 |
gildot |
 |
| |
 | |  |  | Contribuído por AsHeS em 06-06-02 22:35 do departamento perguntas | |  |  |  |  |  | Gimp escreve "Um post de opinião não é coisa que me leve a escrever no Gildot todos os dias, mas quando se acompanha discussões onde se defende este ou aquele SO ou um programa específco, pergunto-me se sempre que aconselhámos (ou vendemos algo) alguém para investir numa determinada via, estaremos a fazê-lo da forma mais isenta possível. Todos atacámos o médico (é um exemplo e só isso, há muitos mais) que prescreve o medicamento X em vez do genérico Y, ou o empreiteiro que usa o material Z e não o W. Porque não aplicar a mesma perspectiva na informática? Muitas vezes os clientes, apesar de lhes informar das alternativas, insistem com o nome conhecido. Normalmente desistimos de mencionar as ditas cujas e só se eles perguntam é que a luzinha acende outra vez. O factor $ pesa muito na hora de vender, mas, caramba, é preciso ter muita lata estar a aconselhar determinada via sabendo que é uma treta só porque somos os distribuidores ou representamos os mesmos! P.S.: Hoje recuperei um ficheiro de Excel (umas 20-30.000 entradas) dum utilizador com o OpenOffice 1.0. O desgraçado esteve até às 23.00 de ontem a tentar recuperá-lo, uma operação que me demorou 5 min... " | |  |  |  |  | < Unbreakable Linux ... Nova fusão ? | Espelho do ensino, sociedade, nenhum ou ambos? > |  | gildot Login |  |  | Referências |  | |
Esta discussão foi arquivada. Não se pode acrescentar nenhum comentário. | | | Desculpa-me mas nao percebi muito bem onde queres chegar com o teu comentario... (pode ser culpa minha, por sono a menos) Podias ser mais explicito em relacao ao problema? Z |
| | | | | ... isso leva-nos à velha questão de se estamos a aconselhar/vender a melhor solução para um problema, seja ela de que tipo/licença/plataforma fôr, ou se aconselhamos cegamente produtos de software livre.
Pessoalmente opto pela primeira, embora só depois de me certificar de que não existe solução para o problema em software livre.
Mário Gamito |
| | | | | Isso parece-me lógico e não acredito que haja alguém que tente solucionar problemas sem ter solução. A questão é quando há duas soluções, software livre e software "preso" *g* (aka comercial, closed source). Quando temos as duas soluções, mesmo que a closed source tenha vantagens para o utilizador / gerente / administrador ... até onde vai o nosso fanatismo? A nossa obcessão? Quantas vezes não fazemos más análises de um produto closed source apenas para vendermos "o nosso peixe" ? Provavelmente no fim é tudo para uma causa maior (?)e talvez os fins justifiquem os meios... mas, onde está a ética? Estou a falar da advocacia que fazemos junto das empresas, que fazemos junto dos nossos amigos, dos conhecidos. É uma questão complicada e muitas vezes só porque nós acreditamos que uma solução é superior não quer dizer que ela o seja, ou pelo menos, que o seja incondicionalmente. "Se vi mais além do que outro, é porque estava nos ombros de gigantes." Sir Isaac Newton
|
| | | | Penso que não é bem vender o nosso peixe, penso que é mais uma questão de para alguns de nós a liberdade no software acaba por ser uma grande vantagem o que leva a desprezar outras vantagens consideradas por nós menores! Não é uma questão de obcessão, é uma maneira diferente de ver as coisas, se assim não fosse então tambêm poderiamos considerar que quem despreza a liberdade no software por outras caracteristicas seria obcecado por dinheiro!
