Esta discussão foi arquivada. Não se pode acrescentar nenhum comentário. | | por Anonimo Cobarde em 14-07-00 16:51 GMT (#1) |
| Estou á disposição da Focus e já entrei em contacto com o autor do post. |
| | | | Veio ao sítio certo. O Gildot é em certa medida o ponto de encontro da comunidade entusiasta Open-Source/Linuxer Portuguesa. Em Portugal o Linux ataca em algumas frentes. Em 1991, Quando Tudo Começou, o Linux em Portugal resumia-se a algumas instituições académicas. Foi por essa altura que um senhor chamado Mário Valente fundou uma empresa que (quase?) só usava Linux. A então esotérica. Alguns se seguiram, sendo hoje poucos aqueles que se podem orgulhar de ter trabalhado com um kernel 0.99-pl2. As coisas foram crescendo e o Linux passou a ser utilizado em muitas mais aplicações. Não vale a pena estar aqui a enumerar as instituições que usam Linux, houve na mailing-list plug@plug.pt uma discussão sobre isso. Pode ser consultada aqui. Houve contudo alguns projectos que se destacaram, como é o caso das Clusters Beowulf do Paulo Trezentos, ISCTE/ADETTI e mais alguns, nomeadamente no GIL. Actualmente há alguns pólos centralizadores:
- PLUG - Portuguese Linux Users Group
- Reinolinux - Grupo de Linux da FE/UP
- GUL - Grupo de Utilizadores de Linux
- GIL - Grupo de investigação de Linux (Univ. Minho)
- POLI - Projecto Português de Documentação do Linux
- Gildot - Este fórum...
Os três primeiros são grupos de utilizadores com fins genéricos enquanto os três últimos têm objectivos bem claros. Como tem de haver algo que suporte as comunidades, de vez em quando organizam-se encontros (por vezes simples churrascadas, outras vezes grandes certames), que vêm ajudar à comunidade ir-se conhecendo. Fazem-se às vezes Festas de Instalação de Linux, onde se mostra aos visitantes o Linux e as suas potencialidades. Há alguns encontros que enchem o imaginário colectivo do Linuxer Português:
- Simplinux - BIG encontro, com personalidades estrangeiras convidadas.
- Workshops (no iscte) - Organizadas pelo GUL, com demonstrações e apresentações.
- LIP de Aveiro - (Não estive presente, mas) Grande festa de instalação de Linux nas máquinas dos visitantes.
- Inforpor da FIL - Contou com a presença do POLI, da Com2000, do Gildot e de mais uns tantos stands dedicados ao Linux.
- UPLinux2000 - Um dia de conferências, outro de instalações. Organizado pelo NEDIUP e pelo POLI.
- LIP de Cantanhede - Marcou uma nova maneira de fazer instalações de Linux. Ao som do Jazz e a horas.
(LIP = Linux Install Party) Existem três principais lojas onde se vende o Linux: A Com2000, a NFSI, a Tecnolink.
Possível Retrato-robot: Há vários tipos de Linuxers Portugueses:
O lamer: Um tipo que ronda os 15-18 anos, que ouviu falar do Linux há pouco tempo, provavelmente no IRC, num canal onde de exaltam os instintos mais primários de afirmação pessoal do ser humano. Tem interesse, mas não tem pachorra para ler os manuais. Frequentemente coloca mensagens a perguntar coisas simples que se esclareciam na documentação em um minuto. É na maioria das vezes "socialmente diminuído" e gosta de se afirmar como Linuxer/Hacker/Cracker. *Adora* quake. Apregoa efusivamente o Linux aos amigos, mas muitas vezes sem saber do que está a falar.
O Académico: Professor ou ainda aluno, está consciente das capacidades deste sistema operativo, gosta de as testar e melhorar. Sabe fazê-lo e tem gosto nisso. Gosta de participar na comunidade, mas moderadamente. Participa normalmente em um ou mais projectos relacionados com o Linux. Apregoa o Linux, sabendo do que fala, mas sem parecer obcecado. De facto, não o é. É geralmente uma pessoa consciente e não é "socialmente diminuído".
O curioso: Ronda os 18-50 anos, não é da área de Informática. Ouviu falar do Linux através de um amigo, experimentou e gostou do que viu. Continuou a utilizar e cada vez gosta mais. Sabe falar sobre o Linux e é um grande entusiasta da causa Open-Source.
