Giro, meter jogos velhos nas maquinas fotográficas. Mais giro ainda foi que de repente me pareceu ver que, se surgir procura por coisinhas deste tipo, se calhar estamos a assistir a um requiem à ideia dos embedded systems. É que em princípio a ideia dum embedded system traduz-se por um equipamento que desempenha uma função. Por exemplo, um aparelho de TV faz coisas relacionadas com a TV, um frigorífico faz coisas relacionadas com armazenamento e consumo de alimentos, um automóvel faz coisas relacionadas com o tráfego e as viagens. Mas há dois problemas: Por um lado é normal que as pessoas queiram ter "mais qualquer coisa" em cada situação, e por outro os gostos e necessidades (essas "mais qualquer coisa"s) são inacreditavelmente variados. Não creio que se consiga resolver o primeiro problema (dar "mais qualquer coisa" às pessoas) sem ser dando às pessoas facilidades quase ilimitadas de configuração do embedded system: se se derem facilidades limitadas (ou "encaixotadas" numa qualquer resposta iluminada à pergunta sobre "o que será que o dono do frigorífico vai querer ter mais"), não se consegue resolver o problema da imensa variedade de gostos. Numa prespectiva de marketing, os produtos que acabam por vencer são os que se diferenciam vantajosamente dos outros. Penso que a vantagem do sistema que é embedded mas que também permite que o utilizador o "assalte" completamente para o fazer "dançar" conforme lhe apeteça se revelará inigualável. No fim de contas, se tivermos uma sociedade composta por gente amorfa que aceita o que lhe servem, os embedded systems "puros" talvez vinguem, mas se tivermos uma sociedade composta por gente exigente e informada que sabe bem o que quer (cada um querendo coisas muito diferentes), vencerão os embedded systems que podem ser alvo de reconfiguração quase arbitrária. |