Esta discussão foi arquivada. Não se pode acrescentar nenhum comentário. | | | Curiosamente, ainda há relativamente pouco tempo tinha lido esse artigo. Achei que não era completamente rigoroso: baseava-se mais em convicções obtidas através da sua experiência (lugares onde passou), do que propriamente em factos e números. Algumas coisas, como dizer que as univs locais dispunham de melhores meios (laboratórios, computadores) que as europeias, ou que neste país era muito mais fácil arranjar apoios económicos e subsídios que nos outros, não me pareceram muito credíveis... mas também é apenas a minha convicção pessoal :-) Depois, em relação às soluções apontadas, são as mesmas que se ouvem a toda a hora: aliviar tarefas administrativas dos professores, motivá-los mais ($$ :-), sistema de incentivos baseado no desempenho, melhor cooperação indústria-universidade, et al... enfim, o bla bla do costume, que "só" falta fazer! -- carlos |
| | | | | Eu acrescentaria reciclagem e circulacao do staff entre instituicoes e avaliacao periodica (4-7 anos parece ser tempo suficiente) por um painel exterior & independente das performances pedagogicas e de investigacao do pessoal. Tirando os aspectos de gestao do projecto de investigacao/ensino, todas as restantes tarefas adminstrativas teriam um peso nulo nessa avaliacao. Para gestao institucional que se contratem gestores. Estou consciente que com o reduzido numero de instituicoes de investigacao e ensino em Portugal, aliado a endogamia prevalente e a resistencia a mudanca das universidades, tais sugestoes sao um bocado utopicas, pelo menos a medio prazo. So depois disso faria o resto: mais $$$ e menos administracao. Quanto aos apoios e subsidios, Portugal estava ate a poucos anos na categoria de 'paises em desenvolvimento' o que era uma boa posicao para angariar fundos internacionais. Nao sei se este estatuto ainda vigora.
--- |
| | | | Não te esqueças que o relatorio foi escrito no tempo do PS. Se bem te lembras, arranjar subsidios não era coisa por aío além... o quê? Não tiveste nenhum? lol Pode ser que tenhas mais sorte da proxima que o PS voltar :) "Se vi mais além do que outro, é porque estava nos ombros de gigantes." Sir Isaac Newton
|
| | | | A parte das empresas financiarem investigação nas universidades parece-me perfeitamente viável, porque estão a pagar para desenvolver técnologia que necessitam, sem ter um grande investimento na contratação de pessoal e criação de laboratórios apropriados! Essa poderia na minha opinião ser uma entrada de dinheiro que seria uma excelente motivação para se investir mais tempo em investigação, com beneficios tanto para as empresas como para as universidades e alunos!
Este é um exemplo de algo que é sugerido no artigo e que me parece viável e vantajoso, existem mais coisas, apesar de que algumas, especialmente aquelas que se referem mais a nivél burocrático são mais dificeis de alterar!
"They that can give up essential liberty to obtain a little temporary safety deserve neither liberty nor safety." -- Benjamin Franklin, 1759 |
| | | | Essa poderia na minha opinião ser uma entrada de dinheiro que seria uma excelente motivação para se investir mais tempo em investigação, com beneficios tanto para as empresas como para as universidades e alunos!
Desculpa mas normalmente esses investimentos servem para produzir productos completamente proprietarios que resultam em ate' os proprios alunos passarem a ter de pagar para usarem aquilo que suaram para fazer.
Se as empresas querem investigacao proprietaria, que facam os seus laboratorios. Eu nao quero (mas todos fazemos via impostos) contribuir para o financiamento de entidades que depois desenvolvem productos que eu vou ter de pagar se os quiser usar e nao tenho direito nenhum sobre eles...
Ou pior, vir a sujeitar eventuais descendentes a escravatura na universidade... |
| | | | Se leres o artigo com atenção vais reparar que a sugestão é que os alunos sejam pagos para fazer investigação extra-curricular, claro que isto seria só para aqueles que provarem ter capacidade e vontade para o fazer, e servindo para engordar um pouco o curriculum e assim todos ganham!
