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`Estamos a educar, não a treinar'
Contribuído por jmce em 11-06-01 14:54
do departamento bom-senso-nos-antípodas
News Assim falou Tim Bell, do laboratório de informática do Trinity College de Melbourne, onde uma rede de Windows NT foi substituída por sistemas correndo Linux e outro software livre. Em vez de enfatizar o treino num conjunto específico de ferramentas, procura-se educar sobre conceitos mais fundamentais promovendo a flexibilidade e a autonomia. Em vez de se ficar nas mãos de uma empresa, investe-se na perícia local. [Ref. e discussão no Linux Today]. Leitura recomendada para a inteligentzia ministerial e académica da Educação e Ciência e Tecnologia, sistematicamente exposta às tácticas da MS para a educação.

Não, Mr. Ballmer. Provavelmente não será assim. | Será que sou developer?  >

 

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Referências
  • Linux
  • substituída por sistemas correndo Linux e outro software livre
  • no Linux Today
  • tácticas da MS para a educação
  • Mais acerca News
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  • Esta discussão foi arquivada. Não se pode acrescentar nenhum comentário.
    Word e mecânica quântica (Pontos:2, Esclarecedor)
    por jmce em 11-06-01 15:40 GMT (#1)
    (Utilizador Info) http://jmce.artenumerica.org/
    O argumento do ensino do Hamlet, no artigo, faz-me lembrar uma conversa num departamento de física há uns anos. Perante a defesa da instalação de MS Windows e Office "por ser o que os alunos vão ter/têm em casa e/ou já estão habituados a usar" lembrei-me de dizer algo como:
    Aqui ensina-se mecânica quântica e variadas técnicas matemáticas aos alunos. Não se fica pela física e pela mátemática do 12o ano, a que vêm "habituados". Nem é em casa que vão facilmente "usar" mecânica quântica. Porquê então, no que diz respeito a introdução a informática e às ferramentas que lhes vão disponibilizar, os devem tratar como débeis mentais e treinar em produtos finais específicos como consumidores MS em vez de aproveitar para puxar por eles e desafiá-los a ir um pouco mais fundo e ganhar autonomia? A obrigação da universidade é expô-los a uma diversidade de ferramentas, algumas das quais eles vão ter de usar mais tarde [e aqui referia-me também a Unix/Linux] ou é acomodar-se e acomodá-los de uma forma que apenas se vê acontecer em informática (ao contrário do que (espera-se) se passa nos outros domínios)?

    Re:Word e mecânica quântica (Pontos:1)
    por biduxe em 11-06-01 19:49 GMT (#2)
    (Utilizador Info)
    Gostei da argumentação... Mas aqui fica uma pergunta:
    Foste convincente? Resultados?
    ------ EOFim.
    Re:Word e mecânica quântica (Pontos:2, Interessante)
    por jmce em 11-06-01 20:03 GMT (#3)
    (Utilizador Info) http://jmce.artenumerica.org/
    Naquele caso particular acabaram por instalar varios sistemas Linux para os estudantes (acho que nao em exclusivo), mas acho que houve mais argumentacao para alem da minha... e afinal a pessoa com quem argumentei era utilizador de Unix (para algum do trabalho que fazia) ao mesmo tempo que de Windows, pelo que talvez nao fosse das pessoas mais dificeis de convencer. E sobretudo uma pessoa capaz de ouvir argumentos alheios, o que nao e' universal no mundo academico... :-)
    Re:Word e mecânica quântica (Pontos:2)
    por TarHai em 12-06-01 0:21 GMT (#11)
    (Utilizador Info) http://www.dilbert.com
    Concordo plenamente.

    Existe uma diferenca clara entre aprender tecnicas e adquirir conhecimento cientifico.

    Eu acho muito preocupante quando os professores se acomodam e dao receitas user-stupid aos alunos, transformando-os em comodistas papagaios de "text books", em automatos com prrguica de pensar.

    Quanto ao MS Office e Windows:

    1. Acho uma perda de tempo de docentes e alunos, respectivamente avaliaren e fazerem bonecada no powerpoint e word que em nada ajuda a conteudo e a clareza do trabalho apresentado.

    2. Uma opcao mais racional seria por um pacote office mais adequado a publicacao cientifica, de preferencia disponivel gratuitamente ou livremente.