O homem de causas nobres: Sempre uma pessoa preocupada com as liberdades e direitos dos cidadãos, sabe de cor a declaração dos direitos humanos, percebe de direito e sabe falar Esperanto. Gostou do Linux, não só pelas suas capacidades técnicas mas pela sua ideologia de liberdade. Não usa um byte de software comercial no seu computador, normalmente portátil. Todos aqueles dos quais se pode dizer que percebem de Linux, são em geral pessoas com uma boa visão do futuro, que sabem o que estão a fazer e reconhecem a importância que o software livre tem para a sociedade em que vivemos. Não são "maluquinhos" só porque às vezes a compreensão destes conceitos todos não é tão imediata quanto isso. Mas a comunidade Linux em Portugal não são só pessoas assim (Más? Boas?), mas também muitas outras que não se mostram muito, mas que no seio das instituições em que trabalham são os maiores impulsionadores do Linux. Perguntam-me se o utilizador/evangelizador de Linux é em média uma pessoa mais iluminada do que outras da área. Respondo: Sim, sem dúvida! Uma pessoa que já percebeu que o Linux é Uma Coisa Boa (tm), percebeu muitos conceitos que têm a ver com licenças, copyrights, dinâmica de grupos, com implicações políticas que vão desde o capitalismo ao comunismo, com um pouco de História à mistura, entre outros. Sim, uma pessoa que compreenda isto, é mais iluminada que uma que não compreende. Mas a melhor viagem pela comunidade Portuguesa de Linux pode ser experienciada viajando pelo arquivo do Gildot. É nele que vai ficando armazenada a história e o "cheiro" da comunidade. Só é pena não existir há mais tempo. Bons sítios para procurar são também os arquivos das mailing-lists portuguesas: PLUG: http://www.plug.pt/listas/plug/ http://www.plug.pt/listas/linux/ GUL: http://gul.pt/mailing/gul-list/ http://gul.pt/mailing/gul-sec/ GIL: http://linux.gil.di.uminho.pt/linux/ Mais que a partilha de um sistema operativo tecnicamente competente, um dos factores que mais identifica a comunidade, é a ideologia Open-Source. Esta Estranha Forma de Vida está sempre subjacente a todas as discussões e é por vezes difícil de compreender. Mas é de facto uma mudança que está a acontecer na sociedade em geral e particularmente na Internet. O Linuxer Português é sempre uma pessoa minimamente preocupada com a sua liberdade e com a liberdade da sociedade em que vive. Pelo menos os não-lamer :-) . Ficam aqui os meus poucos €s. Espero ter ajudado em algo. Se alguém não concorda com alguma coisa, ou acha algo incompleto, por favor não hesite: responda, desanque-me. Cumprimentos, Vasco Figueira
Cumprimentos, Vasco Figueira |
| | | | | clap! clap! clap!
Cumprimentos, Mário Gamito |
| | | | Muito bom e muito bem documentado.Gostei a parte das tuas definições de utilizadores de linux pois está muito bem explicado. |
| | | | Aqui vai uma sugestão ao Miguel Caetano da Focus: para além de esperar contribuições espontâneas, suponho que terá algumas perguntas específicas a fazer; porque não fazê-las aqui no Gildot, abertamente? Uma resposta aqui pode ser comentada, rebatida, enriquecida por outros. O resultado final será mais interessante e mais fiel à realidade do que a soma de um conjunto de respostas dadas separadamente em privado. Isto esperando que a Focus não tenha medo que o artigo final seja já pouco surpreendente para quem leu no Gildot; de qualquer forma, o público-alvo será muito mais geral que o do Gildot, e nem todos os leitores da Gildot lêem a Focus (eu nunca a vi, por exemplo). Lembro-me de um exemplo interessante para este tipo de colaborações com a imprensa tradicional, numa sequência de artigos do Slashdot: Basicamente, a Jane's Intelligence Review tinha uma versão preliminar de um artigo sobre ciber-terrorismo, e um editor lembrou-se de consultar os leitores do Slashdot pedindo comentários. A resposta foi tão impressionante que o artigo inicial foi deitado fora e criaram um novo completamente escrito com base nos comentários. Como a Jane's Intelligence Review não é exactamente uma publicação generalista e a informação que publica é de interesse... estratégico para os leitores, o editor achou até por bem recompen$ar os autores das contribuições efectivamente usadas. Também na preparação de artigos de informação ao público em geral pode ser mais interessante darmos as respostas aqui, num fórum aberto, em vez de predominarem as respostas privadas de cada um directamente ao jornalista. Assim, qualquer incorrecção poderá ser "violentamente espancada" pela comunidade ANTES da publicação do artigo e os leitores dele ficarão melhor servidos. Se a ideia é escrever um artigo sobre a "comunidade" (se é que é fácil defini-la), porque não fazê-lo no melhor estilo da comunidade? Serve para construir software, deve funcionar para produzir algo para um jornal. Neste sentido, é de louvar a atitude do vaf no comentário acima: ao contrário do outro leitor que apenas se põe à disposição da Focus e para nós aparece apenas como "anónimo cobarde" (embora não queira julgar as intenções), o vaf tomou a iniciativa de expor aqui a contribuição (bastante interessante) que se deu ao trabalho de fazer, e que agora podemos complementar com outros pontos de vista. Até poupamos trabalho da comunidade (não repetimos desnecessariamente histórias) e do autor (que fica com o trabalho de síntese facilitado). |
