Esta discussão foi arquivada. Não se pode acrescentar nenhum comentário. | | | Algures durante a nossa vida temos que tomar decisões. Muitas vezes, essas decisões podem não nos agradar em todos os aspectos. Quando, chegada a altura, é necessário ter pão e leite na mesa, a decisão é ter um emprego estável que nos forneça o capital necessário à nossa sobrevivência. Os projectos Open Source só sobrevivem se houver financiamento e é neste campo que é necessário haver uma revolução. Sem isto, os projectos Open Source resumem-se ao pouco que se faz em casa nas horas livres, que como todos sabemos, diminuem com as responsabilidades que aparecem todos os dias.
~avalon~ -- "Oh my gawd, they killed Tux! Bastards!" |
| | | | por Anonimo Cobarde em 11-12-01 14:53 GMT (#5) |
| Os projectos Open Source só sobrevivem se houver financiamento e é neste campo que é necessário haver uma revolução.
Não és tu nem eu, que precisamos de ter pão e leite na mesa a ter de fazer sobreviver os projectos open-source. Na minha opinião as Universidades deveriam ter um papel mais activo e produzir contrapartidas aos financiamentos que o Estado (leia-se os nossos impostos) lhes dá. Se é ou não o mais adequado, e reconheço que não é, isso é outra história. Mas entre ter departamentos de informática em que os alunos fazem trabalhos que no fim do semestre vão para /dev/null e ter um projecto que é a imagem de marca de um departamento e/ou Universidade dirigido pelos docentes e com contribuição dos alunos, prefiro o segundo cenário. E a revolução é (deveria ser) fácil: financiamentos, digamos modestamente, decentes, mas exigência de contrapartidas visíveis. |
| | | | Boa -- gostei -- apoiado.
-- "Why waste negative entropy on comments, when you could use the same entropy to create bugs instead?" -- Steve Elias |
| | | por Anonimo Cobarde em 11-12-01 11:56 GMT (#2) |
| vamos colocar-nos no lugar do sujeito que quer vender software open-source a empresas: por onde começar? por dizer que o software livre é lindo, é sinónimo de liberdade de expressão, é a forma mais justa de desenvolvermos uma sociedade da informação, elogiar o Linus Torvalds, xingar um bocado a Microsoft? ou então, o pessoal vira-se para o gestor da PME e diz-lhe: nós somos uns gajos muita bons que desenvolvemos software. O nosso software tem estas funcionalidades (incluir lista). o hardware que V.Exa. precisa é este. se necessário nós prestamos serviços de assistência associados a este software e a este equipamento. nós desenvolvemos este software à medida do que V.Exas. pretenderem, em condições de completa transparência, porque nós disponibilizamos os "planos" de como funciona o software. Na concorrência, V.Exa. não sabe como funcionam as ferramentas essenciais para as operações da sua empresa, nem nunca saberá. BTW, isto funciona num sistema que herdou todas as qualidades dos grandes sistemas Unix. é melhor do que o V.Exa tem. Com a sua ajuda, podemos analisar quanto lhe custa o sistema actual vs. o que lhe propomos. é previsível uma redução grande nos custos associados ao uso destas aplicações durante a totalidade do seu ciclo de vida
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| | | | | .. e porque:
1) funciona-me o suficiente 2) nunca tive gente propriamente interessade em acompanhar o desenvolvimento excepto dois casos pontuais, um dos quais nem a peca de hardware necessaria tem.
Os mais interessados podem ver, para ja, em IRMCTL - InfraRed MultiConTroLler
Para alem disso, participo no desenvolvimento do AbiWord, para ja com traducao, pequenos patches e rpms.
Por isso, nao e dificil participar em projectos de Software Livre. Basta querer e tentar ajudar, aos poucos, e com a experiencia, vai-se interagindo mais. Mas genuinamente nacional, so mesmo o irmctl (quanto ao que estou envolvido, e claro).