    ---
    Re:Word e mecânica quântica (Pontos:1)
    por raxx7 em 12-06-01 14:51 GMT (#14)
    (Utilizador Info)
    Um pacote de produtividade mais adequado a publicacao cientifica? E que caracteristas devia de ter? Pessoalmente a maneira como empregaste o termo "mais adequado" faz-me pensar num pacote especializado, que eventualmente acabaria por ser revelar limitativo para alguem.
    So' para que conste, e' possivel escrever um documento do word com elementos processados e gerados pelo Matlab, por exemplo (embora tenha uns problemas bem irritantes). E deve ser possivel repetir a brincadeira noutras aplicacoes semelhantes, desde que elas sejam flexiveis o suficiente.
    Se alguem conseguir fazer o mesmo em Linux...
    Isto nao quer dizer que actualmente seja inviavel usar o Linux para este tipo de trabalho mas la' que pode ser mais trabalhoso pode. E' uma questao de saber se vale a pena.

    Remember to be the Killer, not the Victim! (Nuklear Girl)
    Re:Word e mecânica quântica (Pontos:2)
    por jmce em 12-06-01 15:49 GMT (#15)
    (Utilizador Info) http://jmce.artenumerica.org/

    Mais adequado para publicação científica do que [La]TeX? Menos limitativo? Onde? Daqui a quantos anos? Que tal subir a discussão acima do nível dos brinquedos? Em comparação, para publicação científica desde matemática a música passando por escrita cuneiforme, o Word não passa efectivamente de um brinquedo. Um brinquedo vistoso e aparentemente amigável mas, ainda por cima, avariado.

    Só para que conste, e tanto quanto me lembro, tanto o Mathematica como o Maple (e também o Matlab?) podem gerar LaTeX. Nem sempre muito bonito, já que as prioridades de algum software puramente comercial e fechado, mesmo quando o público alvo é do sector académico e científico, são como as prioridades dos patrocinadores de TV, com resultados parecidos na qualidade do produto.

    Não que seja inviável usar o Windows para este tipo de trabalho: o TeX corre nele. Mas lá que pode ser mais trabalhoso, pode. Não pelo TeX mas pelo castelo de cartas que assim corre por baixo... Dá mais gosto correr software à prova de bala num sistema à prova de bala do que num sistema operativo menos robusto que as caixas de cartão onde é vendido :-)

    Re:Word e mecânica quântica (Pontos:1)
    por raxx7 em 13-06-01 19:10 GMT (#28)
    (Utilizador Info)

    O M$ Word é um processador de texto. O LaTeX não! O LaTeX é um sistema de preparação de documentos. Acho que compará-los é um bocado forçado. Podias comparar o Word com o LyX mas não o Word com o LaTeX.
    Mas tens razão quando dizer que o Word é mau quando se trata de escrever algo que não seja texto simples, no nosso alfabeto. Na verdade, ainda estou para ver um editor/processador de texto que se dê bem com diferentes alfabetos e métodos de escrita. E quanto ao facto não fazer bem o que é suposto fazer, isso parece estar implicito nos produtos dessa casa.

    Mas voltando ao importante, eu estava apenas a tentar ilustrar as possibilidades que um sistema como OLE do Windows oferece com um exemplo real. Claro que, tal como o resto do Windows, está cheio de bugs e não apresenta sinais de evolução. Mas sempre é melhor que nada (pelo menos eu acho).
    Só para que conste, e tanto quanto me lembro, tanto o Mathematica como o Maple (e também o Matlab?) podem gerar LaTeX.
    É irrelevante. Poderiam (e provavelmente podem) exportar documentos numa variedade de formatos: PostScript, PDF, MathML...
    Contudo, nenhum destes formatos retém a capacidade de ser reprocessado pelo M* para um novo conjunto de valores de entrada.
    Um M-Book (um documento do word com macros que permitem introduzir elementos do Matlab) tem essa capacidade (embora eu recomende que não percam tempo com o tamanho dos gráficos até terem os resultados finais).
    Do ponto de vista de construção do documento, estás limitado ao editor/report generator do M*. E até que ponto eles são mais práticos para isso do que um processador de texto mais genérico? Principalmente se considerares que é sempre possível introduzir elementos do M* no processador de texto, desde que ele seja suficientemente flexível (até para no WordPad podes colar objectos criados por outros programas...).