| | | | por Anonimo Cobarde em 16-07-00 15:09 GMT (#17) |
| Concordo plenamente contigo em que os leitores e eu próprio coloquem aqui os seus comentários sem ser em privado.Aqui no Gildot aberto á discussão de todos ficará muito melhor e mais surprendente.Plenamente de acordo contigo e desculpa o facto de ter antecipado. |
| | | | Sugestão para comentários de quem estiver bem informado neste domínio: há uma "outra" comunidade de utilizadores de Linux de que talvez seja interessante falar. Estou a referir-me aos utilizadores involuntários, aqueles que acabam por usar Linux diariamente sem o saber. Quando qualquer cidadão usa uma máquina Multibanco, é afinal utilizador involuntário de um sistema operativo da Microsoft... (no caso deste também não deve admirar que usemos a expressão "vítima" em vez de "utilizador"). Nem dando sequer o exemplo dos serviços disponíveis na Internet, sabe-se que existem muitos utilizadores involuntários, talvez não directamente no "desktop", mas através de servidores que estão discretamente num cantinho a fornecer-lhes serviços de impressão, ficheiros, transferência de email, bases de dados, comunicações, ... O software livre acaba por afectar não apenas aqueles que o usam deliberadamente mas muitos outros. Será interessante fazer uma lista de exemplos muito concretos de uso de Linux para sistemas de uso geral dentro de empresas e outras instituições portuguesas (o exemplo de ISPs é conhecido), para o público perceber que o alcance que o Linux pode estar a ter discretamente na vida diária... mesmo de quem trabalha em Windows. |
| | | | | Não tenho acompanhado a evolução mais recentemente, mas quando os CFEs (Centros de Formalidades de Empresas) do IAPMEI foram criados, embora o público e quase todo o pessoal apenas visse desktops Windows, em cada CFE estava a ser instalado pelo menos um computador com Linux para desempenhar (consoante o local) papéis entre os seguintes: transferência de email; servidor de impressão; servidor de ficheiros; servidor DNS; IP masquerading para acesso do CFE à Internet sobre uma única ligação RDIS; proxy de http. Dentro do próprio departamento central de informática do IAPMEI existia também pelo menos um computador com Linux para diversos serviços, e ainda antes, creio, um com FreeBSD. |
| | | | No Complexo Interdisciplinar da Universidade de Lisboa, onde estão instalados vários centros de investigação, existem bastantes utilizadores de Linux e Unix, tanto voluntários como involuntários... O uso do Linux iniciou-se a nível individual, por carolice e/ou por necessidade, no começo em "dual boot": no caso dos primeiros utilizadores, o Linux coexistia com um MS-DOS que não chegou a ser transformado em MS-Windows, porque talvez em menos de um ano a migração para Linux já era completa. Salvo erro, nesses primeiros tempos ainda predominava o VMS como sistema central, até nas primeiras Alphas adquiridas, a maior parte das quais passou a UNIX. Os utilizadores iniciais, que acabaram por ser os "administradores de sistemas" dos computadores que configuraram, acabaram por entusiasmar outros a usar tambem Linux (e Unix) e ajudá-los instalando o sistema. Hoje em dia o Linux é um dos sistemas presentes em computadores de uso geral do Complexo (mesmo que infelizmente ainda considerados em certas esferas como os "parentes pobres" face aos sistemas mais caros com outras variantes de Unix) e outros dedicadas a uso pessoal, boa parte destes ainda instalados e mantidos pelos próprios utilizadores ou por colegas. Em máquinas mais centrais assegura serviços de DNS, (ainda) alguns acessos por modem, transferência de email de uma parte muito apreciável dos "habitantes", serviços de WWW, ftp, NFS, ... A nível pessoal há um número muito razoável de utilizadores, tanto os aficionados iniciais e os mais recentes como um número consideravelmente maior de utilizadores que simplesmente quer "fazer o trabalho" sem nunca ter chegado a estar muito motivado para os aspectos técnicos do Linux. A partir do momento em que um sistema