Hugs, Cyclops
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| | | | | http://numexp.sourceforge.net Ultimamente até tem estado bastante vivo. Não fica mais vivo porque ninguém está interessado em perder tempo a fazer alguma coisa de onde não vai receber dinheiro. No entanto, continuo com este projecto (já lá vão três anos) e ei de continuar. -------------------------------------- Estes romanos são doidos... |
| | | | Falta de massa crítica. Só há 10 milhões de portugueses e poucos têm acesso à net e desses poucos têm as competências necessárias para dar contributos válidos. Um número interessante: 1% das pesquisas no Google são realizadas em portugues e 61% em inglês. Por outro lado 1% das pesquisas têm origem no Brasil o que nos faz supôr que simplesmente não há portugueses na net. _Outra forma de ver a coisa é comparar as estatísticas do Gildot com as do Slashdot. O Gildot deverá ter 150 mil pageviews por mês. O Slashdot tem 30 milhões. Isto dá uma proporção de 1 para 200. Há 1 português disposto a participar em projectos opensource por cada 200 pessoas no mundo inteiro. Projectos opensource só funcionam com muitos colaboradores e essas pessoas simplesmente não existem.
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| | | | | Essas estatisticas não são bem assim. Tenho outras bastante mais interessantes. O que se passa é que os portugueses pesquisam muito mais em inglês do que os brasileiros ou espanhois por exemplo. E isso não me parece uma expressão dum atraso, mas até uma maior experiência com a web e os mecanismos de pesquisa. |
| | | | O que os números indicam é que os portugueses, se é que existem, não gostam muito de projectos nacionais. Mesmo que existam muitos portugueses na web, o que eu duvido, esses estariam mais interessados em colaborar em projectos internacionais do que em projectos nacionais tipicamente portugueses. Tens razão em relação aos números do Google, mas isso não expica a desproporção entre os paticipantes do Gildot e os participantes no Slashdot. O meu palpite é que os portugueses têm uma atitude consumista em relação à NET e não uma atitude participativa. E repara que se os portugueses não pesquisam páginas portuguesas, é pouco provável que encontrem projectos genuinamente portugueses.
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| | | | Não.. pesquisamos em inglês porque somos TANSOS.. somos o unicos gajos que teem a mania de falar linguas estrangeiras pk "fica bem". E se fores ao estrangueiro.. todos querem que tu fales a lingua deles, cá em portugal.. és tu que vais falar em INGLÊS/FRANÇÊS/ALEMÃO com o estrangeiro. É claro que podes.me dizer que é por motivos turisticos, mas eu nao vejos nem os franceses nem os espanhõis a falar inglês nas suas atracções turisticas. É apenas o nosso provincionalismo. Não temos o espirito de imposição que teem os brasileiros ou os espanhois, que fazem com que se criem conteudos nas suas linguas, e querem é falar a sua lingua.
Miguel F. M. de Sousa Filipe handle: m3thos email mmsf@rnl.ist.utl.pt More Human than Human. |
| | | | Não temos o espirito de imposição que teem os brasileiros ou os espanhois, que fazem com que se criem conteudos nas suas linguas, e querem é falar a sua lingua. Eu acho que esse espírito de imposição que falas é uma parvoíce. Por mim, prefiro mil vezes falar bem várias linguas do que fazer algo para se criar conteudos na minha lingua. Acho uma falta de cultura dobrarem-se filmes, por exemplo. Não te esqueças que não temos esse espírito de imposição, mas temos um muito maior espírito de adaptação a linguas e culturas diferentes, o que sinceramente me parece muito melhor. |
| | | | Não.. pesquisamos em inglês porque somos TANSOS.. somos o unicos gajos que teem a mania de falar linguas estrangeiras pk "fica bem". Não. Falamos linguas estrageiras porque é bom para nós que as saibamos. Se precisamos de informação temos mais facilidade em encontrar a mesma, porque sabemos "diversas" linguas, e somos menos limitados. E se fores ao estrangueiro.. todos querem que tu fales a lingua deles, cá em portugal.. és tu que vais falar em INGLÊS/FRANÇÊS/ALEMÃO com o estrangeiro. É claro que podes.me dizer que é por motivos turisticos, mas eu nao vejos nem os franceses nem os espanhõis a falar inglês nas suas atracções turisticas. Pois, coitados deles. Só perdem com isso. Se calhar deviam começar a fazê-lo. Eu continuo na minha, quanto mais linguas souber, melhor. A próxima é Russo :)
-- what was my problem with man You ask? No.. I ask you what was man's problem with me.. |
| | | | "Pois, coitados deles. Só perdem com isso." Será que perdem mesmo? Ou se calhar estão a se lixar porque ninguem depende de produtos portugueses para nada e a unica coisa que ainda vai fazendo ca virem mais vezes é mesmo o turismo (claro isso globalizando a coisa). Os Franceses, ingleses, etc.. etc .. não falam ou não se esforçam quase nada em se exprimirem em portugues pelo mesmo motivo que não andamos a nos esforçar para falar russo ou "cabo-verdiano" ou qualquer outra lingua falada nos recantos da construção civil get it ? Nôs precisamos de trabalho, precisamos de dinheiro então temos que fazer muito mais que eles porque eles "já o têm". Ou como diria ainda um outro post que por aqui ja vi no Gildot, algo que se parecia como: Os ricos têm que se cuidarem para não se tornarem algum dia pobres os pobres mas pobres podem ficar e se ñunca se esforçarem quase chegarão a pobres ricos. "Eu continuo na minha, quanto mais linguas souber, melhor. A próxima é Russo :) "
E que remédio temos nos por mim quantas mais melhor no top de aprendizagem aghora estão o esloveno, russo, japonês, holandês sueco e afins. E ja agora árabe por que ta na moda não perdemos nada com isso :)
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| | | | _Outra forma de ver a coisa é comparar as estatísticas do Gildot com as do Slashdot. O Gildot deverá ter 150 mil pageviews por mês. O Slashdot tem 30 milhões. Quantas pessoas falam Português, e quantas falam Inglês ? Existem muitos Portugueses que lêm o Gildot e o Slashdot. Quantos dos leitores do slashdot é que sabem Português para virem ler o Gildot ?