    Finalmente, quanto ao factor estabilidade, isso já toda a gente aqui sabe. Embora um OS estável e sem bugs não possa corrigir bugs nas aplicações (isto não é uma boca a nenhum do software referido acima, é só uma coisa que ás vezes as pessoas se parecem esquecer e que é muito bom de ter em conta quando se fala de software com o tamanho dum *Office).

    Ou seja, resumindo e concluindo, eu acho que um sistema capaz de fazer frente ao OLE do Windows faz falta no Linux.


    Remember to be the Killer, not the Victim! (Nuklear Girl)
    Re:Word e mecânica quântica (Pontos:2)
    por jmce em 14-06-01 11:04 GMT (#29)
    (Utilizador Info) http://jmce.artenumerica.org/

    Enfim, pode-se precisar as definições, mas não percebo porque não chamar ao TeX um sistema de processamento de texto; ao LaTeX, um sistema de macros (e convenções para integrar novas packages de macros) sobre o TeX, o autor chamou um "sistema de preparação de documentos" talvez pelo nível mais alto de trabalho para o utilizador final (que idealmente deixa de se preocupar com o typesetting em si e pensa sobretudo em fornecer o conteúdo de cada elemento da estrutura do documento).

    Uma diferença básica é a de o Word juntar as funções de edição e processamento, enquanto o TeX apenas trata do processamento, deixando a edição da "source" para qualquer editor. O LyX serve como uma interface e assim do ponto de vista do utilizador o conjunto TeX-LaTeX-LyX pode recordar mais o Word.

    Quanto à edição com diferentes alfabetos e métodos de escrita, uma das melhores opções talvez seja o (x)emacs... Não tenho experiência de escrita noutros alfabetos ou línguas de input mais complicado, mas tanto quanto sei ele suporta uma diversidade enorme.

    Quanto ao processamento desses textos, o TeX parece poder dar conta de quase todos os recados. Que me lembre, já vi suporte para grego clássico, hebraico, chinês, japonês, árabe, devanagari, escrita cuneiforme, hieróglifos egípcios, vietnamita, escrita fonética, klingon, ...

    Re:Word e mecânica quântica (Pontos:2)
    por vaf em 15-06-01 2:18 GMT (#31)
    (Utilizador Info) http://students.fct.unl.pt/users/vaf12086/

    Viva,

    Ou seja, resumindo e concluindo, eu acho que um sistema capaz de fazer frente ao OLE do Windows faz falta no Linux.

    O OLE é um "sistema de computação distribuída orientada a objectos". O CORBA é também isso.

    O CORBA faz aquilo que o OLE/COM faz, mais algumas coisinhas. Essencialmente - e isto é o principal a reter - é que estes sistemas (CORBA e COM) permitem-nos ter uma arquitectura de computação distribuida, segundo a qual duas (ou mais) aplicações podem comunicar estando em máquinas separadas e escritas em linguagens diferentes.

    A arquitectura do GNOME baseia-se no CORBA e estará totalmente integrada aquando do GNOME 2.0. O Bonobo (framework aplicacional do gnome) permite-nos usufruir completamente das vantagens do CORBA, tal como a MS usa o OLE. A interoperabilidade entre aplicações ganha um novo fôlego.

    Por exemplo, o Bonobo/CORBA permite-nos ter um objecto "Folha de cálculo" em qualquer aplicação que façamos, tal como (e este deve ser o exemplo mais conhecido) os botões do Acrobat Reader aparecem dentro do IE quando abrimos um PDF no IE.

    Aqui, uma aplicação fornece um objecto que é usado por outra aplicação que não está necessariamente na mesma máquina nem escrita na mesma linguagem de programação. A única semelhança é estarem ligadas ao mesmo ORB (Object Request Broker, um backbone de objectos CORBA) e conhecerem o interface que o objecto em causa implementa. Ou seja, saber o que se pode fazer com ele.

    O Bonobo (quando estiver acabado, GNOME 2.0) usará objectos do StarOffice, do Gnumeric, do DIA, do Galeon e outros e poderá fornecê-los a qualquer aplicação que os requisite. Permitindo assim uma flexibilidade enorme e simplificando a vida a quem programa as aplicações.

    Eu poderei ter na minha pequena aplicação de gestão de projecto (exemplo ao acaso), uma tab que contém folha de cálculo, noutra um diagrama do DIA onde se apresenta um esquema do projecto ou um esquema UML da aplicação, noutra, posso ter um mapa, noutra uma fotografia, noutra uma página html correctamente "renderizada", noutra... As possibilidades são imensas.