está instalado e configurado, apreciam simplesmente poder escrever em (La)TeX, visualizar, imprimir, trocar email, aceder à WWW, fazer visualização e cálculo simbólico, escrever, compilar e correr programas sem ter de aturar um sistema pouco fiável e cheio de limitações e caprichos como os da Microsoft. Aliás, há quem fique atrapalhado, mesmo paralisado, nos raros momento em que usa Windows, com aquela interface tão afectada de "featuritis". Apreciam o facto de poderem aceder ao seu computador pessoal no gabinete a partir de qualquer local do mundo, por isso ao contrario dos computadores com Windows estes tendem a ficar permanentemente ligados. Alguns dos investigadores tinham tido a sorte de usar antes máquinas NeXT (ainda existem algumas dessas máquinas pretas a funcionar!) e estão a recuperar o entusiasmo dessa época sob Linux, apesar de ao princípio a interface não ser tão consistente e fácil de usar. Existe também, naturalmente, um grande número de máquinas com Windows (que parece ter crescido como cogumelos com o surgimento do Windows 95) e ainda diversos Macs. Usa-se algum software livre (nomeadamente TeX) também em vários desses computadores. E os utilizadores destes outros sistemas acabam frequentemente, mesmo sem o saber, por utilizar Linux dentro do edifício todos os dias... Este exemplo talvez seja típico do que aconteceu em alguns ambientes universitários, com uma gama de utilizadores que vai dos mais curiosos e entusiastas que nunca conseguiram parar de aprender sobre o sistema que tanto jeito lhes deu e acabaram a administrar efectivamente algumas máquinas (sim, nem sempre uma actividade inócua para o resto do trabalho... :) ), até aos mais estritamente pragmáticos que simplesmente usam o Linux e outro software livre como uma ferramenta prática para o seu trabalho no dia-a-dia, sem interesse especial pelo aspectos técnicos ou ideias subjacentes, mesmo que precisem de manter um caderninho onde vão anotando os comandos mais "esótericos" de que necessitam. |
| | | | Talvez fosse bom alargar um pouco o âmbito do artigo de Linux na Focus para software livre mais em geral. O software livre está longe de ser apenas representado pelo Linux, mas há um grande "overlap" entre os entusiastas dele e os entusiastas de Linux. Por outro lado, também há quem use o Linux apenas por considerações técnicas ou económicas e seja indiferente, quando não mesmo oposto, aos ideiais do software livre. Suspeito que bastantes empresas portuguesas estarão a integrar Linux nas soluções que fornecem aos clientes sem sequer o revelarem abertamente (vergonha de admitir que se usa Linux?). Talvez às vezes sem darem o crédito devido às ferramentas que tanto os ajudaram e com que pouparam bastante dinheiro. Isto quando não se pega numa package de software livre, se configura às necessidades do cliente e se vende "disfarçada" de produto próprio, como já ouvi insinuar... Se o jornalismo gosta tantas vezes de eleger heróis ou vilões simplificados e a visibilidade cabe hoje em dia mais ao pinguim (mais fotogénico que o gnu, admito), é justo lembrar todas as outras ferramentas que gostamos de usar e boa parte das quais já existia antes do Linux. Mesmo falando apenas de sistemas operativos, um artigo apenas sobre Linux deixará mais uma vez de fora, por exemplo, o FreeBSD, que já alguns se queixaram aqui mesmo no Gildot ser vítima de algum hype relativo ao Linux. |
| | | | | Concordo plenamente. É preciso não esquecer que a comunidade de utilizadores de Linux em Portugal, não só utiliza Linux, como pode perfeitamente usar outros sistemas operativos, todos dentro do espírito do software livre. Sejam eles FreeBSD, NetBSD, OpenBSD, BeOS (nem por isso livre), GNU/Hurd, ... Talvez não tenha conseguido dar o ênfase que queria no meu comentário acima, mas esta questão do espírito livre, open-source, open-content, open-whatever-you-want, é, na minha opinião, a que mais une a comunidade. Não tanto a partilha de conhecimentos técnicos, não tanto o facto de sabermos que daqui a uns anos este nosso sonho (podemos-lhe chamar sonho?) será o pilar principal da nossa sociedade da informação. O que interessa é o espírito, a ideia. Assim, o Linux é um caso particular. O que teria sido dos outros sistemas UNIX comerciais se não tivessem existido as GNU-utils do Stallman? E do Linux? Qual é o Linuxer que admira mais o Linus que o Stallman? Daqueles que conhecem a história dos dois, acho que a escolha cairá sempre do lado do Richard Stallman. (Richard Stallman é o fundador da Free Software Foundation e criador do projecto GNU). O Linux é um sistema operativo. O que interessa é o espírito Open-Source. É por isso que Linux se escreve GNU/Linux.
