui.
"Reality is merely an illusion, albeit a very persistent one." -- A. Einstein |
| | | Re:hm. (Pontos:3, Informativo) |
| | Acho mais interessante esta página: The Moon Shots were faked(!). As explicações são, no mínimo... intrigantes. :)
A minha anterior assinatura era ainda pior que esta. |
| | Re:hm. (Pontos:2, Interessante) |
| | tirei este site de um post do /. que desmistifica algumas das coisas que aparecem no site que mencionaste. cada um acredita no que quer, mas pelo menos que tenha algum fundamento.... |
| | | | Realmente as fotos são intrigantes, principalmente aquela última onde as cruzes estão por trás daquela "antena" branca.. só não entendi porque há tantas cruzes na penúltima foto... De qualquer modo, desconfio que a NASA qualquer dia repete o evento mas desta vez pinta um X gigante para que todos vejam cá de baixo que alguém esteve mesmo lá :-) Cumprimentos.. |
| | | | Bracaman, my friend!
Long time no see!!! What have you been doing?
Jazzy |
| | | | Tenho estado na Lua, mas não digas a ninguém porque senão pensam que lhes estás a mentir :-) E já agora, quando escreveste isso não leste algo do género: Elementos Importantes: Por favor tente manter-se no tópico Eu não sou astronauta :-) Cumprimentos |
| | | | Realmente as fotos são intrigantes, principalmente aquela última onde as cruzes estão por trás daquela "antena" branca. Um site tirado de um texto que alguem aqui deu aponta a solucao desse problema e de mais alguns, como o dos tamanhos e orientacoes da sombra (ambos extremamente estupidos). |
| | | | Interessante :) Mas será que as imagens desse site também são reais? E as teorias de conspiração nuuuunca acabam :))) Obrigado pelo link, esclareceu :) Cumprimentos. |
| | | | fim de conversa. Grumpy B) |
| | | | | Raios!!!! E eu que pensava que os Motoratos não existiam! Silly me!
If you don't have time to do it right, where are you going to find the time to do it over? |
| | | | Ganhavam mais se fossem "novamente" à Lua. É que a grande duvida das pessoas é: "então estes gajos vão à Lua, já passaram 30 anos e não voltam lá? Agora que têm tecnologia mais recente para isso? Eu não acredito que à 30 anos tenham posto lá os pés!" Por isso, toca a voltar à Lua que assim voltam a fazer uma visita ao nosso satélite (que tá tão sozinho coitadinho) e a grande maioria das pessoas com duvidas deixa de as ter. Sinceramente, quero acreditar que de facto Neil Armstrong "pisou" a Lua à 30 anos atrás, mas fico na dúvida se realmente tal aconteceu! |
| | | | | Se aconteceu ou não, é irrelevante. O que interessa é que há 30 anos atrás, em plena guerra fria, os americanos precisavam mesmo de ir à lua. Não conseguirem mais do que os Soviéticos seria practicamente perder a guerra. Hoje em dia, em que cada vez mais as únicas razões que movem o espirito humano são os interesses comerciais, não existe nenhuma motivação para ir à lua ou a qualquer outro sitio. Garanto-te que se existisse petróleo numa das luas de Júpiter ou descobrissem marcianos a quem xular uns quantos cd's de música, garanto-te que à muito que este Sistema Solar já teria sido completamente colonizado. Basta ver que a maioria dos projectos actuais, são sondas geológicas que vão andar à procura de uma razão para existirem mais investimentos na exploração espacial. A própria Nasa tem cada vez menos fundos, cada vez menos e bons engenheiros e por causa disso teve uns fracassos que perpetuaram esse ciclo negativo. Os próprios projectos internacionais avançam ao ritmo de caracol, no meio de burocracias, indecisões e claro... falta de euro-dólares. Infelizmente o Espaço irá continuar à nossa espera... à espera que este planeta seja pilhado, destruido ou envenenado. Só assim, voltaremos a ser humanos, em vez de seres obcecados com o individualismo e com os euro-dólares. |
| | | | "Individualismo"? O que é que o individualismo tem a ver com a estupidez humana? Preferes uma mentalidade de membro de colónia de formigas, é? Achas que é assim que íamos a algum lado? Eu sei, offtopic. Mas entristece-me sempre ver o individualismo (das melhores qualidades humanas) vista como um defeito.