    Poderei inclusivamente ter no meu fat-server as aplicações pesadas a correr e no thin-clients apenas as aplicações que usam os tais componentes (que podem ser substancialmente mais leves). Posso ainda criar objectos novos, como por exemplo, um objecto de "caixa de texto com escrita inteligente". Uma vez programada a coisa, era só integrá-lo na minha aplicação favorita que eu quisesse que tivesse essa funcionalidade. Todas as outras pessoas que a quisessem na sua aplicação, bastar-lhes-ia chamar o objecto CORBA. Não a tinham de programar.

    (Sim, sem o CORBA também não temos de programar as caixas de texto, como é óbvio, mas o que é facto é que o CORBA ajuda-nos em muitas outras coisas para além disso)

    Espero não ter dado nenhuma calinada grande, ao fim e ao cabo também ainda não tive nenhuma cadeira de computação ditribuída nem de tecnologia de componentes. :-)

    Ou seja, reumindo e conluindo, eu acho que o Linux, mais precisamente o GNOME tem um sistema mais que capaz de fazer frente ao OLE do Windows. Só precisa de uns mesinhos para ficar au point, e aí até será bem mais interessante tê-lo num laboratório de Informática de uma qualquer faculdade.


    Cumprimentos,

    Vasco Figueira
    Re:Word e mecânica quântica (Pontos:1)
    por raxx7 em 15-06-01 9:30 GMT (#32)
    (Utilizador Info)
    O CORBA daria uma boa base para um sistema como o OLE do windoze, mas nao o e' por si. Niveis completamente diferentes.

    Remember to be the Killer, not the Victim! (Nuklear Girl)
    Aos lurkers (Pontos:3, Interessante)
    por vaf em 11-06-01 21:57 GMT (#4)
    (Utilizador Info) http://students.fct.unl.pt/users/vaf12086/
    Queria apenas dizer uma coisa:

    Àqueles que estão a ver esta notícia, acham que até há um ponto de razão, mas depois vêm apenas 4/5/6 comentários e pensam...

      - "Humm... se calhar nem muita gente concorda com isto... Só dois ou três gatos-pingados é que se manifestam"

    ...deixem-me dizer-lhes que há uma grande maioria algo silenciosa que já vem argumentando estas coisas há algum tempo, concorda com elas mas já se cansou de as argumentar. O tema "Linux na educação" que não é mais do que a aplicação do provérbio chinês segundo o qual se deve "ensinar a pescar em vez de dar o peixe", e já percorreu muitas vezes fóruns electrónicos no mundo inteiro.

    Já várias escolas (México, EUA, ...) adoptaram esta maneira de pensar, muitas Universidades o aplicam, mas ainda há muito decisor que quando pensa em Sistemas Operativos pensa em "ME/2000/NT/CE".

    De facto assim não se vai longe.

    Para aqueles que tomam contacto pela(s) primeira(s) vez(es), com este tema, não fiquem a pensar que ele está no início e não tem pernas para andar, pensem sim que ele tem muitas pernas para andar, mas já as tem cansadas de remar contra a maré deste banho lamacento de ministros orientados ao mediatismo, académicos acomodados e gente estúpida, que outros estupidifica.

    O Linux não é a solução para todos os nossos males. Mas se pensarmos que é, pode mesmo vir a ser algum dia. Tende fé na bondade dos homens.

    Cumprimentos,

    Vasco Figueira
    Re:Aos lurkers (Pontos:2)
    por buffer em 11-06-01 22:56 GMT (#7)
    (Utilizador Info) http://www.coders-pt.org
    Tipo.. nas universidades não se usa linux ?
    Não sei porque, mas tenho ideia de que ( pelo menos em algumas ) usa-se .. até porque vi uns papers da ua ( acho ) onde se comentava que iriam usar PostgreSQL em linux ..

    ignorar o comentario anterior ..

    -- what was my problem with man You ask? No.. I ask you what was man's problem with me..
    Re:Aos lurkers (Pontos:2)
    por vaf em 11-06-01 23:53 GMT (#9)
    (Utilizador Info) http://students.fct.unl.pt/users/vaf12086/
    Usa, usa. Em muitas usa-se sim. Mas ainda muitas há (e isso é grave) que ainda não se usa, nomeadamente as Particulares.