Cumprimentos, Vasco Figueira |
| | | | Desculpem-me os utilizadores de FreeBSD e outro 'software open-source', mas na minha opinião, acho que ainda não chegou a altura certa... Para falar desse tipo de 'software', na minha opinião, era necessário um artigo mais genérico para explicar melhor o que é e como surgiu, e não uma coisa mais centrada no panorama português. As pessoas desconhecem completamente o que é FreeBSD, ao passo que quanto ao Linux, já há muito mais pessoas que ouviram falar. De qualquer maneira, muito obrigado pela sugestão. Talvez daqui a uns tempos,possam ver um artigo sobre 'software' GNU na FOCUS. Mas por agora, estou a pensar em incluir apenas uma "caixa" sobre esse tema dentro do artigo. Não sei se repararam, mas a FOCUS fez aí há mês e meio um artigo de duas páginas sobre o Gnutella, que eu escrevi. Pena foi que não consegui encontrar um utilizador ou programador desse 'software'. |
| | | | Eu utilizei o Gnutella que foi criado pela equipa que criou o Winamp.Antes do Gnutella existia e ainda existe o Naspter que foi o primeiro a aparecer. Mas este tipo de software está outa vez a ser notícia por causa do novo Scour Exchanger que permite alé do mp3 també o acesso a uma enorme base de dados de texto,imagens e vídeo.Por isso ainda muito mais polémico que os outros dois. Se quiser um dia voltar a falar destes programas eu estarei á sua disposição. |
| | | por Anonimo Cobarde em 15-07-00 15:00 GMT (#11) |
| Aqui vai alguma informação sobre a única revista de linux feita por portugueses : A Linux Manual ´nasceu após a boa aceitação do número especial da PcManual sobre Linux onde se verificou que foram vendidos mais do dobro de exemplares em relação á revista espanhola com tradução deficiente em português Linux Actual. As muitas mensagens de apoio que foram chegando levaram á conclusão que a Linux Manual tinha força para andar e assim saí finalmente a primeira revista portuguesa de Linux, feita por portugueses que trabalham na tradução de variada documentação sobre linux para português no projecto POLI. A sua aceitação tem sido muito boa,tenho falado com variadas pessoas que estão satisfeitas com este primeiro número,mas é claro que existe ainda um longo caminho para se percorrer e que os próximos números podem e devem ser melhorados.Mas para tal facto esperamos sempre contar com o apoio da própria comunidade Linux que existe em Portugal e no próprio estrangeiro. |
| | | | Antes de mais, muito obrigado pelo "feedback" que têm dado à minha mensagem. Não estava à espera ! Realmente, o gildot pode servir como uma mesa redonda virtual. Mas é um bocado complicado quanto às fotografias e citações ;-) Também passei pelo pt.comp.so.linux bem como pelo #Linuxhelp do IRC, mas este foi o sítio mais receptivo, até agora. O editor do Porto da Focus, Pedro Pinheiro, também foi ontem à festa do Linux, portanto o artigo ainda vai ficar mais completo !! O que eu queria realmente que me pudessem responder era aquelas perguntas básicas, tipo: o que é o Linux? Como é que se instala? Será que pode correr todo o tipo de aplicações? Quais as vantagens e desvantangens para o mercado "desktop" e de servidores? Qual é o espírito ou a cultura associado a este SO? Porque é que os "hackers" prederem Linux? Como é que tem evoluído nos últimos anos? Será que pode vir a ser concorrente do Windows? Depois, gostava que me explicassem o contexto português, que vai ser o principal assunto do artigo, porque o Linux em si já tem sido muito focado, não acham? Como é que utilizam este SO na vossa vida prática? Quando é que foi introduzido em Portugal? Como é que evolui por cá? Quais foram as contribuições do meio académico e do meio empresarial? Qual é a história dos grupos portugueses de utilizadores? Há muitos "hackers" portugueses que utilizan este SO? De