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Bertrand Meyer contra o software livre
Contribuído por ajc em 21-05-00 8:48
do departamento shame
GNU Quem tiver estudado as linguagens orientadas por objectos com alguma profundidade deve ter-se já deparado com o nome "Bertrand Meyer". Trata-se do autor da linguagem "Eiffel" e autor de livros sobre OO. Vi no Slashdot uma referência para um artigo em que este senhor critica violentamente o movimento do software livre/open-source.

hackernews.com.br censurada | Weapons Factory Arena  >

 

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Referências
  • gildot
  • Slashdot
  • artigo
  • Mais acerca GNU
  • Também por ajc
  • Esta discussão foi arquivada. Não se pode acrescentar nenhum comentário.
    extremos (Pontos:1, Interessante)
    por Anonimo Cobarde em 21-05-00 17:02 GMT (#1)
    Não li tudo (artigo+comentários na slashdot) mas acho que retirei a lição no fim. Na história dos seres humanos praticamente sempre que há dois extremos a melhor solução é o meio (nem muito para um lado, nem muito para o outro) (fuzzy logic). Não é porque o Mozilla não é GPL que não o vou usar mas talvez deixe de usar o IE pelas coisas a que ele me obriga. Não é porque o StarOffice não é GPL que não o vou usar em vez do KOffice. No entanto não digo que os extremos não devem existir. Posso preferir Linux a FreeBSD como posso preferir Windows ao Mac OS X. Sou livre!. Os extremos devem existir porque são eles que fazem e mantêm o equilíbrio.
    Re:extremos (Pontos:1)
    por ruben em 22-05-00 8:16 GMT (#7)
    (Utilizador Info)
    > sempre que há dois extremos a melhor soluçao
    > é o meio
    Concordo contigo. Como o software proprietário tem a esmagadora maioria dos programadores/empresas/utilizadores então eu vou para o lado do software livre para tentar equilibrar a balança (e por muitas outras razões também).
    Ruben
    whatever (Pontos:2, Esclarecedor)
    por ekstassy em 21-05-00 23:28 GMT (#2)
    (Utilizador Info)
    Depois de ler o artigo todo do Sr. Meyer (que, diga-se de passagem, eh um dos melhores escritores que andam por ai... o seu livro Object-Oriented Software Contruction eh um "must" para quem quer aprender o paradigma OO) fez-me ver que de facto o movimento GPL, e principalmente o seu lider Eric Raymond (autor do Emacs), teem uma visao algo radical do que deve ser o software e principalmente o software "livre". Nunca tinha investigado muito profundamente as raizes do movimento GNU e sempre fui a favor do software livre e com codigo, mas este artigo fez-me ver que de facto para tudo existem limites, vantagens e desvantagens. Façam um favor a si proprios e leiam-no ;)
    Re:whatever (Pontos:1)
    por Cyclops em 22-05-00 1:13 GMT (#3)
    (Utilizador Info)
    Este artigo so me fez ver uma coisa... ainda bem que nao sou um fa de linguagens OO (at all costs), pois teria ficado extremamente desapontado com o "Sr. Maior".

    Acho que alguem precisa de ler The Cathedral and The Bazaar, por exemplo, antes de dizer "UAU, que o Sr. Meyer e um genio e abriu os meus olhos!!!".

    O ESR nao e o lider (nem mesmo um lider), e apenas um dos principais activistas opensource. O software hoje em dia nao e uma comodidade mas sim uma necessidade (basta ver quantos empregos exigem conhecimentos de informatica na optica do utilizador). Num mundo onde se persegue a pirataria, como pensas que ficariam as familias, digamos portuguesas, por exemplo, se as empresas de programas nao opensource seguissem fielmente os seus direitos? Talvez infoincultas... talvez nada...

    E claro que tornar um produto opensource nao sao pos de perlimpimpim que o tornam fabuloso (netscape ou quake, por exemplo) mas sim o trabalho que lhe foi dedicado, por programadores, hackers, e pessoas que simplesmente se interessaram e deram 2 dedos de ajuda.

    Quantos bugs a Microsoft (ou outra qualquer companhia de software closed source) limpou em poucos minutos, ate mesmo com um patch enfiado por um utilizador interessado?