    Cumprimentos,

    Vasco Figueira
    ERRATA: Re:Aos lurkers (Pontos:2)
    por vaf em 12-06-01 0:09 GMT (#10)
    (Utilizador Info) http://students.fct.unl.pt/users/vaf12086/
    A resposta anterior saiu um nojo portanto vou reformular:

    Sim, usa-se sim. Em muitas universidades Portuguesas usa-se e ensina-se Linux, nomeadamente na FCT/UNL, UMINHO, IST/UTL... Não quis dizer que não se usava.

    Quis dizer isso sim, que ainda há muita Universidade/Faculdade que ainda "treina, não ensina", se bem me entendem. Sobretudo as privadas que são normalmente castradas informaticamente a custo de proibitivas licenças MS. Isso é grave, péssimo mesmo.

    A minha faculdade (FCT/UNL) usa Linux na maioria das suas cadeiras de Informática. Chegamos inclusivamente a desenvolver drivers (módulos) para o kernel Linux. Ainda assim, as cadeiras que servem outras licenciaturas (Introdução aos Computadores e Programação, Introdução às BDs, ...) usam windows. Se nalgumas se compreende, noutras apenas se compreende que estejam a treinar, não a educar, o que é mau.

    Mesmo assim as taxas de insucesso são gigantescas, que não sei o que se faça. :-)
    Cumprimentos,

    Vasco Figueira
    Re:ERRATA: Re:Aos lurkers (Pontos:2)
    por buffer em 12-06-01 16:00 GMT (#16)
    (Utilizador Info) http://www.coders-pt.org
    " Quis dizer isso sim, que ainda há muita Universidade/Faculdade que ainda "treina, não ensina", se bem me entendem. Sobretudo as privadas que são normalmente castradas informaticamente a custo de proibitivas licenças MS. Isso é grave, péssimo mesmo. "

    Se calhar, também tentam ir atrás do mercado .. e treinar naquilo que o mercado ( ainda ) quer ..

    -- what was my problem with man You ask? No.. I ask you what was man's problem with me..
    Re:ERRATA: Re:Aos lurkers (Pontos:2)
    por vaf em 13-06-01 9:46 GMT (#21)
    (Utilizador Info) http://students.fct.unl.pt/users/vaf12086/
    Exacto, treinar.

    Cumprimentos,

    Vasco Figueira
    currectore ortugráficu (Pontos:1)
    por k em 13-06-01 11:59 GMT (#23)
    (Utilizador Info)
    Amem não leva acento como tudo o que é palavras em latim.
    --
    k
    Estamos a educar, não a treinar (Pontos:1)
    por Bossas em 11-06-01 23:10 GMT (#8)
    (Utilizador Info)
    infelizmente nem todos querem educar. Pior preferm treinar os homens do futuro e á sua maneira. É o sistema educativo que temos. -entrada nas faculdades com medias negativas -passagens admnistrativas até ao 9º ano -sem saber ler e escrever etc...... Todos deveriamos enviar uma cópia do discurso desse senhor para os variados ministérios deste país, que anda a dormir, e para a IMPRENSA se é que já não estão vendidos à M$
    Re:Estamos a educar, não a treinar (Pontos:1)
    por k em 13-06-01 12:05 GMT (#24)
    (Utilizador Info)
    Sabes, o que me assusta não é estarem vendidos à MS, é estarem tão mas tão a dormir que ainda não repararam que existem mais coisas.

    Há pessoas demasiado habituadas às cadeiras onde se sentam e isso é difícil de mudar (a função pública leva isso a um extremo). Enquanto toda a gente continuar a levar com o fumo do tabaco dos outros porque é mais fácil do que pedir-lhes para não fumarem para cima deles andamos mal, muito mal.
    --
    k

    Difusão do Linux (Pontos:1)
    por GdoL em 12-06-01 9:49 GMT (#12)
    (Utilizador Info) http://www.gazetadolinux.com
    O uso do Linux parece estar bem estabelecido nas Universidades Portuguesas, pelo que aparece publicamente, mas somente em departamentos com competências próprias. Nomeadamente, Física, Engenharia Electrotécnica e Ciências de Computadores.
    Uma difusão maior por outros departamentos passa provavelmente por uma transmissão pública maior da experiência desses departamento, dos seus alunosm docentes e funcionários a outors departamentos. E provavelmente por acções de formação e mais 'Linux Fairs' a quem ainda não conhece o Linux.
    Devil's Advocate (Pontos:2)
    por Branc0 em 12-06-01 11:52 GMT (#13)
    (Utilizador Info) http://www.branc0.f2s.com
    Eu acho isto tudo muito bom, mas vamos fazer de conta que eu sou um aluno a tirar uma licenciatura em Eng.ª Quimica e que tenho de fazer uma apresentação de um relatório sobre uma experiência qualquer. Façamos de conta também que esse relatório é feito em grupo.