"To underestimate one's self is as much a departure from truth as to exaggerate one's own powers" - Sherlock Holmes |
| | | | Estava-me a referir ao egoísmo, ao culto do ego e ao subir na vida à custa dos outros. Penso que não é esse o individualismo que tu subscreves. Preferes uma mentalidade de membro de colónia de formigas, é? Pelo contrário. Sempre segui a mentalidade oposta. Mas se pensares bem, apercebeste-te que pouco ou nenhum controle tens sobre os factores que afectam a tua vida. Somos autênticas formiginhas e mesmo assim não conseguimos alcançar metade da eficiência que as formigas conseguem. Somos eternos insatisfeitos, que nos unimos em prol de um interesse comum mas que à primeira oportunidade voltamos ao nosso "eu" egoista. Belos e raros são os momentos em que usamos as nossas diferenças para alcançar o bem de todos e não apenas o nosso ou o do nosso grupo de "interesses". |
| | | | A questão aqui é que há 2 tipos de egoísmo, e um deles não é "mau". Um deles é "preocupo-me sobretudo com a minha felicidade e os meus interesses". Esse não é mau. O outro é "preocupo-me com os meus interesses, e farei tudo por isso, incluindo usar, abusar, enganar, prejudicar, sacrificar e até possivelmente eliminar outras pessoas para atingir os meus objectivos". O primeiro caso resume um individualista, o segundo caso resume um político (a espécie mais desprezível à face da terra), um mafioso, um parasita, um ditador... em resumo... um filho da p*ta. Sabes, em tempos acreditei que tinha um "dever social", ou, como tu dizes, o dever de "alcançar o bem de todos". Neste momento, não me parece - preocupo-me com amigos e família, e faço/faria/farei tudo por eles, mas não acredito que em algum momento da minha vida tenha de sacrificar a minha felicidade (ou a minha procura da mesma) a um suposto "bem comum".
Mas acho que isto está cada vez mais offtopic... Voltando ao assunto... Acho que a NASA devia voltar à lua. Claro que qualquer filmagem lá feita não seria mais "realista" do que um filme médio de ficção científica, e por isso nunca se conseguiria provar nada (mesmo que EU fosse lá e o dissesse, quem é que garantiria que a NASA não me tinha pago para dizer isso?), mas... gostava de ver.
"To underestimate one's self is as much a departure from truth as to exaggerate one's own powers" - Sherlock Holmes |
| | | | ... preocupo-me com amigos e família, e faço/faria/farei tudo por eles, mas não acredito que em algum momento da minha vida tenha de sacrificar a minha felicidade... Subscrevo essas palavras e admito que também não tenho feito mais do que isso. Mas repara na palavra a bold... Antigamente era possível fazer isso e mais. Antigamente as pessoas queriam fazer isso e mais. O declinio do espirito humano, iniciado com a revolução industrial (transformação do homem em máquina) e acentuado com o mercantilismo global da era moderna, irá levar inevitavelmente à extinção da raça humana. Se calhar, isto até é bom... porque afinal sempre somos uma raça parasitica. O cancro quando não tem mais nada para consumir, consome-se a ele próprio e é isso que acontece com o individualismo, seja ele bom ou mau. À medida que os falsos dogmas das religiões vão sendo expostos, vai ficando um vazio na alma humana que actualmente não está a ser preenchido por nada de saudável. A verdade é que queiramos ou não, todos precisamos de algo em que acreditar, algo que ultrapasse as barreiras do que é conhecido. Se isso não acontece, esse vazio é preenchido por uma solidão individualista que diga-se, trás mais cinzentos maus do que bons. O problema é que com os conhecimentos actuias que cada pessoa tem, é muito dificil encontrar algo que não se consiga explicar ou destruir, utilizando apenas a informação global e a nossa própria mente. Acredito que a solução para este problema se encontra no grande vazio do espaço. A próxima evolução da humanidade a nível sociológico, passa por encontramos evidências que ponham em causa todas as linhas do pensamento actual. Mas isso só é possivel com uma exploração espacial decente... algo que só é realizável com a existência de um "bem comum" à escala global. Sem dúvida, esta é uma