    Nao... para mim, o Sr. Meyer nao mostrou senao estar demasiado conformado pelo mundo consumista e economicamente explorador... Tanto, que confunde as necessidades com as eventualidades.

    E obvio e notorio que se um programador tentar viver do software opensource que faz que morrera de fome. Ninguem discute isso. Agora ha muitas empresas (e cada vez mais aparecerao, ainda que em Portugal.. enfim... e como no resto) que empregam pessoas para produzir opensource software. Nao acreditam? Exemplos: AOL, AbiSource, RedHat... so para citar 3... se bem que a primeira esteja a usar o mozilla como "test bed" (e que excelente produto, apesar da instabilidade corrente -- mas vejam o que evoluiu desde o comeco... ja ha muito que ultrapassou qualquer outro browser em termos de rendering).

    Como dizes, Nunca tinha investigado muito profundamente as raizes do movimento GNU... e estranho que tenhas conclusoes tao bem pensadas.

    Hugs, Cyke
    Re:whatever (Pontos:1)
    por ruben em 22-05-00 7:39 GMT (#5)
    (Utilizador Info)
    O lider a que te referes não é o Eric Raymond mas sim o Richard Stallman.

    P.S. Façam um favor a si próprios e pensem com as vossas cabeças. ;)
    Ruben
    Re:whatever (Pontos:1)
    por ekstassy em 23-05-00 0:09 GMT (#9)
    (Utilizador Info)
    Errar eh humano... Tanto o Richard Stallman como o Eric S. Raymond sao bastante mencionados no artigo, simplesmente fiz confusao na altura do post. As minhas desculpas.
    A nossa Ética e a Lógica dos insultos dele... (Pontos:2, Interessante)
    por jmce em 22-05-00 5:37 GMT (#4)
    (Utilizador Info) http://artenumerica.com/

    O Carvalho Rodrigues escreve sobre Deus, António Guterres fala-nos da Internet, e o senhor Meyer decidiu falar de Ética, mais ou menos ao mesmo nível. "Explorar seriamente" as questões éticas associadas ao software livre. Tentando, nada menos, "corrigir" uma "situação". Depois de ler aquilo, fiquei com a impressão de que talvez o senhor Meyer devesse ficar pela escrita de literatura "OO". Será melhor nesse campo? Para nos dedicarmos ao discurso filosófico, não basta coleccionar tentativas de definição... Vejamos qual a mensagem transmitida. Resumo breve: defesa do software livre = gravíssimas faltas de ética e muitos outros defeitos.

    1. Sobre a Ética: ou como ensinar alguma coisa sobre o assunto a um bando de ignorantes. Começando pelo caminho a sugerir um limite a partir do qual o que interessa é basicamente economia e a ética é irrevelante.

    2. Sobre o software livre: ou o que querem "eles" dizer com isto afinal. "Eles" nem sequer de acordo estão, o que já é mau sinal, mas o autor, como por todo o artigo, lá nos vem ensinar como pode "com o número limitado de termos da língua inglesa". Sempre perspicaz, descobre que não se pode justificar uma ideia com base na qualidade e no número dos seus apoiantes. Nunca teríamos pensado nisso... Aproveita-se para fazer entrar já em cena o comunismo (apoiantes idealistas e voluntariosos) e o nazismo (boas auto-estradas): para os leitores simplórios não se limitarem a visões maniqueistas do tipo Tudo bom versus Tudo Mau e quiçá para os leitores mais sensíveis se começarem a assustar com algumas palavras-chave.

    3. Sobre a economia do software livre: as pessoas não vivem sem dinheiro, portanto "free software" no sentido de "software grátis" (afinal, a definição em 2...) é uma designação incorrecta. Ou seja, quem faz destas coisas ou é podre de rico, ou faz a coisa legalmente nos tempos livres ("software doado"!), ou foi tudo pago pelos contribuintes, ou estratégia empresarial, ou, sabe-se lá, feito sem autorização dos chefes com o dinheirinho deles ou dos contribuintes. Logo depois de nos dizer que o dinheiro vem dos contribuintes, ensina-nos que os direitos sobre os produtos desenvolvidos numa universidade pertencem a esta. Ou seja, devemos ser bem comportados e pagar duas vezes às universidades. Nesta altura o leitor deve convenientemente esquecer que o termo "free software" não diz de facto respeito a preços, para não notar a eventual irrelevância de toda esta secção.