    Sendo que estudo numa faculdade em que nem todos os alunos são da minha área de residência, a maneira mais fácil de organizarmos o grupo é na Faculdade e fazermos o trabalho nos computadores da Faculdade (não vale a pena sequer falar que não existem computadores para todos que isso é outra história).

    Chego lá e vejo uma coisa esquesita a dizer booting linux! Mas que raio de coisa é esta? O meu computador lá em casa não costuma dizer nada disto... onde estão as janelas? Onde está o MS Word para eu fazer o meu relatório?

    É importante difundir o Linux como opção, mas não nos podemos esquecer que a maior parte dos alunos nunca o viram, não sabe o que isso é nem para que serve...
    Também não convém esquecer que não tenho ninguém ao meu lado para me explicar como é que aquilo funciona e se calhar até tenho o StarOffice instalado e nem noto que poderia lá fazer o meu relatório...

    Estamos a educar... mas não temos ninguém para educar e não podemos instalar Linux em todos os computadores da faculdade e esperar que os alunos aprendam por si a trabalhar com aquilo... eles nem sequer são obrigados a gostar de Informática e a gostar de explorar as tecnologias como nós aqui no Gildot!

    Penso que o direito de escolha tem que ser sempre salvaguardado e não podemos cair em fundamentalismos... se calhar ver um LILO quando ligo o computador e ver o windows entrar 10 segundos depois seja a melhor solução... vai na volta quando tiver tempo pergunte a alguém que coisa é aquela do LILO que eu vejo nos computadores da Faculdade...


    "A mais louca das mulheres consegue dominar o mais inteligente dos homens"

    Re:Devil's Advocate (Pontos:3, Interessante)
    por jmce em 12-06-01 16:35 GMT (#17)
    (Utilizador Info) http://jmce.artenumerica.org/

    As ferramentas só por si não asseguram uma maneira de educar, e pode-se fazer disparates educativos ou criar desafios interessantes com qualquer software, livre ou não.

    Simplesmente o software livre parece intrinsecamente mais vocacionado para "educar" por oposição a "treinar". Pela abertura, pela diversidade, pela liberdade. Até pela pragmática questão dos custos.

    E as dificuldades em começar, o "caos" inicial enfrentando por quem chega vindo do nada a um sistema assim, não são necessariamente um argumento contra quando estamos a falar de educação. Se por um lado não pretendo que sejamos sadistas criando obstáculos arbitrários "porque sim", por outro lado acho que precisamente a universidade tem obrigação de expor os estudantes a algo mais rico do que uma gama de produtos de uma empresa que fique com controle total do ambiente informático e que ao mesmo tempo já é hegemónica no que o estudante encontra fora da universidade.

    Se por um lado acho legítimo que a universidade exponha os alunos a todo o tipo de software (incluindo MS), por outro lado não me choca (e até seria capaz de achar melhor) uma universidade decidir que para uso interno apenas permite aquisição de software livre.

    Não digo isto por nostalgia, mas quando fiz a licenciatura as opções de processamento de texto potencialmente mais interessantes que encontrei até certo ponto (tendo em conta que tinha de escrever notação matemática) foram sobretudo: 1) escrever à mão (e foram assim feitos todos os meus relatórios...); 2) usar Wordstar num Heathkit H89 (estou a falar de uma máquina com floppies de aprox. 90KB e écran de caracteres); 3) usar eventuais sistemas de processamento de texto presentes num IBM "tamanho frigorífico" com terminais 3278 (creio que existiam tais sistemas de processamento de texto, mas na altura não os investiguei...).