"They that can give up essential liberty to obtain a little temporary safety deserve neither liberty nor safety." -- Benjamin Franklin, 1759 |
| | | | A questão de mais dinheiros, ou mais fáceis, pode não ser geral mas parece-me perfeitamente credível. Já ouvi imensas comparações em que se ficava com uma imagem de "luxo" nas nossas universidades. Tanto em conversas directas como em relatos de terceiros, soube de muita gente estrangeira que cá chegava e ficava bem impressionada com alguns meios. Isto começando logo nos gabinetes dos docentes, e lembro-me de ver alguns bem espaçosos e caramente mobilados, o que no entanto nem sempre quer dizer que a escolha da mobília foi bem feita... ou os edifícios bem arquitectados. Levante a mão quem tem de aturar zonas de "estufa" em edifícios que parecem concebidos para países nórdicos --- zonas compensadas (com sorte) com vastas doses de aparelhos de ar condicionado e respectivos gastos de electricidade. E há algum equipamento, desde impressoras compradas "porque sim" até material bastante caro de laboratório, que fica anos e anos encaixotado num canto sem nunca chegar a ser instalado e usado. Desde o material comprado no fim do ano para não ficar dinheiro por gastar e poder pedir o mesmo no ano seguinte até ao material comprado para lixar o académico do lado que assim fica com menos verbas para as coisinhas dele, passando pela simples decisão ignorante sabiamente explorada pelos fornecedores. E há os desperdícios de recursos resultantes de pouco planeamento e dinheiro fácil, como a multiplicação desnecessária de alguns equipamentos. Por exemplo, em sítios onde não há uma boa gestão informática, as comadres se zangam por causa de-quem-compra-o-toner, e de repente cada gabinete tem pelo menos uma impressora laser e uma jacto de tinta. No AMOLF de Amsterdão, onde (espero não disparatar) talvez se produza mais artigos de física de qualidade que em Portugal inteiro, imprimia numa impressora colectiva grande ou então numa de um gabinete próximo com dois professores, um dos quais é "só" já há muitos anos um dos maiores especialistas do mundo no domínio dele (hint para os luso-investigadores ansiosos pelo gabinete individual "à-altura-da-cátedra"). Mas quando era necessário apoio técnico, o pessoal de apoio estava lá, até para tarefas tão elementares como... trocar uma workstation com a da mesa ao lado. Em contraste, temos as compras desnecessárias de workstations caras e imenso software proprietário que em muitos casos poderiam ser evitadas com a ajuda de pessoal de administração de sistemas competente --- mas que pode não existir... porque há "falta de verbas", ou pelo menos assim alega quem: a) não tem de usar o equipamento informático tanto como os estudantes, assistentes e outros professores mais novos que tantas vezes fazem o *trabalho* propriamente dito; b) não pensa no valor do seu próprio TEMPO e o dos estudantes ou colegas que servem de sysadmins de recurso. Queixam-se-me também várias pessoas de falta de técnicos de laboratório, carpinteiros, etc. Parece que gostamos de comprar produtos em caixas vistosas a escorrer prestígio, mas não percebemos o valor do investimento em recursos humanos para rentabilizar os outros gastos todos. Uma amiga que passava quase todos os anos alguns meses em universidades do UK mencionava a penúria da maior parte dos departamentos de física (e não só) por onde passava em comparação com os nossos. Franceses que chegam cá habituados a ter de ter autorização central para comprar quase as lâmpadas eléctricas (ou mesmo essas?) ficam espantados com a flexibilidade com que se escolhe equipamento informático (e com o equipamento que se escolhe, para o melhor e para o pior). Há mais de 10 anos estive umas semanas na Univ. da Georgia (USA) e aí o contraste que notei com Portugal foi a forma como se aproveitava o material. Ao lado de hardware novo continuavam a funcionar terminais velhinhos dos mais variados aspectos, num sítio com acesso a recursos globais que estavam ordens de grandeza acima dos dos nossos departamentos. Foi apenas um contacto breve, mas fiquei com a sensação de ser gente habituada a não desperdiçar o que tinha. E o acima são só alguns pequenos exemplos de um quadro que me tem sido apresentado durante muitos anos. Se temos globalmente em Portugal muito dinheiro para ensino e investigação não sei, mas às vezes parece mesmo que ele abunda. E parece que faltam dentes para as nozes e parece que às vezes o aparecimento do dinheiro ainda piora mais a situação, com as disputas e intrigas internas (começando pelos metros quadrados de gabinete) a subir rapidamente de tom, tanto mais violento quanto mais elevado é o grau hierárquico e académico. |