consideração utópica mas sem esperança o que nos resta? Como pessoas temos um prazo de validade bastante curto e daí, o sentimento actual é que se deve aproveitar a vida o melhor que se puder. Mas acredito que a grande maioria de nós, se tivesse a oportunidade, gostaria de fazer parte de um projecto maior. Algo que mesmo que ultrapasse o nosso próprio prazo de validade, iria enriquecer a nossa alma durante a vida e colocar um sorriso nos lábios às portas da morte. Eu por exemplo, trocaria o meu conforto actual pelo risco de poder ser um explorador espacial. Mas tendo em conta que os actuais astronautas não passam de técnicos de satélites ou cientistas à procura de prestigio internacional, estamos mal encaminhados. Mas não será por isso que se deve perder a esperança no bem comum. |
| | | | Por isso, toca a voltar à Lua que assim voltam a fazer uma visita ao nosso satélite (que tá tão sozinho coitadinho) e a grande maioria das pessoas com duvidas deixa de as ter. O que e que isso provava? OK, viamos uma nave a sair do cabo canaveral e depois? Iamos ver os gajos no espaço, depois na lua, aos saltinhos e coisas assim. Provavelmente os mais "sortudos" ate tinham isso num canal codificado da TV Cabo (no 44 por exemplo). Mas pronto, qual e que ia ser a diferenca relativamente a trinta anos? Quem queria duvidar continuava a duvidar... |
| | | | Sempre achei divertidíssimos estes mitos urbanos americanos, como o Elvis estar vivo, as vacas sem cabeça (!!!) da MacDonalds, os crocodilos nos esgotos de Nova Iorque, e as imagens da ida à Lua terem sido feitas em estúdio. Tudo se espera de um país que financia com milhões de dólares expedições científicas (?) para descobrir a arca de Noé (eu vi, incrédulo, o "documentário" no História). Para este último exemplo também havia fotografias muitíssimo convincentes, tiradas por satélite, de formções geológicas em forma de navio. Como já tenho dito aqui, e para que não comecem a chamar-me de anti-americano primário (quando muito universitário), reconheço-lhes uma superioridade conjuntural ao nível tecnológico e científico. Mas no que toca às ciências humanas, mais valia realmente estarem quietinhos, ou pelo menos não tentarem exportar o disparate. É que acho preocupante quando isto começa a alastrar para a Europa... Omnia aliena sunt: tempus tantum nostrum est. (Séneca) |
| | | | | Às vezes pergunto-me se vivemos todos no mesmo mundo. Então, ao nível das ciências humanas, a Europa é superior aos EUA, e os disparates europeus são importados? Ao nível das ciências humanas, são os filósofos continetais europeus, especialmente os franceses, que se tornaram sinónimo de disparate. Não foi a Sorbone que atribuiu recentemente um doutoramento em astrologia? E a maior parte dos filósofos pós modernos mais influentes não são franceses? Já para não falar nas idiotices que se ensinam nas faculdades de filosofia portuguesas (cujos professores são influenciados maioritariamente pela escola continental). Seria ainda interessante ver como é que as melhores faculdades portuguesas de ciências humanas se comparam com as portuguesas em termos de: doutorados e artigos em publicações internacionais. É claro que se se comparar a ralé americana com a elite europeia, é possível que a elite europeia ganhe. Mas, o mesmo já não acontece se se comparar elite com elite ou ralé com ralé. Os fulanos que fazem expedições para encontrar a arca de Noé devem ser comparados com o Alexandrino Riste e Firme, não devem ser comparados com universitários. Para se perceber o que está em jogo aqui, o melhor é começar por entender o caso Sokal. Um site interessante para quem se interessa pela abordagem anglo saxónica aos problemas cientificos é o Edge. Em Portugal, recomendo a crítica do Desidério Murcho (que representa uma facção minoritária na academia). No que diz respeito aos mitos urbanos, eles são tão frequentes cá como lá: - O Carlos Paião foi enterrado vivo;
- Uma das Doce teve um caso com um tal Reinaldo do Benfica;
- O Jardel envolveu-se com o Jogo ilegal;
- O Deco é toxicodependente;
- O Portas é Gay;
- O Marcelo Rebelo de Sousa é Gay;
- Roubaram um rim ao primo da tia da avó do Francisco.