    Escrevi à mão, com todos os incómodos de quem só tem letra decente escrevendo com calma e de quem sofre se não puder escrever numa sequência "anárquica", "saltitando entre o meio para as pontas" (leia-se: muito rascunho prévio em papel naqueles tempos...). Cheguei a experimentar o Wordstar, mas como não estava num curso de literatura esse não dava muito jeito para escrever relatórios...

    Um belo dia descobri o TeX, verifiquei que fazia tudo o que podia querer até onde a vista alcançava, e desde aí não precisei efectivamente de mais nada para escrever todo o tipo de textos.

    Fiquei mais pobre por não ter Word? E por ter escrito relatórios à mão? O Word teria ajudado a perceber melhor o conteúdo do que escrevi? Parece que não.

    Por acaso, o Knuth sugere que para a aprendizagem é melhor um conjunto de ferramentas mais limitado (ou talvez "espartano") do que um ambiente computacional com a papinha toda feita. E que há um certo gozo especial em conseguir resolver problemas com meios limitados. Talvez essa seja afinal uma parte importante do "espírito" do hacking, desde a idade em que se brinca com Lego até ao dia em que ficamos obcecados na optimização de um loop.

    Limitado o software livre actual não é muito (e do hardware nem se fala), mas é verdade que para realizar certas tarefas pode ser preciso pensar mais. É verdade que certas coisas se fazem (ou fazem melhor) com mais "linguagem" a aprender e menos movimentos de rato. E será que isso empobrece? Mesmo quando não há os tais educadores decentes e temos de aprender sozinhos ou entre colegas?

    Nem todos hão-de gostar (ou precisar) igualmente de aprender do lado informático, mas antes de argumentarmos apressadamente pelo "direito de escolha" (seja a ter TV na cantina ou a usar Word para escrever relatórios) talvez valha a pena ponderar sobre o que nos faz acabar por ficar mais ricos em termos de formação.

    Re:Devil's Advocate (Pontos:2)
    por Branc0 em 12-06-01 16:52 GMT (#18)
    (Utilizador Info) http://www.branc0.f2s.com
    talvez valha a pena ponderar sobre o que nos faz acabar por ficar mais ricos em termos de formação.

    Isto é tudo muito bonito mas sabes tão bem como eu que 70% das pessoas que andam numa Universidade não andam la para aprenderem.
    As pessoas andam lá para tirar um curso que lhes dê mais uns trocos ao fim do mês... talvez quando se conseguir mudar este tipo de mentalidade no sistema se consiga introduzir software livre mais... livremente!
    "A mais louca das mulheres consegue dominar o mais inteligente dos homens"
    Re:Devil's Advocate (Pontos:1)
    por jmce em 12-06-01 17:33 GMT (#19)
    (Utilizador Info) http://jmce.artenumerica.org/
    Antes de irem para lá por causa dos trocos, talvez devessem espreitar a segunda parte do "Ensino da fraude". E será que vão ficar com mais potencial para ganhar trocos se forem educadas com palas nos olhos? Talvez durante uns tempos o funcionamento da universidade em regime de "fábrica de diplomas" ainda tenha clientela interessada, mas suspeito que algum dia empregadores e estudantes hão-de perceber a fraude.

    Agh, como isto do ensino é deprimente. Acho que estou a precisar de alguma literatura com uma visão mais optimista e menos cínica... Vou ver se encomendo algumas coisitas da Dorothy Parker :-)

    Re:Devil's Advocate (Pontos:2)
    por buffer em 12-06-01 21:46 GMT (#20)
    (Utilizador Info) http://www.coders-pt.org
    " Antes de irem para lá por causa dos trocos, talvez devessem espreitar a segunda parte do "Ensino da fraude ". E será que vão ficar com mais potencial para ganhar trocos se forem educadas com palas nos olhos? Talvez durante uns tempos o funcionamento da universidade em regime de "fábrica de diplomas" ainda tenha clientela interessada, mas suspeito que algum dia empregadores e estudantes hão-de perceber a fraude. "

    Eu acho que um dos grandes problemas é falta de interesse.. que leva as pessoas a irem para certos cursos 'porque dá dinheiro' ou 'porque tá na moda' ou 'porque não falta emprego' .. se um diploma te dá vantagem inicial sobre os outros todos que estão na pilha de cvs e não o têm.. se calhar já valeu a pena andar lá na univ .. ainda existe uma grande quantidade de empresas que só estão preocupadas com a formação 'formal' ( leia-se superior ) seja ou não de qualidade ..