| | | | ... e se por acaso encontrarem algum físico ou matemático vindo do Leste da Europa, experimentem perguntar-lhe o que ele acha... :-) |
| | | | Estive uma temporada na Alemanha e em Franca e tive essa experiencia. Impressionou-me bastante na Alemanha ir a uma biblioteca universitaria em que os terminiais eram pcs reciclados (386/486 na maioria) a correr o netscape em cima do linux. De facto, em toda a minha vizita vi mais maquinas com o linux que apples e pcs juntos. Na Franca so vi macs. Eram poucos e eram comuns a todo o departamento sem restricoes. Infelizmente muita gente pensa que pode subir acima da media com gastos acima da media em equipamento, roupa, mobilia, etc... Tem-se andado a construir uma imagem de sucesso fomentada no orgulho em ser ignorante, no chico espertismo do desrespeito pelos outros e numa estupidez afilitiva. Infelizmente nao e so ca que isto acontece, mas parece que temos uma fraccao desse fenotipo relativamente alta na populacao.
--- |
| | | | "Algumas coisas, como dizer que as univs locais dispunham de melhores meios (laboratórios, computadores) que as europeias (...) não me pareceram muito credíveis..."
Acho importante dar o contributo da minha experiência, dado que grande parte dos leitores do GilDot são da área da Informática e afins. Eu frequento o curso de Química Aplicada na FCT/UNL e posso dizer que temos laboratórios muito bons, especialmente quando se esta' a chegar ao fim do curso, para não falar nos laboratórios de investigação... Deixo-vos aqui um link para o Departamento de Química para que tenham acesso à investigação que la' e' feita. Nem tudo e' negativo! :)
------------- http://defaced.syners.org |
| | | | acho que o Prof, Michael Athens ainda esta no IST... pelo menos eles esteve la este ano a dar uma palestra na Semana Informatica sobre esse assunto...e embora ja nao me lembre bem, estou com a sensacao que ele tinha dito que podiamos ir falar com ele no gabinete dele na Torre de Electro... |
| | | | A propósito de um artigo mais antigo sobre a mesma problemática já tinha posto o Link para esse artigo. Infelizmente já deve ter sido arquivado e não o encontro. O documento já tem alguns anos mas não deixa de ser actual. Tó-Zé 'Senador' |
| | | por Anonimo Cobarde em 05-07-02 15:57 GMT (#10) |
| Burn them all, and start all over again... Claro que isto é só uma brincadeira, mas o problema de maior parte das universidades portuguesas é a falta de humildade por parte de muitos professores e do grande distanciamento que estes têm para com os alunos. Depois existe um ciclo vicioso, tipo, professores maus, desmotivação por parte dos alunos, alunos maus, professores desinteressados nos alunos maus, e volta ao inicio... Não se pode olhar só para os cránios, até porque esses nem precisam de professores. Não me digam que os professores universitários ganham mal porque isso é mentira. E como é possivel dar emprego a um professor que reprova 90 alunos de 95 (IA) a uma cadeira SERÀ REALMENTE PROBLEMA DOS ALUNOS???? Depois o que me chateia é que nos anos seguintes dão testes de caracacá para fazerem o que se chama de "limpeza" da cadeira... desculpem lá o desabado .. e o facto de estár anónimo, mas teve que ser |
| | | | | Esses são alguns dos problemas abordados no documento, e as sugestões feitas para os resolver parecem-me interessantes, apesar de não serem, evidentemente, fáceis de implementar!
É claro que a esperança de melhoras a médio ou mesmo longo prazo é muito pequena!
Os "cranios" devem ser compensados em termos de notas e de possibilidades de trabalhar nos já falados projectos de investigação, de modo a encorajalos e a aliciar outros que tenham espectativas para chegarem aos mesmos sitios! Não é a promover a mediocridade que se consegue seja o que fôr!