que forma? Em que medida é que os portugueses contribuiram para melhorar aplicações, através de "patches"? Será que continua confinado a meia dúzia de "geeks" de informática? E já agora, quais as vossas previsões para o futuro? Bem, é "só" isto ;-). Mas cada um de vós pode responder só àquele tema que conhecem melhor ou preferem ! Desta forma, poderão ajudar-me a não cometer erros e a fazer algo interessante. A minha ideia para este artigo é que os verdadeiros "linuxers" portugueses contem a sua experiência e falem sobre o Linux a um público culto mas não muito esclarecido sobre este assunto, que se calhar nem conhece este sistema operativo :-(. Obrigado, Miguel Caetano |
| | | | por Anonimo Cobarde em 16-07-00 4:08 GMT (#15) |
| Pessoalmente tive contacto com o linux em 1996 em casa de amigos mas só em 1997 é que me decidi a instalar no meu computador pessoal. Normalmente utilizo o Linux para me ligar á internet e como servidor pois considero-o o mais fiável e seguro em relação aos outros sistemas operativos.O Linux nasceu na internet pois Linus, o seu mentor, ao colocar o primeiro núcleo á disposição da comunidade não esperava tanta aceitação da parte dela e em pouco tempo centenas de programadores começam a trabalhar no linux pois para além de ser open-source era uma novidade e um desafio para todos. Em Portugal o Linux está práticamente em (penso eu) todas as universidades portuguesas e são os estudantes que mais lutam e trabalham pelo Linux mas não só...Vejamos o meu caso... Eu sou simplesmente um utilizador doméstico que por curiosidade quis aprender a trabalhar com o linux e actualmente não só ajuda amigos a instalar e a pôr a funcionar o linux como também tem artigos em duas revistas portuguesas: a PcManual e a Linux Manual.Esta última um marco na nossa sociedade por ser a primeira feita por portugueses. A nível de servidores penso que a maioria é Linux porque é um sistema bastante seguro e aguenta funcionar sem parar durante anos,além disso ocupa pouco espaço de trabalho em qualquer computador. A sua pergunta dos "hackers" é engraçada e por uma razão : quando se fala em Linux,geralmente fala-se logo em hackers...é um "must" ;) O termo de hacker é muito subjectivo... Talvez porque o linux seja mais fiável que os outros sistemas operativos, ou então porque não pára a meio de uma operação mais melindrosa.Sinceramente só os "hackers" é que lhe podem responder a esta sua pergunta! Actualmente os portugueses estão a contribuir imenso para melhorar o linux.O trabalho que mais conheço e no qual ando metido é o do grupo POLI onde se fazem traduções de documentos do Linux para português e para possibilitar que os portugueses possam conhecer melhor este maravilhoso sistema operativo. Actuamente qualquer utilizador comum que saiba um pouco de informática consegue instalar e trabalhar com o linux pois existe uma versão,a Corel Linux, que torna o linux práticamente igual ao windows,isto é, monta automáticamente as drivers exteriores do computador que são geralmente uma das partes que mais dores de cabeça dão aos novatos.Mas eu pessoalmente prefiro por exemplo o Red Hat 6.0,cada utilizador tem a sua preferência :) Quanto ao futuro... O linux a nível de mercado doméstico penso que não vai ultrapassar o windows,apesar da própria Microsoft já ter afirmado que anda a ficar preocupada com o sucesso do Linux.Mas a nível empresarial principalmente na área de acessos á internet penso que aí está o grande futuro do Linux: Mostrar que é um software em open-source que pode ser adequado a cada empresa.Que é a custo reduzido devido ao conceito de open-source o que não acontece em relação aos seus concorrentes.Que não é tão afectado a nível de viroses. Que é muito mais seguro apesar de também ter a suas fraquezas.E o mais fundamental...tem uma comunidade infinita de seguidores que trabalham com prazer e que lutam por um software livre e aberto a todos.cumprimentos Luis Andrade |