- O MacDonalds serve carne de minhoca;
- O Vilarinho mete-se nos copos;
- Nossa Senhora apareceu em Fátima aos pastorinhos;
- Na meia final do europeu o Abel Xavier não cortou a jogada com a mão.
---- joao nonio.com - ciência, tecnologia e cultura |
| | | por Anonimo Cobarde em 06-11-02 19:14 GMT (#16) |
| * O Portas é Gay; Este toda a gente sabe que NÃO é mito |
| | | | # O Carlos Paião foi enterrado vivo; no idea. # Uma das Doce teve um caso com um tal Reinaldo do Benfica; no idea. # O Jardel envolveu-se com o Jogo ilegal; no idea. # O Deco é toxicodependente; Quem é esse? Só conheço a DECO, organização de defesa do consumidor... # O Portas é Gay; Óbvio. # O Marcelo Rebelo de Sousa é Gay; Não me parece, mas realmente não faço idéia. # Roubaram um rim ao primo da tia da avó do Francisco. De certeza que já houve casos desses, se bem que não conheço nenhum em primeira mão. # O MacDonalds serve carne de minhoca; Não sei de onde é, mas só um idiota acreditaria que o que vem nos hamburgeres é carne "normal", as in, carne de vaca picada, temperada, e pronto. # O Vilarinho mete-se nos copos; Isso é um rumor iniciado pelo meu irmão (benfiquista fanático) no fórum Megabenfica. Pelo menos é o que eu acredito. :) Se bem que acho que neste momento o próprio Vilarinho acredita que isso é verdade, e, bem, se já tem a fama... # Nossa Senhora apareceu em Fátima aos pastorinhos; Penso que tenha sido uma alucinação por fome/má alimentação, e sol a mais. Mas realmente não estava lá para ver. # Na meia final do europeu o Abel Xavier não cortou a jogada com a mão. Estava em lua de mel nessa altura, não faço idéia.
"To underestimate one's self is as much a departure from truth as to exaggerate one's own powers" - Sherlock Holmes |
| | | | A maior parte dos disparates europeus não sei se é, efectivamente, importada, mas a verdade, reafirmo-o, é que a nível das ciências humanas a Europa está realmente bastante à frente. Basta olhar para qualquer trabalho académico nessa área, e verificar a quase total ausência de referências a estudiosos americanos. Qualquer trabalho académico europeu, mas também americano, atenção. Basta também ver quem são os grandes nomes das últimas décadas em trabalhos ao nível dos estudos literários, históricos ou linguísticos. Na filosofia não estou tão à vontade, excepto na Antiga e Medieval, onde os grandes estudiosos incontestados continuam a ser europeus. Não posso contudo garantir com tanta certeza, que não conheço tão bem. A grande excepção (aparente) é a linguística generativa, onde continua a dominar o americano (de origem checa...) Chomsky. Contudo a linguística moderna está muito mais ligada a campos como a fisiologia e mesmo a física propriamente dita (nomeadamente a parte da acústica) do que às ciências humanas. Há mitos urbanos por cá, não o neguei. Pelo contrário, manifestei a minha preocupação por eles começarem a implantar-se também "do lado de cá". Os fulanos da Arca de Noé infelzmente eram mesmo académicos. Esses e os da Arca da Aliança... P.S.: o "mito" do Portas não é de agora, já o ouço desde finais dos anos 80. Não me interessa, no entanto, se é mito ou deixa de ser. O que ele faz dentro de portas é lá com ele. Outra qualidade europeia que prezo é a vida privada dos políticos raramente ser violada. Basta ver a lamentável histeria por causa do blow job da outra ao Clinton, comparada com a filha ilegítima do Miterrand, de que se falou durante 2 ou 3 dias em notícias de pé de página em alguns poucos jornais. Infelizmente, contudo, até isso ultimamente começa a ser posto em causa. P.P.S.: o doutoramente em astrologia, de que não tinha conhecimento, é mais um sintoma de que algo não vai bem por aqui. Há uns anitos também li incrédulo no Público que uma universidade inglesa qualquer andava a dar cursos de lírica da Madonna e técnicas de beleza feminina. Infelizmente os americanos já há algum tempo deixaram de ter o monopólio do disparate. Omnia aliena sunt: tempus tantum nostrum est. (Séneca) |
| | | | Estás a defender que os europeus são superiores em ciências sociais, mas estás a reduzir cada vez mais a área àquilo que mais convém para defender a tua tese. Mal andaria o mundo se os portugueses não fossem os maiores especialistas em lingua, cultura e história portuguesas. Mas quando falamos em história universal, arquelogia, linguistica, filosofia, economia e sociologia, a coisa muda de figura. Não vale argumentar que a linguística tem características especificas mais parecidas com as ciências exactas, porque o problema das ciências sociais é mesmo esse: os cientistas das áreas sociais acham que podem estudar estes tópicos sem grandes doses de matemática, física ou psicologia. A questão é que é impossível fazer sociologia sem teoria dos jogos ou psicologia, linguística sem matemática ou história sem astronomia, geologia ou teoria da evolução.