"They that can give up essential liberty to obtain a little temporary safety deserve neither liberty nor safety." -- Benjamin Franklin, 1759 |
| | | | Vamos lá ver é se os projectos se mantêm... No meu centro de investigação há alguma expectativa, e as conversas de corredores apontam para o cancelamente de muitos projectos em outros centros. Os nossos, como andam na área das letras e não custam muito dinheiro, devem manter-se, porque estes gajos pelos vistos só se interessa mesmo é pelos cifrões. Perdão, euros. O pessoal que pene e que deixe de conseguir levar o ordenado até ao fim do mês, desde que a porcaria do défice desça um bocadinho. E enquanto se prepara para despedir e aumentam impostos invocando a crise (?), enquanto se corta na investigação e na educação, o orçamento da defesa aumenta. Faz sentido. É o país que temos. Omnia aliena sunt: tempus tantum nostrum est. (Séneca)
|
| | | | Pois sim, ha' uma elevada taxa de chumbos em várias cadeiras do ensino superior, mas na minha opinião o primeiro grande problema e' exactamente o que vem antes disso. O ensino secundário (para não recuar mais) esta' uma desgraça! A primeira coisa que me disseram quando entrei para a faculdade foi: "Lembras-te daquilo que deste no secundário? Lembras? Hmm.. isso e' mau, porque isso agora esta' tudo errado!". Não iremos a lado nenhum assim, com estes fossos...
------------- http://defaced.syners.org |
| | | | Eu também acho um escândalo professores que chumbam a maioria dos alunos, pois o problema em casos desses não é dos alunos, mas do professor. Só não concordo quando dizes que é mentira que sejam mal pagos. Eu sou professor universitário, e, acredites ou não (nunca ninguém acredita, mas eu ando com recibos de ordenado na carteira para provar), não ganho ainda o que ganhava a secundária, só estando na carreira universitária por amor à camisola. Mais: não sei se sabes, mas 80% dos professores universitários (pelo menos na faculdade de letras) estão a contrato (só se passa ao quadro após 5 anos depois do doutoramento). Até se fazer 5 anos de doutoramente, os contratos são renovados anualmente (no meu caso) ou trianualmente. Divertido não é? E com o que se tem visto deste governo, não se esperam grandes melhorias, bem pelo contrário. Já agora, para teres ideia do que pode ganhar um prof universitário em início de carreira, e sabendo de antemão que não vais acreditar (eu também não acreditaria) ganho cerca de 600 euros, tendo começado, em 1997, a ganhar cerca de 400. Ah, quando saí da secundária, em 1996, ganhava quase 800 - o dobro. Acho que estamos falados quanto a estabilidade e ordenados. Tirando este pequeno pormenor (enorme, para quem tem de pagar casa e contas ao fim do mês - e graças aos deuses ainda apanhei o bonificado, caso contrário não podia comprar casa), concordo no essencial contigo, e sei de muitos casos em que professores que ganham realmente balúrdios (uma ínfima minoria de privilegiados, cuidado com as generalizações) chumbam em barda, pensando que assim é que são bons profs. Pelo contrário, mas é difícil meter-lhes isso nos seus cérebros mumificados. Não devemos é generalizar, sob pena de atingir uma grande maioria que trabalha em condições de grande instabilidade profissional (não imaginas o pânico que se abateu sobre 80% dos profs aquando da divulgação da lei dos despedimentos do PPD), e que apenas se sujeita a isto por um enorme "amor à camisola". Era tão