    4. Sobre as "vozes da revolução": ou como o software livre é uma expressão de Ódio e Irracionalidade (e comunismo, mas "não vamos dizer as coisas assim"). Como fomos preparados para pensar na secção 1, quando toca a dinheiro é criminoso estarmos a meter questões de moralidade na discussão. De passagem somos lembrados que a palavra "free" não é usada no sentido de "gratuito", para logo a seguir, sem tempo para o real significado, sermos novamente distraídos para um suposto abuso da palavra com fins difamatórios pela FSF. A definição dada pela FSF ao uso da palavra não é suficientemente boa para o Grande Definidor Meyer, e portanto somos acusados de extrema falta de ética por suposto abuso não de liberdade mas da palavra "liberdade". Mais razões para nos acusar: as comparações, certamente injustas, entre práticas da Software Publishers Association e práticas soviéticas. Que ingénuos somos, a comparar extremos de capitalismo (que certamente nunca seria capaz de tais coisas) e comunismo. E logo nós, um bando de comunistas... Não passamos de activistas do ódio, e tomem lá um exemplo do Stallman num jantar como mais uma brilhante demonstração do geral a partir do particular (coisa em que o artigo é riquíssimo).

    5. Uma perspectiva moral enviesada: ou de como seria melhor que nos tornássemos todos relativistas pós-modernos em vez de estarmos com palas nos olhos e só ver isso da "liberdade". E agora a artilharia pesada: há um tal de Eric Raymond que nas páginas pessoais dele defende a liberdade de porte de armas. Depois de uma explicação de como as armas são más, (is this article about software or hardware?), segue-se uma magistral esgrima lógica: ESR defende o porte livre de armas, ESR é um dos mais "visíveis" (pelo menos na sala de estar do Meyer e nas das outras vítimas inocentes) proponentes do software livre, e o resto do "movimento" não se demarcou da coisa. Como nem o Stallman nem o Torvalds nem quase nenhum de nós se deu ao trabalho de escrever em letras miudinhas no fundo dos nossos ficheiros de código e das nossas páginas pessoais qual a nossa posição perante o porte de armas, fiquem a saber que estamos carimbados como defensores do software livre (oops, "grátis") E TAMBÉM da morte de algumas criancinhas e judeus de vez em quando. O que estará realmente distorcido: a nossa perspectiva moral ou a capacidade de raciocínio lógico do senhor Meyer?

    6. A qualidade: ou de como também o software livre é de qualidade variável. Verdade? Uau, nunca teríamos descoberto isso sem a sua ajuda... E que pena, a SUA empresa ter sido afectada por problemas do GCC no Windows... uma espera de meses sem bugs corrigidos... e ninguém para culpar... Pena não terem tido competência interna para os resolver, contribuindo para aquilo que iam usar comercialmente, nem dinheiro para pagar a consultores externos com essa competência. E quando há alguém para culpar? A Microsoft vai indmenizar o estado português pelos problemas de segurança tão na berra ultimamente? Ou mesmo o estado dos EUA? Para temperar a coisa, cita-se Ken Thompson e acrescenta-se umas queixinhas sobre as faltas de promessas nas licenças GNU. De facto, se há coisa que não falta no software comercial são promessas; basta abrir qualquer pasquim da "especialidade".

    7. Da santidade: ou de como somos um bando de hipócritas---ooops, hipócritas não, que o professor não quer ser tão intolerante como nós (oops, chamou-nos intolerantes). Mas assim pode usar mais outra palavra chave para juntar ao "comunismo" que usou também sem estritamente nos chamar comunistas. Foi certamente o primeiro a descobrir que há entre nós outras razões para além do altruísmo. Bravo.

    8. Das razões: não se distingue muito da anterior. Mas aproveitando para nos etiquetar agora como intolerantes (outra vez, para quem estava distraído) e auto-proclamados "santos".

    9. Da Microsoft: ou de como aos nossos outros pecados se junta a inveja. As nossas grandes motivações são: 1. odiar a Microsoft; 2. ficar Por Cima. Corolário meu: afinal a Microsoft é mesmo responsável pela Inovação; que melhor demonstração de Ética?