| | | | Antes de mais, para as questões mais básicas aconselho a leitura da FAQ de Linux em Língua Portuguesa, ou outra documentação, que pode ser encontrada no POLI. Como é que utilizam este SO na vossa vida prática? Enfim, para fazer tudo. Desde trabalhar, ler o mail, fazer imagens, trabalhos, páginas, tudo. Temos compatibilidade com o resto dos computadores, portanto não trabalhamos isolados. Quando é que foi introduzido em Portugal Se bem me recordo, a primeira (ou uma das primeiras) aparição foi num servidor web do LNEC, o primeiro servidor web nacional, e isso foi feito com o kernel 0.99-pl2. Nesses primeiros anos, havia apenas mais algumas incursões nos departamentos de informática das faculdades de engenharia do Estado. Como é que evolui por cá? Foi crescendo. Mais ou menos ao mesmo ritmo que o resto da Europa, apesar da pouca ajuda do nosso *querido* Ministro da Ciência e Tecnologia, que se babava todo quando cá vinha o Bill Gates e ficava todo contente ao assinar acordos de exclusividade (onde é que já se viu?!). Mas enfim, lá fomos. Quais foram as contribuições do meio académico e do meio empresarial? Em relação ao Kernel mesmo, tenho ideia apenas de serem contribuições ocasionais. Em drivers, nomeadamente. Em relação ao resto, eu diria que a maioria do software que se faz nas faculdades, assim mais elaborado, corre em Linux e está sob GPL. Não havia um software aí da UMinho, para gravar CDs, CDToaster, não era? Isso ainda existe? Qual é a história dos grupos portugueses de utilizadores? ... (sou um tipo recente) Há muitos "hackers" portugueses que utilizan este SO? De que forma? Não esquecendo aquilo que o comentário ao lado disse sobre este assunto, Sim, aliás, (quase?) todos usam este sistema operativo. Pode não ser em exclusivo, mas que usam usam. De que forma? Sei lá, devem comprar uma distribuição, fazem uma instalação mínima e depois vão construindo o seu sistema... Calculo. Em que medida é que os portugueses contribuiram para melhorar aplicações, através de "patches"? Os mecanismo são fáceis de seguir e estão explicados nos documentos do Kernel. Lembro-me de há cerca de ano e meio, quando saíram os primeiros kerneis 2.2.*, haver um bug, acho que era para aí na versão 2.2.5, ou coisa que o valha. Foi um Português (não me lembro quem) que detectou o erro, foi ao código, topou-o, corrigiu-o e enviou a correcção ao Linus, ou ao Alan Cox, ou a quem de direito. É fácil ser útil. Será que continua confinado a meia dúzia de "geeks" de informática? Não. Pelo menos na utilização. Há muita gente que se calhar tem um amigo ou familiar que lhe instala e configura, mas que depois se amanha para usar. Agora, na administração, aí admito que o comum mortal, ou "técnico de NT" (entre muitas aspas) tenha algumas dificuldades em gerir máquinas que sejam um pouco mais que computadores pessoais. Mas como as coisas estão cada vez mais simplificadas, e fáceis de seguir, não vejo qualquer entrave a que uma pessoa com dois dedos de testa, instale e configure uma máquina à primeira. E já agora, quais as vossas previsões para o futuro? O Linux vai continuar a evoluir, seja tecnicamente, seja na sua aceitação pela sociedade, pelo mercado. Isso é de uma extrema importãncia porque daqui a uns anos, quando a sociedade da informação for uma realidade (pelo menos mais real que a de hoje), aí é fundamental, que os alicerces dessa sociedade sejam livres e não nos façam depender das estratégias de uma empresa. O Linux é a opção certa para fazer esse papel. Uma exposição um pouco mais detalhada desta ideia pode ser encontrada na parte final da apresentação da minha conferência do UPLinux2000 a 4 de Março. Pode ser encontrada aqui.