mais fácil voltar para o ordenado chorodinho da secundária e efectivar ao fim de 2/3 anos... Em relação ao distanciamento entre profs e alunos, concordo também contigo, e a culpa é quase sempre dos profs, que se armam muitas vezes em divas emproadas diante de alunos que às vezes ganham 2 e 3 vezes mais. No entanto, a primeira grande decepção que tive quando cheguei ao ensino superior foi exactamente a barreira de gelo que uma grande parte (não digo que seja a maioria, mas são bastantes) dos alunos põe à sua frente quando há uma tentativa de aproximação. Habituado a sentar-me com os alunos do secundário no bar e ir com eles à discoteca ao sábado, fiquei um bocado espantado na primeira vez em que me sentei à mesa com alunos da universidade e fui brindado com olhares fulminantes do género "que é que este quer". Depois entendi que é um problema geracional, apesar de a minha diferença para eles na altura ser nula ou de apenas 1/2 anos. É que desde que dou aulas à noite, com pessoas bastante mais velhas, o contacto realmente é bastante mais caloroso. Com o pessoal dos 18-25 anos a coisa é mais complicada... Mas apesar destes pontos discordantes, repito: concordo, no essencia, com tudo o que dizes, sobretudo com o escândalo dos chumbos em massa. E ninguém faz queixa? Omnia aliena sunt: tempus tantum nostrum est. (Séneca) |
| | | | "E ninguém faz queixa?" Pois, o problema também passa por aqui. Ou não possuem coragem para isso, ou são fortemente penazilados pelo dito cujo e pelos colegas. Já vimos a um par de anos casos que chegaram à RTP, mas que forma minimizados de forma vergonhosa. Da última vez que nas páginas de opinião de um jornal um aluno queixou-se, na semana seguinte foi publicado a resposta de um professor a proclamar de uma forma arrogante que o aluno não possuia qq direito, formação ou competência para avaliar os professores. Conclusão: vivemos num pais muito triste, e com muita gente com uma formação duvidosa. -- |
| | | | Lembro-me disso, realmente, salvo erro na Autónoma. Mas pelo menos na Faculdade de Letras (e suponho que em todas as públicas) há alunos representados quer na comissão quer no conselho pedagógicos, que têm como dever precisamente evitar situações desse tipo. E sei que a comissão departamental decide sempre em favor do aluno, quando ele realmente tem razão (quase sempre). Ainda há pouco tempo soube de uma situação muitíssimo desagradável, que acabou resolvida naturalmente a favor dos alunos queixosos. Suponho que nas restantes universidades públicas as coisas funcionem da mesma forma. Nas privadas não sei, que não estou tão por dentro. E, claro, também sei que mesmo nas públicas há algumas divas arrogantes. Não são é a maioria, como muitas vezes se pensa. Omnia aliena sunt: tempus tantum nostrum est. (Séneca) |
| | | | Só um pequeno acrescente: muitas vezes os alunos não se mexem por recearem realmente as reoresálias, e os seus representantes nas comissões pedagógicas deviam precisamente esclarecê-los. É falta de informação, mas a culpa é de quem devia informar e não informa. Omnia aliena sunt: tempus tantum nostrum est. (Séneca) |
| | | | No caso que eu conheço bem, a AE e a comissão de alunos além de serem "escolhidos" com a "recomendação" do conselho directivo, apenas estavam lá para tratar da sua vidinha, recolher dividendos politicos, e seguir mais tarde a sua carreira na politica ou como professor universitário. E isto na publica...