---- joao nonio.com - ciência, tecnologia e cultura |
| | | | Já era curioso como, logo no 10º ano, a gramática de língua portuguesa que me foi recomendada era de uma tal Pilar Vasquez Cuesta... E do dicionário da Academia já muitas crónicas rezaram. Mal andaria o mundo se os portugueses não fossem os maiores especialistas em lingua, cultura e história portuguesas. Então (com não muitas excepções) mal anda o mundo, diz-me quem sabe. Enfim, menos mal um pouco porque há pelo mundo (Portugal incluído mas nada predominante, consta) alguma gente muito boa que se interessa pela língua, cultura e história portuguesas, fazendo algum trabalho de alto nível enquanto institucionalmente temos a tradição de canalizar o dinheiro para os comemorativos folhetos coloridos --- mesmo que possam vir encadernados em capa dura e gravada a ouro. Língua, cultura e história? Aparentemente coisas tão básicas como o Latim estão profundamente desprezadas em grande parte do mundo académico português que se esperaria dominar essas especialidades. Impedidos de recuar muito no tempo pelas barreiras no mínimo linguísticas (para nem falar das paleográficas), muitos ficam-se por história de épocas recentes ou pelo "trabalho de síntese" em segunda (terceira, quarta, ...) mão. A falta de ferramentas para o ofício parece não se limitar à história da ciência, embora as exigências particulares dessa ainda possam realçar mais a falta de preparação. Lê-se meia dúzia de trabalhos como os de Kuhn e Popper, sonha-se em aparecer nas prateleiras das grandes sínteses epistemológicas e desata-se a fazê-las "sem passar pela casa de partida", ou seja sem começar "humildemente" pelo partir de pedra mais básico essencial para, no mínimo, desenvolver a intuição. Depois vai-se (com sorte) a conferências internacionais, apresenta-se trabalhos com títulos sonantes e conteúdo rasca em contraste brutal com trabalhos de objectivos muito mais restritos mas atacados seriamente e com o ferramental completo. Escreve-se profusamente, alegadamente sobre epistemologia, posa-se "a la culture" e depois produzem-se títulos tão sugestivos como Sistemas Epistémicos e Ciências: Do Noviciado da Cotovia à Faculdade de Ciências de Lisboa, sugerindo que se conseguiu alcançar alguma coisa da segunda parte mas se quis dar a impressão de que no fundo o que se estava a fazer era a tal Grande Síntese. Não vi os tais documentários recentes sobre pesquisas sobre arca(s) de Noé, mas tenho ideia de ter espreitado alguma coisa sobre trabalhos desses (não necessariamente pouco sérios) há bastantes anos. Ridicularizar pode ser fácil, mas tenho uma suspeita: independentemente das motivações pessoais (sobre as quais não devemos ser ingénuos mesmo na ciência mais "consensual"), alguns dos investigadores ridicularizados talvez sejam muito mais honestos, estejam muito mais bem preparados para o ofício e saibam bem maís de história antiga (nomeadamente da região da Mesopotâmia) do que muito boa gente bem "cotada" aos olhos do senso comum da nossa praça, mesmo restringindo estes ao que fazem e sabem em história deste canto da Europa... Tomáramos nós que alguns dos nossos investigadores tivessem motivações pessoais para fazer andar (bem e honestamente) o trabalho, nem que fosse no intervalo entre duas conversas de futebol ou politiquice de corredor... Achamos graça a que a NASA queira gastar dinheiro no marketing da história das viagens à Lua, mas imagine-se que nós queríamos fazer algo parecido para promover a fundo o conhecimento das nossas viagens antigas. Mesmo que alguém desencantasse um orçamento de milhões de contos para tratar da questão, onde é que estão os dentes para as nozes dos nossos arquivos documentais? Em Portugal? Quantos investigadores portugueses sabem ler o que lá está? |