"They that can give up essential liberty to obtain a little temporary safety deserve neither liberty nor safety." -- Benjamin Franklin, 1759 |
| | | | O problema está exactamente aí. Quando escolhemos software para terceiros devemos escolher baseados nas nossas "crenças" ou simplesmente na qualidade técnica do mesmo? "Se vi mais além do que outro, é porque estava nos ombros de gigantes." Sir Isaac Newton
|
| | | | Se escolhermos simplesmente com base na qualidade técnica, aí sim, estarás a dar uma opinião com falta de ética... Parece uma antítese, mas não é... porque na realidade ao recomendares o software proprietário estás a dizer à pessoa que se deve sujeitar e abdicar de liberdades a que tem direito. Parece-me que levar uma pessoa a abdicar de qualquer liberdade é que revela falta de ética. |
| | | | Isto é tudo muito teorico, e as liberdades que para nos sao muito importantes para 99% dos meus clientes não querem dizer nada... enfim, cada caso é um caso. "Se vi mais além do que outro, é porque estava nos ombros de gigantes." Sir Isaac Newton
|
| | | | Nao chamo aos gigas que tenho no meu disco teoria :) |
| | | | "[...]ao recomendares o software proprietário estás a dizer à pessoa que se deve sujeitar e abdicar de liberdades a que tem direito." Não é "a que tem direito," mas "a que pode ter direito"... Peço perdão pelo preciosismo, mas arrepiam-me as utilizações abusivas da palavra "direito". Elas estão na origem duma inundação de exigências absurdas a todos os níveis da sociedade. A diferença entre "tem" e "pode ter" é crucial. A expressão correcta é "pode ter", porque existe alguém na sociedade que se dispõe a conceder esse direito. Se a expressão correcta fosse "tem", o caso seria o de todos os membros da sociedade serem forçados a conceder o direito em causa, o que evidentemente afrontaria a liberdade dos membros que não o quisessem fazer. Quando se tem um direito, o natural é lutar por esse direito e, consequentemente, exigir a alguém que o satisfaça -- pois havendo um direito, tem que haver alguém com o dever de o satisfazer. Quando se diz a alguém que ele tem o direito X, o que se está a fazer é a induzir o comportamento acima[1]. É como infectar-lhe o sistema (nervoso) com um micróbio que, ao desenvolver a doença, faz com que o doente lute convictamente por "direitos" disparatados. [1] Isto é engenharia social na verdadeira acepção das palavras: é montada uma máquina no "meio social", que utiliza "leis do sistema social" para gerar determinados efeitos. O "sistema imunitário" desta analogia é a análise crítica da ideia-micróbio. O indivíduo que tenha um sistema imunitário forte, ao ser alvo do ataque deste micróbio, pergunta: Porque é que eu tenho esse direito? E prossegue: Quem é que tem o dever de mo satisfazer? Ao chegar aqui, aterra na realidade e constata que declarar o direito acima implica impôr deveres pouco razoáveis a outros membros da sociedade, o que é absolutamente contrário à ideia de liberdade que está por detrás de tudo... |
| | | | E será que a liberdade de adaptarmos o software às nossas necessidades ou de pagar a alguêm para o fazer, no caso de não termos habilitações para o fazer, não é uma maisvalia técnica? Parece-me que isto só depende mesmo do ponto de vista de quem está a escolher o software! Não creio que esta situação seja uma situação de fácil solução, a guerra software livre X software proprietário é mais uma holy war e a visão de cada um sobre o assunto irá sempre influenciar as decisões sem que isso demonstre falta de ética!
"They that can give up essential liberty to obtain a little temporary safety deserve neither liberty nor safety." -- Benjamin Franklin, 1759 |
| | | | No contexto do século 19 os médicos por tudo e por nada decidiam fazer lavagens e sangramentos aos pacientes, seguindo então preceitos da medecina grega clássica. Apesar desses preceitos serem mais que milenares continuavam a ser os aplicados na altura, e mereciam o respeito de toda a classe médica -talvez por serem milenares mesmo- com todas as consequências nefastas que isso tem. Quando tenho que decidir o que aconselho tenho duas hipóteses : -Desligo o neurónio e aplico preceitos antigos que dizem que um pc tem que ter windows. Faço pagar o cliente uma licença a um preço absurdo com as consequências todas que isso pode ter na balança comercial do nosso querido pedaço de terra e da própria União Europeia, ou colóco-o desde logo na ilegalidade por não pagar licenças. Tenho um trabalho do caraças para fazer com que funcione correctamente acrescentando uns tantos outros softwares indispensáveis como antivirus, offices etc. com o preço que se-lhes associa. Apesar d todos os meus esforços dá merda, e tenho que ser chamado volta e meia para resolver os problemas. Alguns eu não consigo resolver pois cheguei tarde e o disco já tinha sido formatado por um evil [virus,utilizador,radiação cósmica,caganita de pássaro]. Mas quando tenho que explicar o que aconteceu é assim: os computadore é assim mesmo... Eu já disse trinta vezes para fazerem backups em disquetes e em papel. A minha escolha não pode ser questionada pois é a mesma que aconselha tal consultora, que toda a gente usa, além disso, se é cara só pode ser porque é boa. -Analiso as diferentes soluções e opto pelo open-source. Tirando alguma formção que tenho de dar aos utilizadores corre tudo às mil maravilhas. Passado 5 meses alguém faz uma asneira qualquer. Resultado: o informático é incompetente impingiu-nos uma coisa que ninguém sabe o que é nem de onde vem e que não funciona. Também se é de graça só podia ser mau. Quando a esmola é grande o pobre desconfia. E agora... O que é que eu escolho? ------ EOFim. |
| |
|