-- |
| | | | Aliás, digo mais ainda. Quando houve uma mudança de programa de curso, ninguém deu o pré-aviso obrigatório de 4 anos aos alunos. No entanto, elementos da AE foram avisados, e fizeram esforço suplementar para fazer cadeiras que sabiam que iriam ser mexidas. E mantiveram-se caladinhos. -- |
| | | | E voltaram a elegê-los, depois disso? Espero bem que não... Eu, nos meus tempos de aluno, cheguei a ter um mandato na comissão pedagógica, e as coisas eram bastante diferentes (eleição anual directa pelos alunos, sem qualquer interferência de ninguém), mas admito que realmente não seja assim em todo o lado. E, claro, lambe-botas-carreiristas há em todo o lado... Omnia aliena sunt: tempus tantum nostrum est. (Séneca) |
| | | | Não teria problema nenhum em fazê-lo se tivesse scanner. No entanto as tabelas salariais são públicas. Ou, para os mais preguiçosos que não estão para investigar, durante o período lectivo estou disponível na Faculdade de Letras de Lisboa para mostrar os recibozitos. Sem ser no período lectivo trabalho a maior parte do tempo em casa, mas posso ser contactado na mesma através da mesma faculdade. Até posso oferecer cópias para emoldurarem e olharem para aqueles gloriosos 600 euros (mais coisa menos coisa) quando estiverem para dizer que na universidade pública se ganha bem. Não estou a brincar, ofereço mesmo, é só contactarem-me na FL. É só perguntar por mim, fica o convite feito, e ainda posso oferecer um cafezito num dos bares. Quanto a recibos do secundário, onde é que isso já anda... Mas basta investigar um bocadito e ver quanto ganha, hoje, um professor licenciado profissionalizado (como eu quando saí de lá). Só fica a pensar que todos os profs universitários ganham rios de dinheiro quem tem má vontade ou não está para se informar. Evidentemente há alguns (poucos) que ganham balúrdios, ninguém o nega. Mas os assistentes e leitores (a maioria do pessoal docente), como qualquer pessoa bem informada sabe, ganham muito pouco, e é vulgar acabarem por abandonar a carreira para se dedicarem a coisas mais rentáveis. Ou, se realmente gostam do que fazem, mantêm-se. Omnia aliena sunt: tempus tantum nostrum est. (Séneca) |
| | | | Ah, e mais uma coisa, para ti e para o resto do pessoal que acha que vida de prof universitário é uma alegria recheada de cifrões: a proposta de estaututo da carreira docente do anterior governo, congelada ainda antes da queda, previa algo semelhante ao que se passa em Espanha e em muitos outros países europeus: assistentes e leitores fora da carreira universitária, sem vencimento, simples bolseiros. Divertido e aliciante, não? Felizmente os sindicatos mexeram-se a tempo, mas a coisa esteve negra. Com estes senhores de agora, suspeito que não tenhamos tanta sorte (assistentes e leitores), e o mais natural é mais dia menos dia os não-doutorados (a maioria em muitos departamentos e faculdades) passem a ser equiparados a simples bolseiros, sem integração na carreira universitária, como chegou a querer fazer o Guterres. Omnia aliena sunt: tempus tantum nostrum est. (Séneca) |
| | | | Ah, e mais uma coisa, para ti e para o resto do pessoal que acha que vida de prof universitário é uma alegria recheada de cifrões: a proposta de estatuto da carreira docente universitária do anterior governo, congelada mas não cancelada ainda antes da queda, previa algo semelhante ao que se passa em Espanha e em muitos outros países europeus: assistentes e leitores fora da carreira universitária, sem vencimento, simples bolseiros. Divertido e aliciante, não? Felizmente os sindicatos mexeram-se a tempo, mas a coisa esteve negra. Com estes senhores de agora, suspeito que não tenhamos tanta sorte (assistentes e leitores), e o mais natural é mais dia menos dia os não-doutorados (a maioria em muitos departamentos e faculdades) passem a ser equiparados a simples bolseiros, sem integração na carreira universitária, como chegou a querer fazer o Guterres. \ Omnia aliena sunt: tempus tantum nostrum est. (Séneca) |
| | | | "Qual não é o espanto ao saber que ele faz exames de 7 e de 8 horas a algumas dessas cadeiras." Não, todos sabemos que não é normal. Eu tinha professores que faziam exames de 2 horas, mas com um total de perguntas em só seria possivel responder em 5h ou 6h. Assim era porreiro, não havia trabalho a corrigir, e podiam dar as notas que lhes apetecesse. A dedicação ao trabalho era tanta que tenho uma colega ou duas que passaram por engano. -- |
| | | | eh, e é claro, isto para não falar na cadeira que passei porque "enganei-me" ao escrever o nome, e o meu nome ficou parecido com outra pessoa que já tinha feito a cadeira. O número estava certo, no entanto. Como a cadeira foi corrigida por um professor assistente, o nome que eu coloquei não estava na lista negra. Imaginem o espanto do professor ao saber no ano a seguir que eu tinha feito a cadeira. -- |
| | | | Isso parece ser um indicador de que é preciso uma mudança urgente!
"They that can give up essential liberty to obtain a little temporary safety deserve neither liberty nor safety." -- Benjamin Franklin, 1759 |
| | |
|