    -- what was my problem with man You ask? No.. I ask you what was man's problem with me..
    Re:Devil's Advocate (Pontos:2)
    por vaf em 13-06-01 10:15 GMT (#22)
    (Utilizador Info) http://students.fct.unl.pt/users/vaf12086/
    Eu vou ser um pouco mais práctico (e talvez menos completo) que o jmce. :-)

    Chego lá e vejo uma coisa esquesita a dizer booting linux! Mas que raio de coisa é esta? O meu computador lá em casa não costuma dizer nada disto... onde estão as janelas? Onde está o MS Word para eu fazer o meu relatório?

    O espanto inicial de ver alguma coisa diferente do habitual, passará ao fim do primeiro dia. Será até engraçado. Garanto.

    Ao fim de uns dias, o alarmado estudante verá que foi interessante experimentar uma coisa diferente do Windows lá de casa, "que até funciona"!

    Quanto ao pânico de não saber como utilizar a nova plataforma, isso resolve-se perfeitamente com um pequeno manual (10-20 páginas) feito pelo sysadmin, onde se explica que para escrever documentos, se carrega no ícone tal, que para ver o mail (reparem que em Linux, o utilizador pode sempre ver o seu mail, sem compromissos de segurança e outras coisas, uma vez ue o seu dektop é o seu e só o seu) carrega no outro ícone mais azul. Uma vez aberto o StarOffice, se não percebe, lê o Help. Uma vez aberto o Mozilla (ou o Galeon, ou o Konqueror), err... bolas, aquilo mais fácil não poderia ser.

    Se mesmo assim, o aluno se queixa que...

    - Men, assim não dá! Estes gajos metem aqui uma merda esquisita sabe-se lá para quê!! É sempre a dificultar! Já não basta um gajo ter de fazer relatórios todas as semanas...

    ...então coitado! Está ali pelos trocos e não para aprender. Nunca será demais lembrar que as Universidades ensinam, não treinam... pelo menos idealmente.

    Como dizia um ilustre Prof. meu:

      - "Hã, pá?... Nós não podemos esperar facilidades da vida, pá. Hã? Assim não vamos longe!"

    E é, verdade. Cada vez mais penso isso.

    Cumprimentos,

    Vasco Figueira
    Re:Devil's Advocate (Pontos:1)
    por k em 13-06-01 12:14 GMT (#25)
    (Utilizador Info)
    100% de acordo. Podia-se até sugerir nesse mesmo manual outras fontes de aprendizagem (livros, sites, prof x ou y), uma pequena FAQ no fim e uma introdução (com uma motivação) no início.

    O único senão é o desses manuais desaparecerem passado algum tempo se estiverem (só) em papel.
    --
    k

    Re:Devil's Advocate (Pontos:2)
    por jmce em 13-06-01 12:41 GMT (#26)
    (Utilizador Info) http://jmce.artenumerica.org/

    Pois, uma componente importante do sucesso destas soluções são administradores de sistemas com jeito ou quem puxe por eles. Podem fazer uma enorme diferença, entre um sistema ficar abandonado e ser popular ao ponto de os utilizadores locais não quererem mais nada.

    Infelizmente tenho visto muitas vezes as universidades estarem dispostas a gastar (por vezes esbanjar) bastante dinheiro em equipamentos (ou software do que se vende em caixinhas vistosas e é promovido por uns senhores ignorantes com gravatas) mas não perceberem que necessitam de investir também em pessoas para rentabilizar esses equipamentos: a administração de sistemas não passa de um parente pobre, de uma tarefa a colmatar com mão de obra barata (mesmo que às vezes a fazer bom trabalho) ou a ser realizada por carolice por professores ou estudantes em prejuízo de outras tarefas.

    Quem fala da administração de sistemas fala de docentes ou pessoal de apoio com competência específica nos domínios em causa (por exemplo, alguém que num departamento de física ou matemática ou engenharia seja capaz de descobrir o imenso software livre que existe para computação científica e mostrá-lo aos estudantes).

    E é assim que devemos ter em Portugal milhões de contos de hardware sub-aproveitado e milhares e milhares de pessoas que podiam ter experimentado e nunca experimentaram tanto do software livre fantástico que temos disponível hoje em dia...

    Vi isto pelo menos na Universidade de Lisboa. Talvez outras estejam um pouco melhores...

     

     

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