-- what was my problem with man You ask? No.. I ask you what was man's problem with me.. |
| | | | O Português é a quarta lingua mais falada no mundo, logo isto não é justificação! Lembrem-se que o gil foi feito à imagem do slashdot logo estes resultados não são minimamente supreendentes! A grande questão é que quase todos os termos técnicos são em inglês. Mesmo as linguagens de programação são derivadas do inglês ! Logo as pesquisas serão inevitavelmente em inglês !
Bye ! |
| | | | Mas achas que essas pessoas todas que "falam Português" têm conhecimentos técnicos para participar num projecto informatico ?
Alias, dessas todas que falam Português, quantas é que sabem ler/percebem Português escrito ? E dessas quantas é que têm acesso a computadores ? E dessas quantas têm acesso à Internet ? E dessas quantas têm conhecimentos técnicos para xpto ? E dessas quantas têm tempo e/ou vontade ?
-- what was my problem with man You ask? No.. I ask you what was man's problem with me.. |
| | | | Esse é precisamente o meu ponto. Quantos utilizadores do Slashdot é que sabem português para participar em projectos genuinamente portugueses? Não há projectos portugueses e há projectos internacionais porque há poucos portugueses.
---- joao nonio.com - ciência, tecnologia e cultura |
| | | | Outra questão é saber o que é um projecto genuinamente português! Pessoas portuguesas, linguagens usadas de origem portuguesa, para ser usado em portugal ??
Bye ! |
| | | | O projectos citados na notícia original são projectos feitos por portugueses, em Portugal, em português, para portugueses. A meu ver, têm um sucesso limitado porque não há massa crítica. Os projectos open source terão mais sucesso se foram abertos ao maior número de pessoas possível.
---- joao nonio.com - ciência, tecnologia e cultura |
| | | | Li uma entrevista à dias do Scott McNealy (que para quem não sabe é o presidente da SUN Microsystems) em que tinha uma perola sobre opensource e o Staroffice (que é feito tambem pela Sun ). "...But I had a customer, a big bank in Europe, who said he evaluated StarOffice [Sun's productivity suite], and he said, "We loved it, it passed with flying colors. In fact, there are parts of it we liked better than Microsoft Office." I said, "So did you go with StarOffice?" And he said, "No, we went with Microsoft Office." I said, "Why?" And he said, "Free scared us. We weren't sure you were serious and were going to invest in it. There couldn't be a long-term business model for free."