Cumprimentos, Vasco Figueira |
| | | | O que e´ o Linux? Tecnicamente, Linux e´ apenas o kernel de um sistema operativo. No entanto, fez-se habito de designar todo ele como Linux, se bem que alguns, como eu, preferem escrever GNU/Linux. Porque^? Principalmente para reconhecer que a histo´ria do software livre remonta desde os anos 80, e ao projecto GNU (http://www.gnu.org), um projecto que tinha como objectivo pra´tico criar um sistema operativo completamente livre(ja´ alcançado), e de assim re-estabelecer e permitir o saudavel desenvolvimento de comunidades de pessoas, que partilhem (e melhorem) software entre si (algo que estava-se a perder na altura, e agora e´ uma minoria, nomeadamente apenas relativamente ao gnu/linux, e a alguns jogos de computador que permitem modificaç~oes, como o quake). Como e´ que se instala? Peçam a um amigo um cd, copiem-lhe um cd, tirem da net, comprem um cd, etc. Como o gnu/linux e´ software livre,( a maioria dele esta´ licensiado com a licença General Public License(GPL)), tudo isto e´ possivel e legal. A estas caracteristicas, o fundador do projecto GNU, Richard Stallman, designou the Copyleft, uma vez que utiliza o Copyright e subverte-o para a sua funçao oposta. Existem va´rias distribuiçoes de gnu/linux, e quanto `a sua escolha, o melhor e´ experimentar todas, e ficar-se pela que prefere. Sera´ que pode correr todo o tipo de aplicaç~oes? Como eu pessoalmente nao corro topo o tipo de aplicaçoes, nao o sei responder. Mas para as minhas necessidades (casual utilizador de programas ofice, graficos, e internet) serve-me perfeitamente. Para alem de nao me encravar nunca.(Bem, houve aquela vez em 1998...) Qual o espirito e cultura associado a este SO? Nao o saberei correctamente responder, porque nao sou sociologo, mas encontram-se algumas tendencias em pessoas que o usem. O desprezo pela Microsoft e´ um. O desprezo aos seus produtos e´ outro. Felizmente, isto esta´ a desaparecer, h`a medida que todos percebemos que tomarmos uma decisao sobre o software que usamos com base no odio a algo nunca e´ saudavel. Existe tb. o espirito de partilha que se encontra igualmente na internet. Com o gnu/linux pode-se maximizar toda a potencialidade do computador, com vista a melhorar um pouco o relacionamento das pessoas entre si e com as maquinas. Porque e´ que os hacker preferem o gnu/linux? Nao sei se tb. nao preferem o BSD, ou outro sistema operativo. Como o hacker, ou a pessoas que s~ao entusiastas pelas tecnologias e t^em um espirito aberto em relaçao a elas, considera imorais as proibiçoes que o software propriet´ario faz aos seus utilizadores, terao de se aproximar do software que existe actualmente, e que nao faça o mesmo. O seu gozo pelos computadores e software tb. deve-os atrair para o gnu/linux, de uma maneira te´cnica, pois, segundo me dizem e segundo me transparece como utilizador, o c´odigo-fonte dos varios programas esta´ muito bem feito. Pudera que esteja muito bem feito, pois muito hackers contribuem ja´ para o gnu/linux. Quanto `a cena portuguesa, acho que seja um pouco mais murcha do que, por exemplo, a espanhola. Mas como o pais esta´ na ponta da cauda da UE em tecnologia, nao e´ de admirar, e ultimamente, com as varias LIPs (Linux Install Parties, local onde se vai para instalar o gnu/linux, aprender sobre ele, etc.), uma nova revista redigida por pessoal do gnu/linux(a revista e´ a Linux Manual, e o POLI http://www.poli.org contribui quase totalmente com os artigos, ate´ agora), este artigo da Focus, a coisa est´a a melhorar imenso. Quando eu usar o gnu/linux, tb. terei de escrever como tu, com os acentos todos trocados? Bem, n~ao. Eu estou e´ a usar um programa de www que ainda nao chegou `a versao 1.0, (´e o galeon que usa o motor de html do mozilla), e que tem este defeito por enquanto. Existem outros browser que corrigem-no. Universal Declaration of Human Rights, Article 19: "Everyone has the right to[...] seek, receive and impart information and ideas through any media and regardl |
| | | por Anonimo Cobarde em 16-07-00 21:28 GMT (#19) |
| Aqui está um artigo interessante sobre o Linux (versão desktop). |
| | | | Tinha vos dito que pretendia escrever um artigo de cinco páginas sobre a comunidade portuguesa de utilizadores de Linux. Infelizmente,isso já não vai ser possível. Contigências inerentes à vida de um jornalista estagiário (isto é, "chefes"),fizeram com que o número de páginas fosse reduzido para duas, que eu devo entregar até amanhã à tarde. A razão que me foi apresentada teve a ver com o facto de que todos os jornais abordaram a festa do Porto e a FOCUS não devia ficar para trás. Enfim, perdeu-se a oportunidade de fazer algodiferente e inovador. Em duas páginas só se pode ser superficial e dizer banalidades já repetidas dezenas de vezes. Desculpem se vos decepcionei. De qualquer forma, obrigado pelos 'mails' que me enviaram. Espero um dia poder voltar a retomar a ideia original: fazer uma reportagem sobre o movimento 'linux' em Portugal. Miguel Afonso Caetano CIÊNCIA & TECNOLOGIA - FOCUS |
| | | | | Já agora que tal deixares aqui o mail da FOCUS para podermos enviar o nosso lamento por tal facto. Afinal quem fica a perder é a própria FOCUS ! Outra ideia...amostra o Gildot aos teus chefes...pode ser que mudem de ideias ;) |
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