    10. Da ética do reconhecimento: ou de como os autores de software livre são uns ingratos que imitam software comercial e nem prestam reconhecimento aos autores dos trabalhos originais. Sim, os autores de software livre, não a Microsoft e os outros todos que agora "já" inventaram a Internet. Onde o autor aproveita para se esquecer das diferenças entre o sentido de "strictly proprietary context" nos primeiros tempos do Unix e hoje.

    11. Os 11 Mandamentos de Meyer, o deus da Ética: onde mais uma vez se "denuncia" o uso software livre como púlpito para ideologias de violência.

    Acho que para acabar o Bertrand Meyer poderia acatar os seus próprios mandamentos 1 e 3 e respeitar o não-mencionado Knuth com uma grafia correcta do nome do TeX. Que provavelmente o Meyer não tem a felicidade de conhecer, dado evocar TeX/LaTeX apenas como "utilities" servindo "for preparing theses in computer science departments". Não foi por falta de garantias em letras miudinhas que nunca em 11 anos notei qualquer bug ao usar TeX. Nem é por sentir a falta do "prestígio" ou das garantias comerciais do Bertrand Meyer que passarei a usar Eiffel em vez de Python. A demonstração das tendências agressivas do Prof. Knuth ficam como exercício para o Meyer.

    Seguindo o estilo do autor, quase apetece dizer que as capacidades lógicas dele são abismais, mas não o direi para não descer o nível da discussão sendo tão tortuoso e falacioso como ele :-)

    Re:A nossa Ética e a Lógica dos insultos dele... (Pontos:0)
    por Anonimo Cobarde em 23-05-00 21:42 GMT (#10)
    Epá, ler esta merd* toda é uma seca do caral**.
    Nada de novo (Pontos:2, Interessante)
    por ruben em 22-05-00 8:07 GMT (#6)
    (Utilizador Info)
    Na leitura rápida que fiz do artigo não me pareceu ver nada de novo nos ataques feitos ao software livre. É a mesma conversa de sempre.
    O que tenho de conceder é que o autor sabe escrever de modo a "conduzir" o pensamento do leitor. Para o leitor menos atento, depois de ler este artigo deve ficar a pensar que os apoiantes do software livre são todos uns fanáticos e intolerantes.
    A referência ao Eric Raymond e ao seu gosto por armas de fogo é totalmente descabido.
    A ideia que o artigo me transmite é que o autor está com medo do sucesso do software livre. Provavelmente tem uma empresa de software proprietário que não consegue competir com alguma alternativa livre.
    Ruben
    Granda porco fascista! (Pontos:1)
    por cgd em 22-05-00 20:37 GMT (#8)
    (Utilizador Info) http://cgd.teleweb.pt

    Esse gajo e' um fascist pig with a read-only mind , como alguem um dia escreveu.

    O que eu acho mais engracado sao os exemplos que ele da:
    . quando diz que a maior parte do free-sw que existe actualmente se baseia em unix, que por sua vez foi criado num sistema altamente comercial, o homem faz rir toda a gente: o unix apareceu exactamente pela casmurrice de uma pessoa (ken thompson), porque o sistema comercial original foi um fracasso completo (o multics)!!!!
    inclusive, houve o tal problema das licenças [com ç ou com 's'?!] (ie o unix nao podia ser vendido pela AT&T), o que nunca aconteceria numa empresa de SW puramente comercial, hein?!

    a do FreeBSD tb e' engracada: olharam para o codigo, e descobriram uma serie de erros basicos de C (if (x=y) em vez de if (x==y), alias, erro esse que tb ja existiu no linux, feito pelo proprio linus himself!)... o que nao disse, e' que (provavelmente!) se la for ver agora, ja nao vai encontrar o mesmo erro, ao contrario do closed-source, em que (provavelmente) os erros estupidos atravessam geracoes.

    ok, de qq modo ja nao ando com pachorra para este tipo de coisas: ninguem trava uma batalha contra o software comercial, mas antes contra o mau SW. Acontece que o mau free SW pode ser corrigido por resmas de gajos, enquanto o !free nao!

    cya


    -- carlos

     

     

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