I about fell out of my chair, and I went back and said, "Let's start charging for it." The people with no money will filibuster and say, "Don't," but the people with a lot of money are saying, "Free scares me." So who do you want to please, the people with no money or the people with a lot of money? " Podem ver o resto da entrevista em http://www.computerworld.com/storyba/0,4125,NAV47_STO66102,00.html
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| | | | | Compreendo a preocupação com os projectos que nascem em Portugal e que nunca chegam a ter pernas para andar. Mas, dito isto, a maior parte dos projectos Open Source de sucesso têm colaboradores de todos os cantos do mundo. Se alguém quer participar num projecto, não precisa de ser um projecto nacional. Se alguém quiser contribuir para o desenvolvimento e a adopção do Open Source em Portugal, acho que a melhor maneira é trabalhar na tradução para português de projectos existentes. A ideia que eu tenho do projecto Caixa Mágica é que se está um bocado a reinventar a roda. Porquê fazer uma distribuição e não modificar e adaptar uma outra para as necessidades locais? Para casos verdadeiramente originais em que vale a pena desenvolver uma ferramenta nova está bem, vamos começar um projecto do zero. E aí já poderá haver um número suficiente de gente interessada, não necessariamente só portugueses, e que o projecto tenha uma perna. Agora falta a outra: o financiamento. Creio que aqui também deve ser mais fácil arranjar dinheiro se a solução que se quer desenvolver for original, e não uma no meio de muitas outras. De qualquer maneira, não estou muito por dentro destes meios e posso estar a dizer asneiras. Se esse for o caso, as minhas desculpas. Airegin |
| | | | | Não concordo com a opinião de "não sobrevivência" do software livre em Portugal, o que acontece sim é que são criadas grandes expectativas em torno do projecto X ou Y que depois não se concrectizam. No caso do projecto do qual sou responsável (PTlink Soft) estou bastante realizado pela projecção e importância que o mesmo alcançou. O que começou por um conjunto de pequenas mas notórias alterações em software de IRC já existente que apenas era utilizado por uma pequena rede com menos de 100 utilizadores é neste momento o software utilizado pela Brasnet que atinge máximos de 20K utilizadores, neste momento muitas das alterações são feitas em parceria com eles e com a participação de muitras outras pessoas. Mas nem tudo são rosas, o ínicio foi muito complicado, quer pela falta de experiência e conhecimentos quer pela falta de apoio por parte das pessoas que já tinham alguma conhecimento nesta área de software (já para não mencionar a (NOT) ajuda de outros portugueses). O projecto tem cerca de 2 anos, demorou muito tempo a estabilizar mas está vivo e bem de saúde. É preciso é dar tempo ao tempo... |
| | | | | Quanto ao poli, o que é que se passa para não ser actualizado há mais de um ano? Serão sempre os utilizadores anónimos a terem a culpa de as coisas falharem? |
| | | | | Bem, o POLI tem uma equipa não muito grande que esteve muito ocupada aquando da edição da revista Linux Actual, que entretanto terminou. Agora estamos a renovar o site e a documentação que entretanto ficou esquecida e tornou-se em parte obsoleta. Quando o site estiver a funcionar, qualquer um poderá colaborar on-the-fly, bastando submeter documentação, mais ou menos a la Gildot. |
| | | | Tens razão. Linux Manual, assim é que é. Onde é que eu estava com a cabeça?... |
| | | | Uma vez um professor na universidade explicou-me porque, numa discussão entre alunos e professores, o mais sensato era estar ao lado dos professores: "daqui a 3 anos não há restos destes alunos e eu ainda terei de trabalhar com os mesmos professores". É um pormenor interessante, perfeitamente comprovado na práctica (infelizmente). Em Portugal passa-se algo de semelhante com os projectos de software livre. Uma das principais razões é que quem está à frente destes projectos é, normalmente, um estudante universitário. E porquê ? No país em que quem faz o seu trabalho no horário das 9h às 17h e se vai embora quando chega a hora é olhado de soslaio e fazer tempo (não estou a falar de trabalho) passou a ser uma espécie de passatempo nacional, espera-se que um recém-licenciado trabalhe, agradecido pelo salário que recebe, uma média de 12 horas por dia. Assim, são poucos os que se podem dar ao luxo de projectos extra-profissionais. Como a utilização de consultores é sinónimo de Accenture, Andersen e afins, e a contratação de trabalhodores independentes é apenas uma forma de reduzir os custos para a empresa que contrata, adicionando a pequena quantidade de empresas (existe alguma ?) que em Portugal dão tempo aos seus empregados para trabalhar em Software Livre, não admira que seja difícil sustentar um projecto a longo prazo. Claro que há excepções, como o GNOME Transfer Manager que começou como um pequeno projecto feito por um universitário português que temavançado porque há meia-dúzia de utilizadores que lhe vão mandando patches e "obrigando-o" a trabalhar. É o que dá fazer algo útil... Quanto à afirmação de que um projecto de software livre precisa de muita gente, recomendo este relatório. Exige trabalho e dedicação, mas dificilmente uma grande quantidade de pessoas. Por exemplo, a métrica usada no advogato tem 3 níveis, em que os 2 (Journeyer e Master) mais altos pressupõem, pelo menos, trabalho equivalente a tempo-inteiro em projectos de software livre. |
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