| | | | Bravo pelo post, ainda que não concorde com uma ou outra coisa. Tocas em alguns pontos fundamentais. A questão do latim (que me é particularmente cara) é bastante significativa do estado de alguma investigação em Portugal. Num encontro recente de professores de latim a nível europeu, verifiquei com algum embaraço que somos, a par da Espanha, o país da Europa em que menos se estuda latim. Mesmo países não latinos, como Inglaterra, Alemanha, Finlândia (estes nem indo-europeus são) o panorama é bastante diferente. Continuo sem entender como é que se pode estudar arqueologia sem uma cadeira de latim, ou, - surrealidade das surrealidades - epigrafia latina (!!!!!) sem saber latim. Não ponho em questão a preparação científica dos buscadores da arca de Noé. O que ponho em causa é a ingenuidade de alguém que acredita que elementos simbólicos e lendários (mesmo para as hierarquias religiosas moderadas cristãs e judaicas) possam estar ali, debaixo de 2 metros de terra e visíveis por satélite num qualquer planalto da Turquia, embora daqui a uns anos isso deixe me espantar tanto, quando alguns estados dos EUA passaram a ensinar a História com base na Bíblia, ao bom estilo medieval, enquanto outros passaram a pôr um aviso prévio nos livros de biologia a dizer algo como "a teoria da evolução é controversa e não provada". E depois os fundamentalistas são os outros. É só isso. Por outro lado, parece-me louvável o esforço feito desde há algum tempo para achar provas arquológicas do Dilúvio propriamente dito, que como se sabe surge descrito em todas as culturas do médio oriente, narrado em várias obras literárias, não necessariamente religiosas. E os resultados têm sido bastante interessantes, com variadíssimas provas a nível arquológico e geológico de um cataclisma de proporções gigantescas surgido algures no Mar Negro. Nestas investigações estão envolvidos americanos, mas também europeus. Omnia aliena sunt: tempus tantum nostrum est. (Séneca) |
| | | | Não reduzi coisa nenhuma, apenas coloquei um pouco à parte a linguística, disciplina normalmente estudada em faculdades de ciências. Havia mesmo um curso até há pouco tempo (creio que acabou) dado a meias pela Faculdade de Letras de Lisboa e pela de Ciências, chamado Engenharia da Língua, ou coisa parecida, e a contribuição da parte de Letras era exactamente fornecida pelos linguístas. Ainda assim o único grande nome não europeu é exactamente o Chomsky, americano de origem checa. Quanto ao resto de acordo, como é óbvio, nem nunca o pus em causa. Ainda há uns anos tive de recordar conhecimentos antigos de geometria, pegar em compassos, réguas e esquadros, e aplicá-los ao estudo da composição de manuscritos medievais. E não doeu nada. Mas a minha questão não é essa. Chamava a atenção para o facto de no domínio das ciências humanas, mesmo na linguística, os grandes nomes serem incontestavelmente europeus, com uma ou outra (semi)excepção, como o Chomsky. E isso nem os americanos põem em causa. Bom, os maiores especialistas mundiais, incontestados e incontestáveis, em literatura portuguesa medieval são italianos (Tavani, Stegano Pichio). Um dos autores de referência na história da língua portuguesa e nos estudos queirosianos era (morreu há pouco tempo) um francês (Paul Theyssier), e as descobertas mais importantes a esse nível nos últimos anos foram feitas por um espanhol (o Soutto), ainda que nesse caso se possa argumentar que é um galego ferozmente nacionalista que defende que português e galego são ainda hoje uma única língua (eu concordo com ele), e que defende uma reaproximação do galego ao português. Outra grande autoridade neste campo é a também espanhola Vázquez Cuesta. Um dos mais importantes estudos sobre literatura portuguesa renascentista saídos nos últimos tempos é da autoria da minha queridíssima amiga Ana Tarrío, que se doutorou com uma tese sobre humanismo português, que já foi dar seminários sobre literatura portuguesa em Londres, e que tem no B.I. a nacionalidade espanhola, ainda que também neste caso se possa argumentar que se trata de uma galega defensora da reaproximação do galego ao português. A maior autoridade em história dos descobrimentos portugueses era, até há poucos anos, um inglês (o Boxer), e não sei se já foi ultrapassado. Assim de cor, lembro-me portanto destes exemplos. Se acho bem que assim seja? Não, acho que deviam realmente ser portugueses os maiores especialistas em língua, cultura e história portuguesas. Infelizmente não são, e os esforços feitos nos últimos anos com algum sucesso no sentido de reerguer a investigação em Portugal parecem estar a ser postos em causa, o que não augura nada de bom. Omnia aliena sunt: tempus tantum nostrum est. (Séneca) |
| | | | Como já tenho dito aqui, e para que não comecem a chamar-me de anti-americano primário (quando muito universitário), reconheço-lhes uma superioridade conjuntural ao nível tecnológico e científico. Mas no que toca às ciências humanas, mais valia realmente estarem quietinhos, ou pelo menos não tentarem exportar o disparate. Importas-te de nos explicar o que consideras "ciencias humanas", e de que forma e' que os Europeus as dominam ? Como já tenho dito aqui, e para que não comecem a chamar-me de anti-americano primário (quando muito universitário), reconheço-lhes uma superioridade conjuntural ao nível tecnológico e científico. Os americanos nao teem um superioridade tecnologico-cientifica "conjuntoral" -- a Europa e o US estao razoavelmente equilibrados (quando comparado com o resto do mundo). Os US sao extremamente eficientes sim em racionalizar e aplicar esta tecnologia -- coisa no qual os Europeus sao uma merda por varias razoes: - Falta de uma cultura de "entrepreneurship",
- Mercados com regras antiquadas e/ou mercados pouco eficientes,
- Um mercado de "venture-capital" minusculo comparado com o Americano.
Para perceberes isto basta leres a historia da Sun ou da HP e de como estas foram formadas. "Monogamy is for guys that can't get pussy." --Steve-O.
|
| | | | Rservando uma resposta mais longa para mais tarde (acabo de chegar de 10 horas de trabalho na fac), entende-se por ciências humanas coisas como história, literatura, filosofia, linguísticas. Dominam-nas os europeus na medida em que é unânime (mesmo para os académicos americanos) que na esmagadora maioria dessas áreas as obras e estudiosos de referência são ingleses, franceses, alemães, russos, italianos, espanhóis. É muito difícil achar um trabalho em qualquer destas áreas feito na Europa e mesmo nos States com referências bibliográficas americanas significativas ou mesmo sequer existentes. Há uma excepção aparente, um dos "monstros sagrados" da linguística, Noam Chomsky. Que, no entanto, é de origem checa. Omnia aliena sunt: tempus tantum nostrum est. (Séneca) |
| | Bah... (Pontos:5, Informativo) |
| | Já li várias páginas, com as "questões intrigantes" e várias outras com as respostas... Podem ver aqui uma página com vários links, quer para um lado quer para outro...
-- pmsac.oO(Cogito sumere potum alterum) |
| | | | Depois de perderem o vosso tempo com estas teorias ignorantes, passem uma vista de olhos por este site. O nome "Bad Astronomy" diz tudo! Cirruz |
| | | | Vi um desses "so called scientists" a ser entrevistado (com muito gozo pelo meio) por um programa de humor novo que dá na Sic Radical(o qual agora não me lembro do nome). Nesse episodio viu-se o individuo a aproximar-se de Buzz Aldrin (corrijam-me se estiver mal escrito) e a obrigá-lo a contar toda a verdade acerca da grande mentira.. O Buzz contou-lhe toda a verdade com um soco no meio da testa (para um velhote de 70 e tal anos foi impressionante o quão enérgico foi o soco). ;).. Se esse tipo é um dos que se queixa que não se veêm muitas estrelas nas fotografias (uma das tais falhas que eles apontam na tal conspiração) .. aposto que nesse dia deve ter visto muitas ... |
| |
|